8.26.2010

Síndrome do olho seco se agrava com baixa umidade; saiba como evitar



A cidade de São Paulo registrou o índice de umidade do ar mais baixo do ano --13%-- na quarta-feira (25), e entrou em estado de atenção pelo terceiro dia consecutivo. Além de agravar doenças respiratórias, o tempo seco causa o ressecamento dos olhos.

Baixa umidade relativa do ar agrava a síndrome do olho seco; saiba como evitar e veja como tratar

Chamada síndrome do olho seco, a doença é a segunda maior causa de atendimento nos consultórios oftalmológicos nesta época do ano, depois da refração, segundo informações da ONG Apos (Associação dos Portadores de Olho Seco).

O problema afeta 10% da população adulta em todo o mundo e, no Brasil, estima-se que 18 milhões de pessoas sofram com a doença, sobretudo nas grandes cidades.

DOENÇA

O olho seco é uma doença crônica, caracterizada pela diminuição da produção de lágrima ou deficiência de seus componentes. Os sintomas são ardor, irritação, olhos vermelhos, fotofobia, lacrimejamento excessivo, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares com ar-condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do dia.

De acordo com o oftalmologista e diretor da Apos, José Álvaro Gomes, a doença está relacionada à exposição de determinadas condições do ambiente como poluição, ar-condicionado, uso prolongado do computador e uso de lentes de contato. "Também pode ser provocada por queimaduras químicas, alguns medicamentos, idade avançada e doenças do sistema imunológico", afirma Gomes.

O especialista aconselha a quem trabalha o dia todo em um ambiente fechado, com ar-condicionado ligado, a fazer pausas a cada uma hora, deixar o monitor abaixo da linha do olhar e sempre lembrar de piscar. "Na sala com ar-condicionado, deixar um aquário ou uma vasilha com água pode ajudar", indica.

Quando não é diagnosticada e tratada corretamente, pode evoluir para uma lesão da superfície ocular e, em alguns casos, até levar à perda da visão.

TRATAMENTO

O tratamento para a síndrome é basicamente sintomático e pode variar de acordo com o grau da secura ocular, segundo Gomes, desde a substituição e conservação da lágrima e dietas ricas em ômega 3 --óleo de linhaça, verduras, nozes e peixes--, até cirurgias nos casos mais graves.

Se o problema não for diagnosticado ou tratado corretamente, a síndrome do olho seco pode evoluir de um pequeno desconforto a complicações mais sérias, como úlceras e perfurações da córnea.

"Nunca utilize medicamentos por conta própria. Em caso de dúvida, procure sempre um oftalmologista, só ele pode indicar qual é a melhor forma de tratamento
Danilo Verpa/Folhapress

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