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8.22.2010
Sob olhar da comunidade internacional, Irã inaugura sua primeira usina atômica
22 de agosto de 2010 | 0h 00
A corporação nuclear russa Rosatom informou que o Irã inaugurou ontem sua primeira usina nuclear, Bushehr, construída por engenheiros russos às margens do Golfo Pérsico. O diretor da Organização da Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, e o chefe da Rosatom, Serguei Kirienko, assistiram à cerimônia oficial de inauguração, que tem a aprovação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Irã e Rússia garantem que Bushehr será destinada unicamente a gerar eletricidade e suas instalações não podem ser utilizadas para objetivos militares.
BUSHEHR - O Irã iniciou neste sábado, 21, operações na primeira usina nuclear do país ao carregar o reator de Bushehr com combustível fornecido pela Rússia. Espera-se que a usina no sul do país comece a produzir energia elétrica dentro de um a três meses.
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A Rússia fornece o combustível nuclear da usina e retira o material utilizado. Especialistas dizem que esta medida praticamente elimina a possibilidade de combustível ser desviado para a produção de armamentos.
O Irã foi recentemente alvo de uma quarta rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa de seu programa de enriquecimento de urânio que é apontado por muito países como indício da meta do país de produzir armas nucleares embora o governo iraniano insista que o objetivo é apenas a produção de energia.
Símbolo
O Irã planeja uma série de eventos para marcar a inauguração da usina, que levou 35 anos para ser construída.
"Apesar de todas as pressões, sanções e dificuldades impostas por nações ocidentais, testemunhamos agora o nascimento do símbolo maior das atividades nucleares pacíficas do Irã", disse o responsável pelo programa nuclear irano, Ali Akbar Salehi.
O urânio usado como combustível na usina tem um nível de enriquecimento de 3,5%, muito abaixo dos 90% necessários para a fabricação de armas. Na sexta-feira, Salehi afirmou que o Irã continuará enriquecendo urânio.
O Irã possui um programa paralelo de enriquecimento de urânio, que é visto com preocupação por países como Estados Unidos e Israel.
Relatos vindos de Washington sugerem que os EUA não fizeram objeções a construção da usina de Bushehr em troca do voto russo na última rodada de sanções contra o Irã.
Correspondentes dizem que o governo americano vem mudando o tom de seus comentários sobre Bushehr, descrevendo a usina como símbolo dos benefícios pacíficos da energia nuclear.
Folha de São Paulo
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