Diante da imprensa, Obama reafirmou seu compromisso com Israel. Afirmou que o compromisso dos EUA com a segurança do Estado judeu é “sólido como uma rocha“, que os laços entre os dois países são “inquebrantáveis” e que “todas as opções estão na mesa”, uma metáfora para manter aberta a possibilidade de destruir militarmente o programa nuclear do Irã. Obama disse saber que é “inaceitável” para Israel que o Irã, cujos líderes pregam a destruição de Israel, tenha armas nucleares, mas reafirmou acreditar que “há uma janela que permite uma resolução diplomática para o assunto”.
“Sei que tanto o primeiro-ministro quanto eu preferimos resolver isso diplomaticamente. Nós entendemos os custos de qualquer ação militar. E quero garantir tanto ao povo americano quanto ao povo israelense que estamos em constante e próxima conversa. Acho que o nível de coordenação e consulta entre nossos militares e inteligência não apenas neste assunto mas em muitos outros é sem precedentes. E eu pretendo ter certeza que isso continue assim durante o que será uma série de meses difíceis, acredito, em 2012. |
Acredito que acima e além (…) estão dois princípios, princípios antigos da política americana que você reiterou em seu discurso de ontem – que Israel deve ter a habilidade de sempre se defender sozinho contra qualquer ameaça; e quando se trata da segurança de Israel, Israel tem o direito, o direito soberano de tomar suas próprias decisões. Acredito que é por isso, senhor presidente, que o senhor estima que Israel se reserve o direito de se defender. Afinal de contas, este é o princípio do Estado judeu – de restaurar ao povo judeu o controle de seu próprio destino. E é por isso que minha responsabilidade suprema como primeiro-ministro de Israel é garantir que Israel continue dono de seu próprio destino”. |
Em primeiro lugar, porque seria muito difícil para os EUA se manterem neutros diante da aliança firme que mantêm com Israel. O ataque implicaria ajuda financeira e militar a Israel em um momento no qual os EUA tentam sair da crise econômica e deixaria a diplomacia americana ainda mais exposta entre as populações do mundo árabe, que, apesar de animosidades com o Irã, podem se solidarizar com o país dos aiatolás, etnicamente persa, mas também muçulmano. Em segundo lugar, o ataque traria implicações pessoais para Obama. Ele se prepara para disputar a reeleição e uma guerra contra o Irã seria, certamente, um fator complicador.
Como disse em suas últimas falas públicas, Obama vê o Irã abalado por sanções econômicas sem precedentes, dividido internamente e perto de perder seu maior aliado no mundo árabe, a Síria de Bashar al-Assad. Ele acredita que, com mais pressão sobre o Irã, pode fazer com que Teerã abandone de uma vez por todas sua ambição nuclear (o que não é garantido no caso de um ataque militar). Falta só combinar com Benjamin Netanyahyu.
Fotos: Pablo Martinez Monsivais / AP
José Antonio Lima
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