3.05.2012

Nem sempre a depressão significa tristeza, na maioria das vezes o sintoma principal é a queda de energia.

Depressão: não é preguiça nem falta de força de vontade

Na depressão, o tratamento rápido, intensivo e completo (até o desaparecimento total dos sintomas) diminui as chances de recaídas, de depressões de tratamento difícil no futuro e de atrofias de Hipocampo. Esse dado é especialmente válido para portadores de depressão que perdem meses em psicoterapias e tratamentos alternativos. Terapia é importante, mas na depressão ela é ator coadjuvante e não principal.
1) Sintomas:
Os mais comuns são tristeza, desânimo, insônia, apatia, falta de alegria, de apetite (algumas pessoas tem aumento de sono e de apetite), de desejo sexual, falta de vontade ate mesmo de fazer coisas simples tipo tomar banho, assistir televisão ou ler um jornal. Sensação da falta de sensações. Ou seja, basicamente uma diminuição geral do nível de energia da pessoa.
Ocorrem pensamentos pessimistas e repetitivos que não saem da cabeça. A pessoa perde o interesse por coisas que gostava de fazer ou por pessoas com as quais gostava de conviver. Parece que não consegue se concentrar numa leitura ou guardar na memória o que leu.
Às vezes aparecem ataques de ansiedade com sudorese, palpitações e tremor, verdadeiros ataques de pânico, o que não quer dizer que você também tenha a Síndrome do Pânico.
Também podem ocorrer Pensamentos Obsessivos: a pessoa sabe que eles não fazem sentido mas não consegue tirá-los da cabeça. Por exemplo: conferir portas e janelas, achar que poderia fazer mal a si mesmo ou a outras pessoas, etc. Essa pensamentos podem fazer parte da Depressão e não quer dizer que a pessoa também esteja sofrendo de distúrbio obsessivo compulsivo.
Problemas que antes eram resolvidos com facilidade se tornam tarefas pesadas e difíceis. Coisas que antes eram agradáveis se tornam sem graça.
Alguns casos de Depressão se caracterizam por dores vagas e difusas pelo corpo ou na cabeça, com vários exames laboratoriais normais. O intestino pode ficar preso, a boca amarga, a pele envelhecida, os cabelos e as unhas fracos e sem brilho.
Muitas vezes aparecem pensamentos de “dormir e não acordar mais”. Algumas pessoas se sentem como se estivessem separadas do mundo por uma redoma de vidro.
Outras não conseguem nem sentir alegria nem tristeza (“sensação da falta de sentimentos”).
A pessoa pode ficar com “idéias fixas”. As principais são as seguintes:
Acha a situação financeira ruim e sem perspectiva.
Se sente culpado por coisas que fez e que não fez. O passado volta carregado de auto-recriminações, de arrependimentos, de coisas erradas que fora da Depressão a pessoa nem se lembra que existiram.
Durante a fase depressiva a auto-estima fica abaixo de zero.
Acredita estar passando por uma doença incurável.
Evidentemente nem todas as pessoas com Depressão apresentam todos esses sintomas.
As pessoas mais idosas podem apresentar um quadro clínico com falta de memória importante, às vezes mais evidente do que a própria Depressão.
Outras pessoas tem nítida piora da Depressão quando o tempo está nublado. É o que se chama de Depressão Sazonal. Ela pode ser muito bem tratada com Fototerapia.

2) Causas, fatores desencadeantes e situações que propiciam o aparecimento da Depressão:
Existem muitas. Geralmente é uma combinação de mais de uma causa. Por exemplo:
  • Predisposição genética
  • Depressões anteriores. Depressão, “quanto mais tem mais tem e quanto menos tem menos tem”. Daí a importância de começar a tratar o quanto antes.
  • Personalidade perfeccionista, detalhista
  • Distimia
  • Distúrbio Obsessivo Compulsivo
  • Psicose
  • Situações difíceis, desgastantes, frustrantes.
    Perda de pessoa querida, de dinheiro, de posição profissional ou social, aposentadoria, etc.
  • Gravidez, Parto (Depressão Puerperal) e Menopausa
  • Síndrome do Pânico
  • Stress Pós Traumático: experiência traumática na qual a pessoa se sentiu indefesa ou humilhada ou sem possibilidade de reação, por exemplo assalto, seqüestro, acidentes
  • Psicose
  • Medicamentos: Corticóides, Quimioterapia, Interferon, Pílula Anticoncepcional (causa comum de depressão em mulheres jovens), Implantes Hormonais, Betabloqueadores, Parlodel, Digitálicos, Dissulfiram, Reserpina, Cinarizina, Neurolépticos, Benzodiazepínicos, Barbitúricos, etc
  • Drogas ou álcool, Anfetaminas, Anabolizantes
  • Doenças Sistêmicas: Hepatite (principalmente a C), Hiper- e Hipotireoidismo, Câncer, Pneumonia, Mononucleose, Reumatismo, Insuficiência Cardíaca, Infarto, Ponte de Safena, Asma, Insuficiência Respiratória, Apnéia Obstrutiva do Sono, Câncer, Esclerose Múltipla, Doença de Cushing, Diabetes, Anemia Perniciosa, Lupus, Artrite Reumatóide, Aids, Hipovitaminoses, Doença de Wilson, Sífilis, Huntington, Lupus, Poliarterite Nodosa, Hipovitaminoses, Insuficiência Renal
  • Doenças cerebrais: Traumatismos cranianos, Acidente Vascular Cerebral (“derrame”), Insuficiência Circulatória Cerebral, Alzheimer, Arteriosclerose, Esclerose Múltipla, Parkinson, Huntington, tumores benignos e malignos, Epilepsia, Aneurismas, Enxaquecas, etc.
    Dores crônicas, Fibromialgia
  • Radioterapia
  • Manifestação pára-neoplásica
3) O que é esta Depressão:
De uma maneira bem simples, seu cérebro é formado por inúmeras células que se comunicam entre si através de substâncias químicas chamadas Neurotransmissores e por algum motivo eles não estão “circulando” como deveriam. Por isso você se sente sem pique, com a concentração e a memória fracas, meio “devagar” (algumas pessoas sentem na verdade agitação, ao invés de apatia) e com alguns dos outros sintomas descritos acima.
4) Uma Depressão pode ser “química” apesar de ter causa externa?
Sim. Muitas vezes ela começa reativa a algum problema real, mas com o tempo vai se tornando física. Úlcera, Infarto, gastrite e muitas outras doenças são desencadeadas por um Stress e no entanto depois também se tornam físicas.
Mas é importante você saber que os eventos de vida que desencadearam a ou as primeiras depressões são cada vez menos necessários. Ou seja: com o tempo ela pode aparecer sozinha sem absolutamente nenhum motivo.
É por isso que é tão importante tratar logo e de maneira completa.
5) Tratamento:

A) Antidepressivos.
São remédios que corrigem o metabolismo dos Neurotransmissores. Eles não são calmantes e nem estimulantes, não criam dependência física e nem psíquica.

B) Psicoterapia.
Pode ser útil, pois a Depressão afeta a pessoa como um todo e quase nenhuma doença se restringe apenas ao seu aspecto físico. Traços de personalidade assim como problemas atuais ou passados podem ter algo a ver com a Depressão. Existem várias técnicas de Psicoterapia e algumas são mais indicadas que outras.
Se a Depressão apresenta certo grau de intensidade, a medicação tem prioridade absoluta com relação à terapia. A Psicoterapia pode esperar um pouco para ser iniciada, mas a medicação não, pois todas as pesquisas indicam que quanto mais rápido começar o tratamento medicamentoso maior é a chance de não se ter recaídas mais tarde.

C) Tempo para começar a melhorar.
Quase todos os Antidepressivos precisam de 3 a 6 semanas para fazer efeito. Não interrompa o tratamento por não sentir melhora nos primeiros dias. Uma maneira de apressar a melhora é tratar com Antidepressivo no soro.

6) Para a família:
Geralmente a família sofre porque não consegue ajudar e sobrecarrega porque vê a pessoa passar por especialistas, fazer exames, tomar calmantes, estimulantes e vitaminas sem melhora. Então começa a dizer que é fita, “frescura”, falta de força de vontade, e começa a dar palpites para a pessoa “se ajudar” “se animar” “reagir” e etc., como se ela não soubesse de tudo isso …
A Depressão não é sinal de fraqueza de caráter e nem passa somente com “pensamento positivo”.
A pessoa com Depressão geralmente está completamente indecisa com relação a tudo. Alguém tem que tomar decisões inclusive para iniciar o tratamento.

7) Observações:
A) Algumas vezes o primeiro remédio não produz resultado. Isso não quer dizer que seja um caso grave. Na maioria das vezes basta trocar de medicação.

B) Mesmo que você já esteja se sentindo bem, não interrompa a medicação. Seu médico deve decidir quando diminuir, interromper ou trocar de medicação. Mesmo que sua depressão seja curta, o tratamento será longo. Na verdade, quanto mais tempo você tomar o Antidepressivo, menor é o risco de uma outra depressão no futuro.

C) Decisões importantes com relação a problemas atuais de sua vida devem ser tomadas depois da Depressão ter melhorado. No momento todos os seus pontos de vista estão pessimistas e você está arriscado a tomar decisões que não tomaria se não estivesse deprimido.

D) A Depressão pode voltar? Muitas vezes pode. Existem fatores que serão avaliados para se chegar a uma conclusão. Porém, hoje em dia existem várias possibilidades de se fazer um tratamento preventivo para evitar esse problema.

E) Se quando parar ou diminuir a dose do Antidepressivo os sintomas da Depressão voltarem, não quer dizer dependência da medicação, mas sim que ainda não era hora dessa parada. Antidepressivos não criam dependência. A Depressão é que algumas vezes exige tempo de tratamento mais longo.

F) Alguns Antidepressivos podem apresentar alguns efeitos colaterais que nem sempre ocorrem e geralmente são muito fracos e não chegam a incomodar.

G) Um bom condicionamento físico é sempre importante, pois a ginástica libera Endorfinas, que são nossos Antidepressivos naturais e aumentam nosso bem estar. O intestino funciona melhor, a pressão arterial fica mais estável, etc.

H) Yoga, meditação, massagem de relaxamento: sempre ajudam e muito, principalmente as duas primeiras.

I) Diminuir álcool e cafeína (café, chá preto, chá mate, refrigerantes) sempre ajuda.

Concluindo: a Depressão é uma doença que incomoda muito a vida do paciente e de sua família. Por outro lado, costuma ser fácil de tratar. Assim como na Depressão a pessoa não consegue se imaginar bem, quando ela passa a pessoa não consegue imaginar como era possível estar tão mal tão pouco tempo atrás.
Fonte: Mental Help. Dr Rubens Pitliuk e equipe.

2 comentários:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Que tipo de mãe você é?

“Vou ser uma boa mãe?” Qualquer mulher que tenha, planeja ter filhos – ou que até carrega um bebê na barriga – já se fez essa pergunta. Faça o teste e descubra que tipo de mãe você é.
1. Se, no meio da semana, sua filha pedir para dormir na casa da amiga, você:
diz "não" antes mesmo de terminar de ouvir o pedido: não há hipótese de permitir isso em plena quarta-feira.
deixa, mas com condições. Depois, liga para a mãe da amiga e leva sua filha até a porta da casa dela.
permite, sem discutir. Ela já tem idade suficiente para saber que no dia seguinte tem aula de manhã.
2. Em uma reunião na escola, você descobriu que seu filho tem sido mal-educado com os colegas e professores. Você:
chega em casa aos gritos já enumerando a lista de castigos que ele terá de cumprir para se redimir do péssimo comportamento e não conversa sobre o ocorrido.
chama o garoto para uma conversa com o objetivo de descobrir o que causou as atitudes e, a partir disso, decide como vai proceder.
com o tom doce de sempre, pergunta para a criança: "O que fizeram para que você agisse assim?"
3. Se você encontra cigarro nos pertences do seu filho:
faz o maior escândalo, joga o maço fora e avisa que não vai mais dar dinheiro extra a ele - só o essencial.
conversa com o filho para saber o que o levou a fumar, ressaltando os malefícios do cigarro.
finge que não encontrou nada e que não sente cheiro nenhum.
4. Ao arrumar o quarto do seu filho, você:
vê tudo com olhar de detetive, procurando evidência de algo errado.
fica atenta se encontra alguma coisa fora do normal, mas não mexe em coisas pessoais.
só toca nos objetos com autorização dele.
5. Seu filho iniciou a vida sexual. Você:
nunca toca no assunto, já que isso não é conversa para mãe e filho.
tenta sondar alguma informação e dá indiretas sobre proteção e saúde.
deixa que ele conte o que quiser, como achar melhor.
6. Sua filha conta que começou um novo relacionamento. Você:
pede todas as referências imagináveis do rapaz, afinal sua filha não pode sair com qualquer um.
pergunta se ela está feliz e procura saber detalhes do namorado.
diz que as portas de sua casa estão abertas para receber o rapaz.
7. Se sua filha está quieta, isolada e chora quando você pergunta o motivo, você:
em tom de bronca, diz que ela não deve sofrer por nada e por ninguém.
escuta todos os problemas e tenta contornar a situação contando sua experiência ou mostrando alternativas para resolver o problema.
deixa ela desabafar, mas não interfere, mesmo que a chateação dure vários dias.
8. No almoço familiar do domingo, seu filho usa calça jeans de cintura baixa e sua filha, uma minissaia minúscula. Você:
avisa que, com aquela roupa, ninguém sai de casa.
explica que, apesar de estarem na moda, essas roupas podem ser inapropriadas para a ocasião.
não liga: cada um deve se sentir à vontade para usar o que quiser.
9. Empolgada, sua filha pede para fazer uma excursão com a escola - uma viagem cara. Você:
diz "não", antes mesmo de ver com o pai se há condições de bancar o passeio.
avisa que precisa de um prazo para dar a resposta e fazer as contas.
deixa, independente de sua condição financeira.
10. Ao receber um "não", seu filho faz birra e se joga no chão no meio do supermercado. Você:
grita com ele e o levanta, puxando-o pelo braço, com força.
imediatamente censura o comportamento, olha firme para a criança e diz que ela não vai ter aquilo que deseja naquele momento.
dá risada, achando a situação engraçadinha.
11. Em uma briga, o irmão mais velho bate no mais novo. Você:
bate na criança e a deixa de castigo.
diz para o mais velho que aquele comportamento não poderá se repetir.
deixa os dois se baterem. Afinal, é preciso que eles saibam se defender.
12. Seu filho pequeno perdeu um brinquedo na escola. Você:
diz que ele não vai ganhar mais nenhum brinquedo enquanto não for responsável.
antes de tomar qualquer atitude, pergunta para a criança o que aconteceu.
diz que ele não deve se preocupar, já que ele ganhará mais brinquedos.

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Comentario no post errado. Perdão a todos.