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7.30.2010
Uribe engrossa a campanha de Serra
Principal aliado dos EUA na América Latina, Álvaro Uribe, o presidente em fim de mandato da Colômbia, parece que resolveu engrossar a campanha de José Serrra no Brasil. Histérico, ele fez duros ataques ao governo Lula, simplesmente porque este tentou esfriar a grave crise que abala Venezuela e Colômbia. De imediato, suas declarações de “condenação” ao presidente Lula foram amplificadas pela mídia, que usa o capacho ianque como novo cabo-eleitorial do demotucano.
Contribuições ao programa tucano
O novo show de pirotecnia tem jeito de ação orquestrada. Com dificuldade para criticar os rumos da economia brasileira, José Serra concentra sua fúria contra a política externa do governo Lula, com ataques ao Mercosul, Bolívia, Cuba e Venezuela. No mesmo rumo, Hillary Clinton, a dama de ferro dos EUA, não disfarça sua rejeição à orientação soberana do Itamaraty. Já a mídia venal amplifica os discursos colonizados. E agora Uribe se soma à campanha. Até parece conspiração!
A partir da próxima semana, quando deixará a presidência, o narcoterrorista Uribe até poderia ser incorporado ao comando da campanha de José Serra. Ainda sem programa, a aliança demotucana poderia incluir algumas de suas idéias. Ele transformou a Colômbia numa colônia dos EUA, com várias bases militares instaladas. Uribe também adotou um método eficiente contra o movimento social, tornando o país o recordista mundial em assassinatos de sindicalistas, segundo a OIT.
Pablo Escobar e o “rapaz bendito”
Muitos demotucanos idolatram Álvaro Uribe. A mídia colonizada também aprecia seus métodos fascistas. Exatamente por isso, todos escondem a sinistra trajetória deste facínora. Suas relações com o narcotráfico e com os grupos paramilitares agora são omitidas. No livro “Amando Pablo, odiando Escobar”, escrito por Virgínia Vallejo, ex-apresentadora de TV e ex-amante do chefão do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, há relatos assustadores sobre esta ligação carnal.
Hoje refugiada, Virgínia descreve como Uribe, quando dirigiu o Departamento de Aviação Civil da Colômbia (1980/82), facilitou o tráfico de drogas aos EUA. “Pablo dizia que se não fosse por esse ‘rapaz bendito’ ele ainda estaria transportando a cocaína em porta-malas de carros... Aviões do narcotráfico podiam aterrissar e levantar vôo diretamente para Bahamas de suas pistas. Uribe tinha dado licença para as pistas e também para toda a sua frota de aviões e helicópteros”.
“El señor de las sombras”
Já no livro “El señor de las sombras”, Joseph Contreras, repórter da Newsweek, confirma as suas relações com os cartéis das drogas e revela seus vínculos com os esquadrões da morte, formados por grupos paramilitares, que já assassinaram milhares de camponeses e líderes oposicionistas da Colômbia. O livro detalha como Alberto Uribe Sierra, pai do atual presidente, chegou a ser preso e como seu processo de extradição para os EUA foi negado graças à ação do influente filho. Um helicóptero do Cartel de Medellín chegou a ser utilizado no enterro do pai de Uribe.
Há ainda um relatório da CIA, datado de setembro de 1991 e recentemente desclassificado, que inclui o facíora colombiano entre os maiores traficantes da América Latina. Na página 82, a agência de espionagem dos EUA faz uma revelação bombástica: “Álvaro Uribe Vélez, político e senador colombiano, dedicou-se à colaboração com o Cartel de Medellín em níveis elevados do governo... Uribe trabalhou para o cartel e é amigo próximo de Pablo Escobar Gaviria”. Toda essa sujeira agora é escondida para recepcionar o novo cabo eleitoral do demotucano José Serra.
Por Altamiro Borges
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