6.25.2014

Ler em voz alta para o seu filho é uma boa

RIO - Junto com o calendário de vacinação e conselhos sobre amamentação, uma nova recomendação a ser dada aos pais: ler em voz alta para os filhos, desde o nascimento, melhora as habilidades de comunicação do bebê. A sugestão é da Academia Americana de Pediatria, que mostra que uma parte grande do desenvolvimento do cérebro ocorre nos três primeiros anos e, com esta prática, certas habilidades teriam evolução mais rápida.
— A leitura conjunta deve ser uma atividade divertida com a família e cotidiana — afirma Pamela High, pediatra que escreveu a nova política, para o jornal "The New York Times"
Embora atualmente alguns pais já leiam poesia e coloquem Mozart para seus filhos escutarem ainda no útero, esta não é uma realidade abrangente. A pesquisa do grupo de pediatras descobriu que muitos pais não liam para os filhos - o que influenciaria na fase de alfabetização escolar.
A leitura, tal como a conversa e o canto, são vistos como formas para aumentar o vocabulário das crianças nos primeiros anos de vida. Na década de 90, um estudo mostrou que crianças de famílias mais ricas tinham acesso a um universo cultural maior, o que aumentava seu repertório de palavras e fazia com que seu rendimento nos anos iniciais do colégio fosse melhor.
Uma preocupação da associação de médicos é que, enquanto as desigualdades culturais existem de acordo com a faixa de renda, é universal a presença de smarthphones e tablets, o que faz a criança aprender a virar uma página em um desses eletrônicos mas tenha, cada vez mais, pouco acesso à leitura em voz alta.
— A realidade do mundo de hoje é que estamos competindo com mídia digital portátil — disse a Dr. Alanna Levine, pediatra da associação, que acredita que o básico, as vezes, é melhor — Então é preciso armar os pais com ferramentas e fundamentos para eles entenderem sobre o motivo de se ater ao básico, como livros.
O grupo de pediatras espera que, incentivando os pais a ler muitas vezes e mais cedo para os filhos, eles possam ajudar a reduzir esta disparidade entre pessoas de alta e baixa renda.

Nenhum comentário: