Iniciativa premiada transforma óleo de cozinha em biodiesel nas cidades-sede
O óleo de cozinha, ao ser jogado pelo
ralo da pia, vira um grave problema ambiental. Um só litro dele
contamina 12 mil litros de água de rios, lagos ou mares. “Transformá-lo
em biodiesel evita a poluição de oceanos ao mesmo tempo em que melhora a
qualidade do ar nas cidades”, afirma o coordenador do Bioplanet,
Vinicius Puhl.
O combustível produzido nas usinas do
projeto emprega biofórmula benéfica para a atmosfera: 20% de biodiesel
para 80% de diesel mineral. “Acrescentar até mesmo 1% de biodiesel na
composição do diesel comum já reduziria muito os níveis de gás carbônico
no ar. Corresponderia a plantar 7 milhões de árvores. No biodiesel d20,
a redução de gases do efeito estufa chega a 60%. É um potencial enorme
de despoluição”, diz.
Apesar de o pontapé inicial ter sido
dado com o Mundial, Vinicius garante que a iniciativa se estenderá para
além dos dias do evento. O projeto também garante sustentabilidade
social para catadores de lixo, que recolhem o óleo de cozinha usado de
residências e restaurantes. “É uma nova fonte de renda para essas
pessoas, e uma alternativa sustentável para as cidades”, analisa.
No Rio, a usina que industrializa o
combustível é em Honório Gurgel. “Do modo que fazemos, sem desperdício
de água e com tecnologia diferente, temos como produto final não só o
biodiesel como a glicerina, para fazer sabonete”.
Interessados no recolhimento do óleo de cozinha em sua casa ou negócio podem ligar para 2637-2050.
Carretéis de linha vazios são vasos para reflorestamento
Outra iniciativa criativa premiada
pela Firjan é o projeto Elas Preservando, da confecção Elas Ecomodas, de
Nova Friburgo. A ideia do casal Alex e Adriana Santos foi reaproveitar
material que sobra da indústria têxtil para plantio de mudas de
reflorestamento. A iniciativa une reciclagem e educação ambiental.
Carretéis de linha de costura
industrial — descartados por inúmeras fábricas do polo industrial da
cidade — são reutilizados como vasos, para preparar mudas de plantas
nativas de Mata Atlântica.
O material substituiu os sacos plásticos, que
normalmente são usados para o plantio de sementes. “Os carretéis são
mais fáceis de serem manuseados do que as sacolas que a maioria das
pessoas usa, e podem ser reutilizados muito mais vezes”, conta Alex. As
jovens árvores são doadas para oito escolas da região, que as organizam
em viveiros cuidados por alunos e professores. As dinâmicas de cultivo
servem como apoio ao conteúdo dado em sala de aula. Cerca de 4 mil
crianças e adolescentes já passaram pelo projeto.
Depois que as mudas chegam ao tamanho ideal para serem plantadas, as turmas dos colégios vão às localidades devastadas pelos temporais de 2011 e fazem o reflorestamento. “Doamos mudas para colégios e associação de moradores de Corrego D’Antas, que ficou devastado após as chuvas, e para o Colégio Anchieta, no Centro”.
O projeto recebeu menção honrosa na categoria Gestão de Resíduos Sólidos.
OUTROS VENCEDORES DO PRÊMIO FIRJAN AMBIENTAL
O prêmio reconhece ações de gestão ambiental de empresas no Estado do Rio.
ÁGUAS E AFLUENTES
A Reduc, da Petrobras, ganhou nesta categoria por ter conseguido reusar mais de 8,2 bilhões de litros d’água em dois anos. A CSN, de Volta Redonda, ganhou menção honrosa por sistema que faz a recirculação de 80% de toda água usada na sua fábrica de cal.
RESÍDUOS SÓLIDOS
A White Martins, com o programa Desperdício Zero, transformou 125 toneladas de restos de alimentos em adubo orgânico em três unidades (Rio, Barra Mansa e Caxias) e levou o prêmio na categoria. O descarte de lixo eletrônico também foi repensado. Coleta nas unidades cariocas rendeu 400 kg para reciclagem.
RELAÇÃO COM PÚBLICO
O projeto premiado foi o Recicla Light, que troca lixo por créditos na conta de luz. Já foram recolhidas mais de 2,5 mil toneladas e concedidos R$ 285 mil em bônus a moradores de nove favelas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário