RIO - Anúncios de fast food na TV estão tornando os jovens americanos mais gordos e devem ser banidos da programação para crianças no país, disse um influente grupo de médicos nesta segunda-feira.
- O Congresso e a Comissão Federal de Comércio têm que ser duros com a indústria da comida - disse Victor Strasburger, que escreveu a nova declaração de política da Academia Americana de Pediatria (AAP, na sigla em inglês), um grupo de 65 mil profissionais. - É hora de a indústria da comida mudar sua atitude e não anunciar junk food para crianças. Apenas banindo anúncios de fast food é que conseguiremos diminuir em 17% os números de obesidade e excesso de peso, segundo um estudo.
De acordo com o Centro Americanos para o Controle e Prevenção de Doenças, mais de uma em seis crianças e adolescentes são obesos - até três vezes mais que a geração passada.
Enquanto especialistas concordam que há uma série de razões para este desenvolvimento, eles estão cada vez focando mais na questão do excesso de tempo que se passa na frente das telas - da TV e do computador, cujas mensagens dos anúncios têm efeitos sobre a saúde física das crianças.
Em abril, quatro agências do governo solicitaram comentários públicos sobre um conjunto de princípios voluntários de marketing de comida para crianças, com a Comissão Federal de Comércio afirmando que a obesidade infantil é "a crise de saúde mais séria enfrentada pela juventude hoje."
Mas diretrizes voluntárias não vão resolver o problema, de acordo com a AAP. Aproximadamente um terço dos jovens americanos comem fast food em qualquer dia, afirma a Academia, com o país gastando até US$ 110 bilhões todos os anos com coisas como hambúrgueres e batatas fritas "mais do que o gasto com educação superior, computadores ou carros".
Ficar sentado na frente da TV ou do computador por horas consome um tempo que poderia ser usado para atividades físicas, disse Strasburger, e estudos relacionaram alguns desses hábitos com problemas para dormir.
Outro relatório também publicado na AAP nesta segunda-feira mostra que crianças na pré-escola que tinham TV no quarto demoravam mais para pegar no sono e eram mais sonolentas durante o dia.
Entre crianças que passavam mais de 30 minutos jogando video game, assistindo a TV ou navegando na web uma hora antes de dormir, 28% tinham problemas para dormir comparados com 19% daqueles que tinham menos ou não passavam horas na frente da tela.
- Os pais devem servir de exemplo para seus filhos e limitar o tempo que passam assistindo a TV - disse Dayna M. Maniccia, da Universidade do Estado de Nova Iorque em Albany. Ela também fala de se usar um dispositivo eletrônico que assegure os adultos de que a TV desligou numa determinada hora. - Limitar os anúncios seria um passo importante para melhorar as saúdes das crianças. As mais novas não conseguem distinguir entre anúncios e programas.
Várias empresas já se comprometeram a mudar a publicidade para escolhas mais saudáveis para crianças e jovens, no entanto, a pesquisa do ano passado mostra que redes de fast food estão intensificando o marketing dirigido a crianças e bebês.
- É tudo uma cortina de fumaça. As grandes corporações estão basicamente interessadas em ganhar dinheiro, não em fazer bons produtos nutritivos
O Globo.
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