8.24.2010

Missão possível: largar o fumo

Especialistas afirmam que há três tipos de dependentes em tabaco. Para cada um deles há tratamento diferente

Cerca de 80% dos fumantes gostariam de largar o vício, segundo o Ministério da Saúde. Entretanto, nem todos estão preparados para deixar o cigarro. Foi o que afirmou o coordenador do Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo da Unifesp, o pneumologista Sérgio Ricardo Santos.

Em um evento sobre tabagismo realizado pela Pfizer no fim de semana, Santos afirmou que existem três tipos de fumantes: os que vivem em negação e não aceitam falar sobre tabagismo; os que pensam em deixar de fumar, mas adiam a data; e aqueles que querem, de fato, parar e procuram tratamentos.

“Para cada perfil, é necessária uma abordagem diferente. O fumante que pensa em parar já sabe as vantagens e desvantagens. A abordagem nesse caso deve ser baseada em propostas de mudanças de comportamento, como reduzir o consumo e respeitar a lei antifumo”, explica o profissional.

“Já o fumante inveterado deve começar a ler mais sobre o assunto, se abrir para discutir o tabagismo e colocar na ponta do lápis os benefícios de deixar de fumar. Para aqueles que já desejam parar, a abordagem muda. Nesse caso, o ideal é discutir uma data e escolher um tratamento adequado”, orienta.

De acordo com Santos, não basta só o fumante saber os riscos que corre com o cigarro. As informações também devem ser direcionadas aos amigos e familiares do paciente. Segundo o pneumologista, pessoas próximas de quem fuma, como amigos e familiares, podem ajudar na luta contra o tabaco.

“Existe uma pressão do próprio fumante para deixar de fumar. Mas isso não acontece de uma hora para outra. Não podemos ser hipócritas: o cigarro é prazeroso e deixar de fumar é difícil”, diz o pneumologista.

Segundo ele, o medo dos sintomas da abstinência (dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração, tremores nas mãos e aumento do apetite) podem atrapalhar quem deseja parar de fumar. Mas não há o que temer: existem tratamentos que ajudam o fumante a superar os sintomas e ter mais qualidade de vida.

“Se o fumante reconhece que largar o vício não é sofrível, consegue deixar de fumar”, orienta Santos, ressaltando que as melhores taxas de sucesso são obtidas em tratamentos orientados por médico.

No município do Rio, existem cerca de 100 locais que oferecem tratamento gratuito contra o tabagismo. Para saber onde fica a unidade mais próxima, ligue para 3523-4025.

O Dia

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