Decreto que dá PODER AO POVO - Debate necessário
Dilma cria espaço para o debate popular, mas o movimento sindical está preparado para desempenhar seu papel nesta realidade?
10/06/2014 12:43 - Atualizado em 10/06/2014 13:07
por Caetano
Na semana passada a presidente Dilma Rousseff assinou o decreto que cria
a Política Nacional de Participação Social, criando uma estrutura para
que a sociedade civil possa atuar e debater propostas ao governo
federal. É a mais contundente resposta às demandas das ruas, dos
movimentos de junho de 2013. Evidentemente, a oposição, que hoje reflete
o pensamento da elite política do País, gritou.
Os fóruns e espaços de debate que tanto participaram da formação
política do Brasil no início da década de 1980, perderam fôlego ao longo
das últimas décadas e as políticas públicas ficaram restritas aos
chamados “especialistas” dos governos, em todos os níveis. Tanto é
assim, que durante as manifestações, nem partidos políticos, nem
sindicatos ou qualquer outro fórum representativo foi bem-vindo nos
protestos.
A criação das estruturas populares garante uma conquista do movimento
sindical que sempre buscou um espaço de diálogo com o governo
institucional, para além das eleições de lideranças representativas.
Trata-se de democracia direta, ou um passo a mais na direção dela. Neste
sentido, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) nacional convoca os
trabalhadores a apoiarem o decreto.
Mas voltando para a realidade local, não dá para acreditar muito que
essa convocação vá atingir as centrais no Estado. Com lideranças
sindicais voltadas para a perpetuação do comando de suas entidades,
lidando com seu pequeno poder, não se vê qualquer movimentação no
sentido de apoio e busca de mobilização para a viabilização dessa
estrutura no Estado.
O Espírito Santo, sobretudo na Grande Vitória, teve em seu passado
fóruns muito importantes para conquista de direitos dos cidadãos
capixabas, como fórum pela moradia, as associações fortes de moradores e
sindicados realmente participativos, como foi no passado o Sindicato
dos Metalúrgicos.
Hoje a situação é bem diferente. Os movimentos populares estão
enfraquecidos e os sindicatos fechados e desidratados. O espaço para a
inserção do cidadão nos grandes debates do País foi criado, cabe agora
ao movimento sindical se apropriar desse espaço, criar o ambiente
necessário para a atração do cidadão para esse debate. Para isso,
precisa se repensar seu papel na sociedade e se depurar, deixando os
interesses pessoais de lado, adotando a agenda cidadã.
Entendendo de uma vez por todas a máxima de que todo poder emana do
povo. Sem isso, o espaço ficará ocioso e o cidadão mais uma vez alijado
do processo político do País.
Fórum neles!
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