Desocupação da USP
O Globo (opais@oglobo.com.br) Com CBN e Bom Dia São Paulo
SÃO PAULO - Cerca de 400 policiais militares da tropa de choque promoveram a reintegração de posse do prédio da reitoria da USP, com o apoio de helicópteros. A operação teve início às 5h10m da manhã, com a retirada de um grupo de estudantes. Cerca de 70 alunos, que estavam detidos dentro do prédio, foram encaminhados para um Distrito Policial próximo à universidade. Dois estudantes que tentaram furar o bloqueio da PM também foram detidos.
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RELEMBRE:Justiça de SP concede reintegração de posse de prédio da USP invadido
- A ação do Choque é até desocupar, a perícia chegar, ver quais foram os danos e terminar toda a operação. Aí continua o policiamento diário [no campus] - informou a coronel Maria Yamamoto, porta-voz da PM.
Os estudantes estão sendo levados em ônibus para o 91º DP (Ceasa). Não há informações de feridos e não houve resistência, já que os estudantes foram surpreendidos enquanto dormiam.
A polícia diz ter apreendido coquetéis molotov na reitoria. Há relatos de móveis quebrados e de paredes pichadas no interior do prédio. Alguns estudantes da USP estão reunidos na Praça do Relógio e fazem uma assembleia.
O fim do prazo dado pela Justiça para os estudantes desocuparam o prédio da reitoria terminou às 23h de segunda-feira, mas os alunos decidiram manter a ocupação.
Os alunos iniciaram a ocupação do prédio desde a madrugada da última quarta-feira. Eles exigem o fim da presença da Polícia Militar dentro do campus.
Os estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas (FFLCH) decidiram em assembleia realizada na noite de segunda-feira manter a ocupação do prédio da reitoria. A decisão de cerca de 350 alunos ocorreu por volta das 23h, horário em que terminou o prazo para a desocupação. Pouco após a decisão, os universitários passaram a atacar os jornalistas que cobrem o caso, arremessando paus e pedras contra eles.
A Polícia Militar tinha autorização desde as 23h de segunda-feira para esvaziar o prédio ocupado pelos universitários.
A assembleia realizada durante a tarde rejeitou as propostas levantadas durante reunião entre reitoria e integrantes do movimento. Os representantes da comissão de negociação, os professores Wanderley Messias, da Faculdade de Geografia, superintendente de relações institucionais da USP, e Alberto Amadio, da Faculdade de Educação Física e membro do gabinete do reitor, mantiveram as propostas anteriores: a universidade se compromete a rever processos administrativos contra funcionários e estudantes, caso a caso, mas não abre mão do convênio para a presença da Polícia Militar no campus. Mas a reitoria se comprometeu a não punir estudantes e funcionários pela participação na invasão do prédio.
Na semana passada, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara de Fazenda Pública, que concedeu a reintegração de posse, havia autorizado, "como medida extrema", o uso de força policial. Ela ressalvou, no entanto, que contava "com o bom senso das partes e o empenho na melhoria das condições de vida no campus".
No fim de semana, a USP já tinha admitido abrir negociações e discutir com alunos e trabalhadores da instituição o aperfeiçoamento e o detalhamento do convênio feito entre a universidade e a Polícia Militar (PM). O convênio foi firmado após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, assassinado dentro do campus em 18 de maio deste ano.
Segundo a direção da USP, uma comissão mista formada por representantes dos estudantes, dos funcionários e da reitoria passaria a decidir sobre os termos do convênio. A formação da comissão está atrelada à desocupação do prédio da reitoria.
- O convênio é um acordo genérico entre as partes. Evidente que esse convênio tem que ter um plano de trabalho anexo, que sequer houve tempo de ser feito, dado os incidentes, os ocorridos. Não tivemos tempo de detalhar. Mas isso vai ser detalhado, e agora com uma novidade: com a participação deles [os alunos] - disse o professor Wandeley Messias da Costa, superintendente de relações institucionais.
Costa ressaltou que a reitoria não está disposta, em nenhuma hipótese, a cogitar a possibilidade de revogação do convênio com a PM.
- O que a universidade coloca é que nós podemos e devemos discutir com os alunos e com outros membros da universidade o detalhamento e aperfeiçoamento do convênio - disse.
A reitoria da USP também já havia aceitado reavaliar os processos abertos contra funcionários e estudantes. De acordo com o superintendente, há processos na Justiça devido a atos de depredação desde 2007, em outra ocupação estudantil da reitoria, que durou de 55 dias.
- Não cabe a nós anistiar ninguém por atos praticados dessa natureza. Mas há outros processos, de natureza administrativa, sobre os quais nós poderíamos ter interferência e teremos. A novidade é que isso não vai ser tratado só pelo pessoal da área jurídica, mas também pela comissão de negociação - disse.
A rediscussão da presença da Polícia Militar no campus da USP e a reavaliação dos processos contra os alunos e trabalhadores da universidade estão entre os principais pontos reivindicados pelos estudantes que ocupam a reitoria.
A reitoria foi invadida na última terça-feira, quando os alunos deixaram a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) onde estavam desde a detenção de três estudantes que fumavam maconha, na semana passada, como forma de protestar contra a presença da Polícia Militar no campus da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista.
As câmeras de segurança da reitoria flagraram a ação dos alunos invasores da reitoria. Eles forçaram a entrada do portão até que ele cedesse. Os alunos estavam encapuzados e destruíram as câmeras de vigilância com porretes. Uma das gravações termina quando um aluno destrói o equipamento.
O Globo (opais@oglobo.com.br) Com CBN e Bom Dia São Paulo
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- A ação do Choque é até desocupar, a perícia chegar, ver quais foram os danos e terminar toda a operação. Aí continua o policiamento diário [no campus] - informou a coronel Maria Yamamoto, porta-voz da PM.
Os estudantes estão sendo levados em ônibus para o 91º DP (Ceasa). Não há informações de feridos e não houve resistência, já que os estudantes foram surpreendidos enquanto dormiam.
A polícia diz ter apreendido coquetéis molotov na reitoria. Há relatos de móveis quebrados e de paredes pichadas no interior do prédio. Alguns estudantes da USP estão reunidos na Praça do Relógio e fazem uma assembleia.
O fim do prazo dado pela Justiça para os estudantes desocuparam o prédio da reitoria terminou às 23h de segunda-feira, mas os alunos decidiram manter a ocupação.
Os alunos iniciaram a ocupação do prédio desde a madrugada da última quarta-feira. Eles exigem o fim da presença da Polícia Militar dentro do campus.
Os estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas (FFLCH) decidiram em assembleia realizada na noite de segunda-feira manter a ocupação do prédio da reitoria. A decisão de cerca de 350 alunos ocorreu por volta das 23h, horário em que terminou o prazo para a desocupação. Pouco após a decisão, os universitários passaram a atacar os jornalistas que cobrem o caso, arremessando paus e pedras contra eles.
A Polícia Militar tinha autorização desde as 23h de segunda-feira para esvaziar o prédio ocupado pelos universitários.
A assembleia realizada durante a tarde rejeitou as propostas levantadas durante reunião entre reitoria e integrantes do movimento. Os representantes da comissão de negociação, os professores Wanderley Messias, da Faculdade de Geografia, superintendente de relações institucionais da USP, e Alberto Amadio, da Faculdade de Educação Física e membro do gabinete do reitor, mantiveram as propostas anteriores: a universidade se compromete a rever processos administrativos contra funcionários e estudantes, caso a caso, mas não abre mão do convênio para a presença da Polícia Militar no campus. Mas a reitoria se comprometeu a não punir estudantes e funcionários pela participação na invasão do prédio.
Na semana passada, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara de Fazenda Pública, que concedeu a reintegração de posse, havia autorizado, "como medida extrema", o uso de força policial. Ela ressalvou, no entanto, que contava "com o bom senso das partes e o empenho na melhoria das condições de vida no campus".
No fim de semana, a USP já tinha admitido abrir negociações e discutir com alunos e trabalhadores da instituição o aperfeiçoamento e o detalhamento do convênio feito entre a universidade e a Polícia Militar (PM). O convênio foi firmado após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, assassinado dentro do campus em 18 de maio deste ano.
Segundo a direção da USP, uma comissão mista formada por representantes dos estudantes, dos funcionários e da reitoria passaria a decidir sobre os termos do convênio. A formação da comissão está atrelada à desocupação do prédio da reitoria.
- O convênio é um acordo genérico entre as partes. Evidente que esse convênio tem que ter um plano de trabalho anexo, que sequer houve tempo de ser feito, dado os incidentes, os ocorridos. Não tivemos tempo de detalhar. Mas isso vai ser detalhado, e agora com uma novidade: com a participação deles [os alunos] - disse o professor Wandeley Messias da Costa, superintendente de relações institucionais.
Costa ressaltou que a reitoria não está disposta, em nenhuma hipótese, a cogitar a possibilidade de revogação do convênio com a PM.
- O que a universidade coloca é que nós podemos e devemos discutir com os alunos e com outros membros da universidade o detalhamento e aperfeiçoamento do convênio - disse.
A reitoria da USP também já havia aceitado reavaliar os processos abertos contra funcionários e estudantes. De acordo com o superintendente, há processos na Justiça devido a atos de depredação desde 2007, em outra ocupação estudantil da reitoria, que durou de 55 dias.
- Não cabe a nós anistiar ninguém por atos praticados dessa natureza. Mas há outros processos, de natureza administrativa, sobre os quais nós poderíamos ter interferência e teremos. A novidade é que isso não vai ser tratado só pelo pessoal da área jurídica, mas também pela comissão de negociação - disse.
A rediscussão da presença da Polícia Militar no campus da USP e a reavaliação dos processos contra os alunos e trabalhadores da universidade estão entre os principais pontos reivindicados pelos estudantes que ocupam a reitoria.
A reitoria foi invadida na última terça-feira, quando os alunos deixaram a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) onde estavam desde a detenção de três estudantes que fumavam maconha, na semana passada, como forma de protestar contra a presença da Polícia Militar no campus da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista.
As câmeras de segurança da reitoria flagraram a ação dos alunos invasores da reitoria. Eles forçaram a entrada do portão até que ele cedesse. Os alunos estavam encapuzados e destruíram as câmeras de vigilância com porretes. Uma das gravações termina quando um aluno destrói o equipamento.
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