Fiéis fizeram gestos obscenos e gritaram palavras de ordem contra ativistas em Copacabana
Rio - Peregrinos e participantes da
Marcha das Vadias se encontraram em Copacabana e começaram um princípio
de tumulto neste sábado. Os cerca de 500 manifestantes saíram do posto 5
rumo ao posto 9, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. No momento, o protesto
contou com cerca de 4 mil pessoas.
Segundo a ativista Rogéria Pexinho, o
objetivo da marcha não é entrar em confronto ou provocar religiosos. "A
gente não quer confronto com religião. Nós queremos protestar contra o
Estado e o posto 9 já tem um histórico de manifestos pacíficos e
liberais."
Ainda assim, por volta das 14h30, uma
confusão se formou quando um grupo de cerca de 50 peregrinos encontraram
os ativistas. Os fiéis iniciaram a provocação, fizeram gestos obscenos e
entoaram os versos "Esta és la juventud del Papa". Argentinos chegaram a
balçançar grades, mas o confronto não chegou às vias de fato. As
manifestantes responderam as provocações dançando, mostrando os seios e
rebolando. Gritocontra o Papa e a Igreja eram entoados em meio às
Vadias. Um casal chegou a quebrar santos e sentou sobre cruzes.
“É um momento sagrado para nós e o protesto
deveria ser menos agressivo. Rezei um terço e pedi que Jesus os
abençoasse”, disse a fiel Eulália Cabral, 56, espantada com as cenas de
nudismo. O movimento, que luta contra a violência sexual, defende a
legalização do aborto e é contra a utilização de dinheiro público em
eventos religiosos, também pediu explicações para o desaparecimento do
pedreiro Amarildo, da Rocinha.
Segundo seus representantes, a Marcha
das Vadias luta contra a violência sexual, defende o direito das
mulheres de usarem o corpo como quiserem, luta pela legalização do
aborto, contra os investimentos superfaturados em eventos religiosos,
contra a violência policial nos manifestos populares e levanta a
bandeira do pedreiro Amarildo, que está desaparecido desde o dia 14 de
julho quando foi levado para a sede da UPP da Rocinha.
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