Funcionários de bares e restaurantes definem perfil de turistas na Copa: a educação francesa, o apetite angolano, a gorjeta gorda dos norte-americanos
Apaixonados por caipirinha, um grupo de dez alemães tomou 50 delas, em um quiosque do Leme, durante uma partida. “Eles dão o primeiro gole e parecem que ficam em êxtase”, brincou Roseno da Silva, de 49 anos, atendente da barraca Coco Verde. O chope só é consumido pelos turistas da Alemanha se vier em grande quantidade. “Eles gostam da tulipa de um litro”, contou Noel Passos, 45, garçom do restaurante Sindicato, no Leme.
Mesa farta é a especialidade dos
angolanos. Só de entrada, eles costumam pedir três pratos. “Os angolanos
fazem muita mistura. Na semana passada, um grupo pediu bolinho de
bacalhau, banana frita e torresmo de uma vez”, detalhou Noel. “Foi tanta
comida que precisei reservar uma mesa só para as bandejas”, completou.
Na hora de pagar a conta, a alegria é de quem
atende os norte-americanos. Se estiverem em grupo então, melhor ainda.
“Cinco deles fizeram vaquinha e me deram R$ 50 de gorjeta. Nem
acreditei”, comemorou o garçom Fernando Henrique Abreu, 21, do Boteco
Belmonte, em Ipanema. Já os argentinos relutam para pagar a conta.
“Adoram contar moeda e parece que eles nunca têm dinheiro. Se o garçom
der mole, os argentinos dão volta”, alertou Luiz de Lima, 35, do Bar
Brasileiro, em Copacabana.
Os japoneses chamam a atenção pelo comportamento mais contido. “Eles parecem não gostar muito de festa e quase não consomem bebida”, apontou Marcos Teixeira, 46, do quiosque Lido, também em Copacabana. Mas se depender de animação, mexicanos e chilenos lideram. “O grito de guerra é o forte deles. E eles só gostam de andar fantasiados. Nunca vi tanta paixão”, revelou José Lucas, 59, do Sarau Rio, na Lapa.
Educação é o que não falta a franceses e ingleses. Quando chegam em um restaurante ou bar, eles ficam a espera de um garçom que os leve até a mesa. “Uma vez, um casal de brasileiros passou à frente de dois franceses e sentou. Pedi com toda educação para eles levantarem. Eles reclamaram, mas cederam. Quem dera se os brasileiros fossem tão educados como os europeus”, apontou o gerente do Belmonte, Nonato Peres, 57.
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