Dieta paleolítica pode reduzir problemas cardiovasculares, diz pesquisa
Estudo
apresentado no Congresso da Associação Americana de Cardiologia (AHA)
mostrou que dieta 'do tempo das cavernas' diminui o colesterol, baixa a
pressão e afasta o risco de diabetes
iG
São
Paulo - Controversa, a dieta com baixo índice de carboidratos e baseada
em carnes, gorduras, verduras, legumes e água – ou tudo o que se comia
no período paleolítico – foi a protagonista de um estudo da
Cardiovascular Associates em Virginia Beach, nos Estados Unidos, que
buscou entender se esse tipo de alimentação poderia trazer algum
benefício para a saúde cardiovascular. O estudo, que foi
apresentado no congresso da Associação Americana de Cardiologia (AHA) em
novembro, nos Estados Unidos, mostrou que os adultos entre 35 e 85
anos, não diabéticos, mas com um ou mais riscos cardiovasculares se
beneficiaram da dieta.
Dieta paleolítica libera o consumo de carnes,
oleaginosas, frutas, legumes e verduras; qualquer alimento
industrializado é vetado
Foto: Istock
O estudo acompanhou 79 obesos (79% eram mulheres)
durante 60 dias. Exames para avaliar a saúde como um todo foram feitos
antes de começar a dieta, como medir o peso, a pressão arterial, a
resposta à glicose, hemoglobina glicada (exame que detecta as variações
do nível de açúcar no sangue e indica se há diabetes) e exames de
colesterol.
Cada participante teve de manter um diário alimentar e
se reunir semanalmente com a equipe multidisciplinar que os
acompanhavam. Os exames foram repetidos depois de 60 dias do estudo e
avaliados pelos cientistas. E os resultados foram promissores: a
média de perda de peso foi de cinco quilos, e os níveis de colesterol
ruim tiveram uma queda muito boa. Além disso, a pressão arterial baixou,
bem como o risco de desenvolver diabetes diminuiu. Entenda como é feita a dieta paleolítica A
nutricionista da Nutrenza Assessoria Nutricional Karla Vilaça explica
que essa é uma dieta que procura resgatar a alimentação dos seres
humanos na época paleolítica. “Ela se baseia no consumo liberado de
fontes proteicas de origem animal, frutas e vegetais. Açúcares são
excluídos das dietas, assim como óleos em geral, de soja, canola,
girassol”, explica ela. Segundo a nutricionista, os carboidratos
permitidos são somente aqueles presentes nos vegetais, ou seja, não é
permitido comer arroz, trigo, centeio e derivados. As oleaginosas, como
nozes e castanhas, são bem-vindas. “Leites e derivados também são
excluídos da dieta, assim como as leguminosas, como o feijão, a ervilha e
a lentilha”, diz. O azeite é um dos óleos saudáveis e permitidos, já os
alimentos industrializados, de qualquer tipo, são abolidos. Segundo
Karla, quando a dieta é seguida de forma correta, ela é muito válida,
mas que o consumo liberado de fontes proteicas de origem animal (carnes
em geral) deve ser visto com cautela, já que o excesso de proteínas pode
causar uma sobrecarga renal. “Além disso, dependendo do tipo e
corte da carne, ela contém uma grande quantidade de gordura saturada,
que pode levar a doenças cardiovasculares”, alerta. A nutricionista
ainda alerta para o consumo de cálcio. “ele pode sim ser adquirido
através de fontes vegetais, porém nem sempre é muito fácil atingir a
recomendação diária, uma vez que os leites e derivados também não fazem
parte da dieta. Tudo feito com moderação pode trazer bons resultados”,
aconselha. O que pode na dieta paleolítica: - Todos os tipos de carnes - Nozes, castanhas, pistache e oleaginosas em geral - Gorduras, como o azeite de oliva - Frutas - Verduras - Legumes - Água O que não pode: - Leites e derivados - Leguminosas, como feijão, ervilha e a lentilha - Óleos como o de soja, de canola e de girassol - Açúcares de qualquer tipo - Alimentos industrializados - Grãos ou alimentos com trigo, centeio, arroz ou derivados Fonte: iG
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