7.29.2010

Nunca diga Não


Nunca diga "não" só porque sim!
Já pensou na quantidade de "Nãos" que por dia diz ao seu filho?

“O desejo de expansão da criança é tão forte, deseja tão ardentemente apoderar-se de tudo o que a rodeia que entendemos ser nosso dever moderar-lhe os impulsos, e muitas vezes, em vez de lhos moderarmos, imobilizamos-lhos. Dizemos-lhe «não».”

Já pensou na quantidade de “Nãos” que por dia diz ao seu filho? Já pensou que essa atitude pode bloqueá-lo nas suas acções, dotá-lo de insegurança e/ou até promover alguma falta de auto-estima. Lanço-lhe então um desafio, tente contabilizá-los e segundo algumas indicações que revelo, tente identificar quais os “Nãos” que mais utiliza.

Pergunto-lhe, quantas vezes diz:
- “Olha que não consegues.” – Sabemos que tem noção das potencialidades do seu filhote/a, mas ser um pai/mãe Pessimista não será de certo a solução, pois, deste modo, está a indicar-lhe que não acredita nas suas capacidades.

Sugiro antes que diga afectuosamente: “Boa tentativa! Agora vou ajudar-te e para a próxima já fazes melhor.” Incentive-o a tentar, participe e ajude-o sem o substituir nas suas acções, mostrando que estará sempre presente.

- “Olha que vais cair.” – Através do Poder da Sugestão leva o seu rebento a acreditar em si e em muitas vezes a desistir das tentativas seguintes, pois sugestivamente acaba sempre por cair e acreditar que não é capaz. Diga antes: “Boa! Vamos ver até onde consegues.” Assim estará a apoiá-lo e a fazer com que acredite que é capaz.

- “Não toques, olha que ficas doente.” – Compreendemos que considere o mundo um meio cheio de perigos para a saúde do seu bebé, e que o queira proteger, mas ao ser Hiper-protector/a está a impedi-lo/a de interagir, algo que mais tarde poderá revelarse em medos que não compreende, tais como uma troca de afecto com um animal, um simples brincar com um objecto ou até mesmo com outra criança.

Solicitamos que seja mais moderado/a nos seus comportamentos e lembro-lhe que se encontra perante um momento fundamental para promover a segurança do seu filho/a e ensiná-lo a cuidarse.

Experimente: “Atenção, essa pedra está suja, por isso ‘Não’ a leves à boca e depois de brincares com ela peço-te, por favor, que laves as tuas mãos, para que continues saudável”, reforce estas indicações e irá ficar orgulhoso/a dos resultados.

- “Não faças. Não quero” – Uma das frases mais utilizadas, a Forma Imperativa do ‘Não’, aquela que mais confunde a criança pois não entende porque tudo lhe é negado. Sugiro um simples porque, após a negação, algo que lhe explique e o faça compreender a razão de um ‘Não’ tão firme, e acredite que o seu filho/a irá ouvi-lo.

Seja positivo/a, desafio-o/a a cerrar os lábios cada vez que quiser dizer um ‘Não’, pois estes são poderosos e por isso devem ser utilizados nas alturas certas e explicados devidamente.

Pois, como deve ter reparado não erradicámos o ‘Não’ do seu discurso, simplesmente sugerimos uma linguagem mais positiva e equilibrada, pois por vezes um ‘Não’ na altura certa e devidamente justificado, também é uma lição necessária para que o seu pequenote/a aprenda que nem sempre tudo lhe pode ser acessível.

Peço-lhe agora que reflicta e treine as estratégias mais adequadas, aos seus valores e ritmos do seu filho/a. Caso precise de apoio, o ‘Projecto Bebé +’ terá todo o gosto em ajudá-lo/a neste caminho, que permitirá à sua criança desenvolver um comportamento mais saudável, responsável e com maior capacidade de convivência com outras crianças, pois a sua própria linguagem será mais direccionada para uma comunicação não violenta e com tendências para a cooperação.

Por fim deixo/a com uma história para reflectir:
"Uma criança estava a andar de baloiço e como havia uma fila de crianças a aguardar a sua vez, a mãe grita-lhe «Sai do baloiço. Já chega.» ao qual a criança responde «Não saio. Quero andar mais».

Escusado será dizer que esta situação gerou discussão e birras. Outro familiar aproximou-se da criança e disse «Já viste aqueles meninos? Eles estão a aguardar para andar de baloiço e só podem andar se tu saíres, e como já andaste tanto tempo...» a criança prontamente responde saindo do baloiço «Ahh... Tá bem. Assim eu saio».

Agora pergunto: «Valerá mais a pena poupar 5 minutos de discurso compreensivo, dando ordens e perder horas numa birra? Ou perder 5 minutos a falar com o seu filho/a de forma pausada, positiva e ganhar assim horas de alento?» Deixo-o/a agora na sua reflexão e lembre-se, nunca diga ‘Não’ só porque sim, diga antesLouis Corman

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