Cirurgia Íntima:design vaginal

Cirurgia íntima ainda é um tabu
Estudo mostra que 20% das britânicas gostariam de passar por operação de design vaginal, mas poucas admitem

Mulheres comentam com as amigas o desejo de colocar silicone e fazer lipoaspiração, mas um tipo de cirurgia feminina ainda é um tabu: as de design vaginal. Apesar de pouco comentadas, pesquisa mostrou que mais de 20% das britânicas gostariam de passar por uma cirurgia íntima. O estudo, realizado pelo site ‘The Good Surgeon Guide’, mostrou que 24% delas evitam fazer sexo devido ao aspecto da vagina.

O Hospital Municipal Carlos Tortelli, em Niterói, realiza este tipo de cirurgia pelo SUS. Segundo o chefe do setor de plástica da unidade, Antônio Américo dos Santos Gonçalves, por mês são operadas 12 pacientes, encaminhadas pelos postos de saúde, onde o diagnóstico pode ser feito em consultas ginecológicas.

“Já operei pacientes que tinham terminado casamentos devido à vergonha do tamanho dos pequenos lábios. Outras deixaram de ir à praia porque o excesso de pele deixava uma protuberância no biquíni. A cirurgia resolve não só o problema estético, mas melhora o aspecto psicológico.”

De acordo com o cirurgião plástico Cláudio Bicudo, o primeiro passo é aceitar e assumir o problema. “A partir daí, a mulher deve procurar um especialista que mostrará que esse incômodo não se trata de nenhum bicho de sete cabeças: existem outras mulheres com o mesmo problema”, explicou.

Américo explica que, geralmente, o crescimento dos pequenos e grandes lábios têm causas genéticas ou são resultado de alterações hormonais ou uso contínuo de anabolizantes. “A maioria das pacientes tem de 18 a 40 anos, faixa etária em que a atividade sexual é maior”, conta o cirurgião plástico André Colaneri. “O pós-operatório não é doloroso e a volta ao trabalho ocorre em três dias após a operação.”
POR PÂMELA OLIVEIRA
O Dia

Você já ouviu falar em ninfoplastia?
Eu não conhecia o termo até receber um release que me deixou curiosa. São cirurgias plásticas que modelam a vulva. Embora ainda não existam números oficiais do crescimento desse tipo de procedimento no Brasil, os médicos relatam que há uma busca crescente por eles nos consultórios. A intervenção pode ser feita tanto por um cirurgião como por um ginecologista. À primeira vista, pode parecer a mais absurda das obsessões estéticas. Depois de conversar com a médica Luciana Pepino, que faz esse tipo de operação, entendi o quanto a anatomia das genitais feminina pode ser incômoda.

A ninfoplastia mais comum, segundo Luciana, é a cirurgia que reduz o tamanho dos pequenos lábios. “São mulheres que têm os pequenos lábios tão grandes que chegam a ficar pendurados. E isso as incomoda quando estão nuas com seus parceiros, mas também dá para ver quando elas usam roupas justas, biquínis ou maiôs”, diz. O segundo tipo mais pedido é o que reduz o tamanho do monte de vênus. “Quando a gente faz uma lipo na barriga, elas pedem para diminuir lá também”. Segundo Luciana, a maioria das pacientes que a procura têm, de fato, alguma alteração significativa no desenho das genitais e chega no consultório com muita vergonha de expor o corpo. “Mas quando eu percebo que a mulher quer mudar algo que está normal ou que é impossível fazer o que ela gostaria, me recuso a operá-la”, diz.

As cirurgias costumam durar quarenta minutos e custam, em média, de R$3 mil a R$ 5 mil. Durante um mês, as operadas devem evitar roupas justas e ter relações sexuais.

Rev. Época