Ao longo deste caminho de “despertar da consciência” estava lendo um texto sobre Honestidade. Sim, e daí? Óbvio que sou honesto e você também, certo?
O texto dizia que piratas, vigaristas e trapaceiros proclamam em alta voz a honestidade deles. Eu pensei enquanto lia: “Essa turma não tem vergonha mesmo!”. Então, tempos depois, caiu uma ficha enorme (na verdade parecia mais um caça níqueis): eu comecei a perceber que passei minha vida julgando as pessoas, mas não parei um minuto sequer para perceber a minha própria desonestidade!
É claro que existem graus diferentes como, por exemplo, roubar um banco ou matar uma pessoa, mas tudo depende da consciência de cada um.
Por exemplo, para o Dalai Lama matar uma flor ou uma formiga é uma transgressão com o Universo e para outros matar por defesa da honra é um fato sem maiores conseqüências.
Quando comecei a pensar a respeito desta pergunta foi uma avalanche desenfreada. Alguns exemplos de “pequenas coisas que todo mundo faz”: colar numa prova, não recolher todos os impostos que deveriam, tentar se beneficiar das “brechas da lei”, dar uma graninha para o guarda, colocar as multas no nome de outra pessoa para não perder a carteira de motorista, dirigir alcoolizado, dirigir acima da velocidade permitida, se aproximar de pessoas com segundas intenções, cobiçar uma mulher/homem bonita(o) passando na rua mesmo que acompanhada(o), manipular pessoas nos relacionamentos e não por interesse genuíno na felicidade delas, tentar levar vantagem em cima dos outros etc. Aliás, e bota “etc” nisso.
Achamos que seremos absolvidos pela crença popular que “todo mundo faz isto”! A impunidade que tanto se fala não é da justiça brasileira, mas sim da nossa própria consciência e de nossos valores morais.
O que temos visto no mundo é um reflexo de nossa própria desonestidade! De que adianta ficar acusando os políticos se nós mesmos não somos exemplo? Eles são apenas um reflexo de nossos valores e atitudes. E se você estivesse no lugar deles com poder nas mãos e acesso ao dinheiro público?
Isto também se aplica aos assaltantes. Se você tivesse nascido em uma favela, passando fome, sofrendo maus tratos de todos e presenciando as maiores atrocidades desde que se entende por gente, você seria um “cidadão honesto”?
Se cada um de nós lembrar que o mundo é um reflexo nosso, começaremos a olhar para dentro e tentar mudar nossos valores e atitudes ao invés de ficar atirando pedras nos outros. Até porque, segundo a lei universal, nós colhemos o que plantamos: se atiramos pedras não podemos esperar que nos atirem rosas de volta.
A questão é que isto é muito fácil de falar e difícil de fazer, pois desde bebês aprendemos a não assumir responsabilidade. Quem assume responsabilidade apanha! “Filho, quem quebrou o porta-retrato?” “Não fui eu mamãe, eu juro! Deve ter sido meu irmão!”
Mas existe esperança! Precisamos reconstruir nossa auto-estima nos tornando mais íntegros sem qualquer supervisão externa ou punição.
Esta é única forma de sabermos se estamos realmente no caminho certo para recuperar nossa integridade.
Uma frase que retrata muito bem esta situação é a de Ghandi:
“Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo”.
autor desconhecido
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