O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, divulgado nesta semana pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) mostrou avanço muito significativo em todas as áreas pesquisadas. Apesar disso, analistas preferiram reforçar o discurso negativo, dizendo que o governo nada faz pela educação.
Se é verdade que a educação ainda é o critério com desempenho mais fraco na composição do IDHM, também é verdade o inegável avanço que houve nessa área na última década. Basta ver os números. O IDMM de Educação passou de 0,456 em 2000 para 0,637 em 2010.
Portanto, não é verdade que o governo federal não está fazendo nada para resolver problemas como a evasão do ensino médio e a qualidade do ensino fundamental. Há o piso nacional dos professores, os programas de formação de professores, as avaliações permanentes e universais, o Pronatec, as escolas técnicas federais e o sistema S agora articulado com programas como o próprio Pronatec.
Há também programas de alfabetização como o da Idade Certa, há mais recursos com os royalties do petróleo a partir do próximo ano. Há, sim, um esforço nacional para formar mais médicos – o governo acabou de lançar um programa –, mais engenheiros e mais técnicos em todos os setores.
Afirmar o contrário é banalizar o espírito de vira-latas e o pessimismo que virou moda a partir das manifestações de junho. Há muito a fazer, melhorar ainda mais os salários e a formação dos professores, informatizar as escolas, atualizar os currículos e a pedagogia para o século XXI, diminuir as distâncias entres Sul-Sudeste e Norte-Nordeste, revisar o ensino urbano – dentro das cidades há diferenças brutais – e rural, que exige um currículo e uma pedagogia específica.
Ninguém discorda disso, mas não reconhecer os avanços é puro populismo e demagogia barata.
Esse mesmo discurso pessimista se desmonta com detalhes do próprio relatório do PNUD. A população com 18 anos ou mais que concluiu o ensino fundamental passou de 39,8% para 54,9% entre 2000 e 2010. As crianças de 5 a 6 anos na escola aumentaram de 71,5% para 91,1%. Entre 11 e 13 anos nos anos finais do ensino fundamental, o índice subiu de 59,1 para 84,9%.
José Dirceu
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