Excesso de horas a frente do computador assistindo a conteúdo erótico reduz a libido e o interesse sexual. Veja como tratar o transtorno
Rio - ‘Sou viciado em sexo virtual. Viro a noite em salas de bate-papo erótico, vídeos pornôs e strip-teases. É uma forma de prazer que foge ao controle”, diz L.V., 35 anos. Ele é o que a medicina classifica como dependente de cybersexo. O transtorno, típico dos tempos atuais, pode resultar, na vida real, em anorexia sexual — falta de desejo, desinteresse por se relacionar e até mesmo impotência.
“O corpo deixa de reagir às sensações sexuais reais”, simplifica a presidente da Associação Brasileira de Sexualidade, Carla Cecarello. “A pessoa fica tão fissurada em buscar conteúdo pornográfico na rede, que perde a coragem de estar ao vivo com alguém. A timidez passa a ser notória entre esses indivíduos, que se satisfazem através da masturbação em excesso”.
“O impulso de querer ver pornografia é humano. A Internet tornou a busca fácil e farta”, observa o psiquiatra Aderbal Vieira, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, da Unifesp. “O problema não é ver pornografia. É transformar isso na única forma de se satisfazer”, afirma.
“O diagnóstico se dá quando o vício por sexo virtual afeta a vida real — na família e no trabalho”, destaca o psiquiatra Amaury Mendes Júnior, professor do ambulatório de sexologia da UFRJ.
Perdeu emprego
É o caso do designer M., 29. “Eu tinha namorada, mas sentia mais prazer em sites de sexo ao vivo. Tornou-se obsessão, inclusive durante o trabalho Até que me flagraram, perdi o emprego, e ela me deixou”.
Para controlar o vício, ele passou a frequentar reuniões dos Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (www.slaa.org.br), onde o compulsivo tem como meta evitar recaída nas próximas 24h. Já a anorexia sexual pode ser revertida em alguns meses, se tratada adequadamente. “Deve-se analisar o histórico de vida sexual, entender o que motivou essa compulsão e mostrar que há outras formas de prazer”, explica Amaury.
O Dia
POR GISLANDIA GOVERNO
“O corpo deixa de reagir às sensações sexuais reais”, simplifica a presidente da Associação Brasileira de Sexualidade, Carla Cecarello. “A pessoa fica tão fissurada em buscar conteúdo pornográfico na rede, que perde a coragem de estar ao vivo com alguém. A timidez passa a ser notória entre esses indivíduos, que se satisfazem através da masturbação em excesso”.
Arte: O Dia
Pesquisa da Sociedade Italiana de Andrologia e Medicina Sexual comprova que muitos homens que começaram a acessar pornografia a partir dos 14 anos já apresentam queda na libido, pois desenvolveram a sexualidade a partir de relações sem conexão com a vida real. No levantamento da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, 80% dos viciados em cybersexo são homens, e 16% gastam, em média, 14 horas por semana buscando conteúdo erótico.“O impulso de querer ver pornografia é humano. A Internet tornou a busca fácil e farta”, observa o psiquiatra Aderbal Vieira, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, da Unifesp. “O problema não é ver pornografia. É transformar isso na única forma de se satisfazer”, afirma.
“O diagnóstico se dá quando o vício por sexo virtual afeta a vida real — na família e no trabalho”, destaca o psiquiatra Amaury Mendes Júnior, professor do ambulatório de sexologia da UFRJ.
Perdeu emprego
É o caso do designer M., 29. “Eu tinha namorada, mas sentia mais prazer em sites de sexo ao vivo. Tornou-se obsessão, inclusive durante o trabalho Até que me flagraram, perdi o emprego, e ela me deixou”.
Para controlar o vício, ele passou a frequentar reuniões dos Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (www.slaa.org.br), onde o compulsivo tem como meta evitar recaída nas próximas 24h. Já a anorexia sexual pode ser revertida em alguns meses, se tratada adequadamente. “Deve-se analisar o histórico de vida sexual, entender o que motivou essa compulsão e mostrar que há outras formas de prazer”, explica Amaury.
O Dia
POR GISLANDIA GOVERNO
“Vai passar. Quem é que nunca ficou sem vontade de fazer sexo?” É isso que se diz até sem querer. Mas depois essa pergunta também tende a sumir. “O corpo pára de desejar. A mente de imaginar”. A sexualidade mergulha em um oceano escuro e deixar de mandar e receber sinais. Os pesquisadores chamam isso de anorexia sexual.Seria a parte mais baixa de uma curva que mede o desejo sexual, durante a qual a mulher deixa de ter vontade de fazer sexo e não apenas isso, deixa de sonhar e fantasiar e passa a não conseguir nem mesmo ser receptiva às tentativas de aproximação do companheiro.Sexo e comida são ligados por um fio muito fino: assim como existe a anorexia alimentar, existe também aquela sexual. Muitas pessoas sofrem deste mal e nem chegam a se dar conta. Este distúrbio para o casal é uma bomba destrutiva. Acontece que um dos dois deixa de ter desejo, a intimidade diminui assim como qualquer contato físico sem intenções sexuais, como demonstrações de afeto, carícias, abraços, beijos e etc. O corpo do outro não inspira mais paixão e o próprio não é mais percebido como algo que pode despertar o desejo no parceiro. O resultado? O parceiro começa a pensar que deixou de ser importante, que não é desejável, se torna inseguro, perde a confiança nos próprios dotes e começa a procurar fora da relação gratificações. Vocês conseguem imaginar o sentimento de desilusão e decepção?
O sexo é uma atividade que se reforça com a prática e abandonar-lo significa entrar em um círculo vicioso no qual fica muito difícil recuperar o tempo perdido. Quem sofre de anorexia sexual passa de animal sexuado a ser um animal assexuado. A doença é uma resposta errada à nossa natureza como ser humano. O homem é um animal sexuado e por isso é sensível ao sexo permanentemente, 365 dias por ano.Na origem deste distúrbio estão causas complexas e mais diferentes entre si. Se não se encontram problemas de natureza orgânica e psíquica, a queda no desejo sexual pode ser culpa da dinâmica da relação do casal. A sexualidade é condicionada pela qualidade da relação que aparentemente não têm nada a ver com o sexo.Algumas doenças, desequilíbrios hormonais, remédios, amamentação, cansaço psicofísico, períodos negros nos quais os objetivos e stress (muito trabalho, crianças pequenas e etc.) absorvem completamente o individuo, depressão… Todas estas coisas podem ser apontadas como causas de uma anorexia sexual. E tudo tende a ficar pior se existem problemas de relacionamento entre o homem e a mulher.Quando a comunicação e a intimidade vacilam, a primeira vitima é a sexualidade, principalmente aquela da mulher. Conviver com um partner pouco sensível e introvertido é agonizante e frustrante, e é nestas condições que a sexualidade acaba sendo inibida. A mulher vive o sexo de uma maneira mais emotiva em relação ao homem, então quando esta não se sente o suficiente amada, entendida e apreçada, reage se distanciando sexualmente. Ás vezes, incompreensões, cansaço e nervosismo amplificam todos os problemas.
As mulheres que sofrem anorexia sexual, geralmente são aquelas muito inteligentes, extremamente sensíveis e com um culto pela perfeição estética.São aquelas Marias que costumam dizer: “Se ele me quer, se quer o meu corpo, deve passar pela minha alma e enfrentar a minha mente”. A mulher que vive na falta de desejo sexual pode ter momentos de bulimia erótica que não equivaleria a uma superação do problema, mas sim a uma ação desesperada, para se liberar da angustia da situação.O hábito de reconhecer, comunicar e desejar resolver um problema de origem sexual, a inquietude e insatisfação com a vida sexual é uma conquista relativamente recente. Foi alcançada com a consciência do quanto uma vida sexual satisfatória seja importante para o equilíbrio e saúde psicofísica de um casal e para o seu crescimento em harmonia e serenidade.
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