Óleos de cozinha são a principal fonte do nutriente.
Os de canola e amendoim são os mais indicados para o uso diário
Rio - Quanto mais gordurosa, mais saborosa é a comida. E também menos saudável. Certo? Depende. A gordura, muito associada às doenças do coração e à obesidade não é tão vilã como se imagina. Alguns tipos dela são importantes para uma boa saúde. Tanto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as gorduras representem 30% do total de calorias consumidas por um adulto em um dia. No preparo da comida, os óleos são os tipos de gordura mais usados.
O ideal, dizem especialistas, é que toda a gordura ingerida seja ‘boa’ (monoinsaturada e poli-insaturada). Mas, caso haja o consumo de gorduras ruins (saturadas e trans), ele deve se restringir a 10% do total de calorias diárias. “O corpo tolera somente o consumo de 10% de gorduras ruins, e precisa de pelo menos 20% de gorduras boas no total calórico diário”, diz o nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia José Alexandre Portinho.
Em relação aos óleos de cozinha, é preciso escolher os mais adequados. “O melhor óleo é o que tem mais gorduras insaturadas e menos saturadas. As insaturadas permitem a maior absorção das vitaminas A, D, E e K, além de ajudarem no desenvolvimento celular. Já as saturadas aumentam o mau colesterol e os problemas cardíacos”, explica Portinho.
Entre os óleos, os de canola, girassol e amendoim são os que menos têm gorduras saturadas. Já o de soja é o que mais tem. O azeite de oliva extravirgem é considerado o mais saudável de todos, pois ajuda a reduzir o colesterol. “Ele tem muita gordura insaturada e pouquíssima saturada”, diz Portinho.
Entretanto, além da atenção quanto à quantidade de óleo consumido, é importante atentar para a forma com que ele é usado. Para que um óleo permaneça saudável é preciso que ele suporte temperaturas elevadas (180 a 200 graus) sem sofrer alterações em sua estrutura — o que não é observado no azeite de oliva, que oxida a uma temperatura de 180 graus. “É melhor usar o azeite à mesa, cru. Já o óleo de amendoim é o que mais suporta o aquecimento, mantendo suas características. Ele é pouco absorvido pelo alimento, o que impede que a comida fique encharcada”, opina Rafael Bedore, da indústria Sementes Esperança.
Apesar de nem todos os óleos vegetais serem benéficos à saúde, não há gordura mais perigosa que a animal, extremamente nociva ao organismo. “Aquelas gorduras que se apresentam no estado sólido em temperatura ambiente, geralmente de origem animal, são as grandes responsáveis pelo aumento do colesterol ruim, acumulando placas de gordura nas artérias e elevando o risco de problemas no coração”, afirma Bedore.
TIPOS DE ÓLEO
SOJA
Contém muita gordura poli-insaturada, que diminui o LDL (colesterol ruim), mas também reduz HDL (colesterol bom).
MILHO E GIRASSOL
Assim como o de soja, contêm mais gordura poli-insaturada. Tem ainda vitamina E, que protege de doenças.
CANOLA
Contém quase 60% de gordura monoinsaturada, que ajuda na redução do LDL, prevenindo doenças.
AMENDOIM
Tem mais de 60% de gordura monoinsaturada. Assim como o de canola, permite a mistura de óleo novo e usado, sem afetar a qualidade do produto.
AZEITE
O melhor para se consumir cru. O extravirgem, mais puro, possui muita gordura insaturada, pouquíssima saturada, além de vitamina E.
Estadao
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