4.23.2012

Enxaqueca crônica

Nova abordagem reduz em até 37% dores em pacientes com enxaqueca crônica

Estimulação cerebral não invasiva surtiu efeitos positivos em pessoas que sofriam do problema há mais de trinta anos

Enxaqueca crônica Enxaqueca crônica: pesquisa mostra que esimulação cerebral não invasiva pode ser um tratamento eficaz (ThinkStock)
Uma pesquisa que utilizou estimulação elétrica do cérebro para tratar pacientes com enxaqueca crônica mostrou que os sintomas do problema foram significativamente atenuados após quatro semanas de tratamento. O método foi direcionado ao córtex motor, uma região do cérebro relacionada às atividades motoras voluntárias. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, coordenados pelo brasileiro Alexandre DaSilva, e publicado na edição desta semana do periódico Headache: The Journal of Head and Face Pain.


CÓRTEX MOTOR
É a área do cérebro mais importante no controle dos movimentos voluntários. Fica localizada logo atrás do lobo frontal e à frente do lobo parietal.
cérebro divisão
ETCC
A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) consiste no uso de uma baixa corrente elétrica, por meio de eletrodos, para estimular determinadas regiões do cérebro. É usada no tratamento de distúrbios como a depressão e ansiedade.
Trabalhos anteriores já haviam demonstrado que a estimulação do córtex motor pode reduzir a dor provocada pela enxaqueca crônica. Porém, esse novo estudo é o primeiro a mostrar que a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), um método não invasivo que estimula o cérebro e é usado para que os especialistas analisem aspectos cognitivos da mente humana, pode ajudar casos de pacientes que passam pelo problema há muitos anos e são resistentes aos tratamentos convencionais.
A pesquisa — A equipe selecionou 13 pacientes com enxaqueca crônica, ou seja, que apresentavam ao menos 15 crises ao mês, e que sofriam do problema havia pelo menos trinta anos. Eles passaram por sessões de vinte minutos de ETCC. Após dez sessões, que foram feitas ao longo de quatro semanas, os pacientes apresentaram uma diminuição de 37% na intensidade das dores. Segundo o coordenador do estudo, Alexandre DaSilva, os efeitos do tratamento foram acumulativos, sugerindo que sessões repetidas são necessárias para reverter as alterações no cérebro causadas pela enxaqueca crônica.
"A publicação foi um estudo preliminar, por isso o número ainda pequeno de participantes. Porém os resultados foram estatisticamente significantes", disse DaSilva, em entrevista do site de VEJA.
Comprovada a eficácia no tratamento de pacientes com enxaqueca crônica, os pesquisadores buscaram entender de que maneira ela age em diferentes áreas do cérebro. Para isso, acompanharam, com a ajuda de eletrodos, o fluxo de corrente elétrica cerebral durante a aplicação do método. A equipe observou que a estimulação não só atingiu as áreas mais superficiais do córtex, o que já era esperado, mas também afetou regiões mais profundas do cérebro relacionadas à dor.
"Descobrimos que a dor associada às regiões mais profundas do cérebro pode também ser alvo dessa nova abordagem", afirmou DaSilva. De acordo com o pesquisador, embora os resultados do estudo sejam animadores, há um longo caminho até a aplicação clínica desse tratamento. "Com mais pesquisas, a ETCC pode se tornar, no futuro, uma terapia adicional para a enxaqueca crônica e outros problemas de dor crônica", disse.
 A enxaqueca é uma doença crônica caracterizada por crises de dor de
cabeça auto-limitadas devido a uma disfunção transitória do cérebro. A
dor é geralmente do tipo pulsátil, latejante; tipicamente em um lado da
cabeça, acompanhada de náusea, às vezes vômitos, e sensibilidade à luz
e sons. É uma das cefaléias mais comuns na população geral, presente
de 10 a 20% dos indivíduos. É uma das cefaléias mais incapacitantes,
responsável por uma média de 4 dias de trabalho perdidos por ano nas
pessoas acometidas. Não existe cura para a enxaqueca, mas tratamentos
modernos levam a um ótimo controle da doença, bem como rápido
alívio das crises de enxaqueca.
Apoio:
A enxaqueca é uma doença bastante comum na população geral. São acometidas
aproximadamente 20% das mulheres e 10% dos homens, mas em determinadas faixas
etárias, principalmente na fase mais produtiva, entre 30 e 50 anos, pode acometer ate cerca
de 30% das mulheres.
A enxaqueca é mais comum em pessoas da raça branca, seguida pela raça negra, e
menos comum em orientais.
A enxaqueca é responsável por uma perda média de 4 dias de trabalho por ano nas
pessoas acometidas, sendo uma das principais causas de falta ao trabalho. O impacto da
enxaqueca também atinge atividades familiares, sociais e escolares. O seu custo indireto é
estimado em 13 bilhões de dólares por ano nos estados unidos.
Apesar do grande impacto na sociedade, a enxaqueca é ainda uma doença pouco
diagnosticada, muitas pessoas são acometidas mas não sabem. Por isso, a maioria dos
enxaquecosos não recebem tratamento adequado para as suas dores de cabeça.
Enxaqueca é uma doença multifatorial. Fatores genéticos, ambientais (stress, poluição,
barulho, mudanças climáticas, odores), dietéticos (glutamato monossódico (aji-no-moto),
nitratos (presente em salsichas, salames), aspartame, cafeína (café, cha, coca-cola), álcool
(vinho tinto) e jejum); hormonais (ovulação, menstruação, pílula anticoncepcional) e
irregularidade dos padrões de sono são implicados como mecanismos causadores da
enxaqueca.
Vários tipos de enxaqueca existem. Enxaqueca com aura, enxaqueca sem aura, enxaqueca
basilar, enxaqueca oftalmoplégica, enxaqueca hemiplégica familial, enxaqueca retiniana,
status enxaquecoso, enxaqueca complicada e enxaqueca transformada (cefaléia crônica
diária) são os tipos descritos.
Enxaqueca sem aura é a forma mais comum de enxaqueca, é na maioria das vezes o
que popularmente se chama enxaqueca. A duração das crises é de 4 a 72 horas, e são
necessárias 5 crises para considerarmos o diagnóstico de enxaqueca Os sintomas presentes
na enxaqueca sem aura incluem a dor do tipo pulsátil, de moderada a forte intensidade,
tipicamente em um lado da cabeça. A cefaléia piora com atividades habituais e é
acompanhada de sensibilidade a luz, barulho e cheiros, enjôo, e por vezes vômitos.
Enxaqueca com aura. Apresenta as mesmas características da enxaqueca sem aura,
porém, fenômenos visuais como luzes, pontos escuros, figuras geométricas e até a perda de
uma parte do campo visual são descritas.
A enxaqueca apresenta quatro fases distintas: pródromo, aura, cefaléia e
resolução/pósdromo. Pródromo, ou fase premonitória, consiste no
Apoio:
período anterior a cefaléia, podendo ser de dias precedendo a crise de
enxaqueca. Mais de 50% dos pacientes apresentam sintomas
premonitórios como fadiga, bocejos, retenção de fluido, dor muscular,
desejo para determinadas comidas (chocolates, carbohidratos), alteração
de humor. Acredita-se que boa parte destes sintomas são mediados pelo
sistema dopaminérgico, e que medicações antidopaminérgicas podem
evitar a crise de enxaqueca. Diminuição da serotonina também ocorre na
fase prodrômica.
A aura enxaquecosa é definida por uma disfunção neurológica
transitória originada no córtex cerebral (camada mais externa do
cérebro) ou no tronco cerebral (base do cérebro, área de controle de
funções vitais do organismo). A aura geralmente precede a crise de
enxaqueca, mas também pode acompanhá-la. Em raras ocasiões,
pacientes podem apresentar auras sem cefaléia. A Aura é na maioria das
vezes visual, ou seja, pontos luminosos, linhas em zig-zag, pontos
escuros. Podem ocorre outros tipos de aura, como as auras motoras
(perda de força) ou sensitivas (formigamento ou perda da sensibilidade)
geralmente em um braço, perna, face ou todo lado do corpo. A duração
da aura e geralmente de 5 a 60 minutos, mas pode ser prolongada (mais
que 60 minutos) ou curta (menos que 5 minutos). Auras ocorrem em
cerca de 15% dos pacientes com enxaqueca, e são estes diagnosticados
como enxaqueca com aura. A fase da cefaléia é certamente a que mais
incapacita o sofredor de enxaqueca. A crise típica apresenta a
característica dor pulsátil (latejante), localização em apenas um lado da
cabeça (unilateral), piora da dor com esforço físico, dura de 4 a 72
horas. Apresenta náusea, vômitos, sensibilidade a luz, sons e cheiros
associados a dor. A intensidade da dor é moderada para forte, e a crise
causa grande impacto na vida do paciente, com perda da capacidade
para atividades habituais.
A fase posterior à cefaléia, a fase de resolução ou posdrômica é
caracterizada por intolerância a alimentos, cansaço, dificuldade em
concentração, e dolorimento muscular, esta fase é pouco estudada no
campo da cefaléia, mas acredita-se que ela resulta da recuperação do
organismo posterior a dor de cabeça.
A enxaqueca é diagnosticada através das suas
características clínicas, associada a um exame físico e
neurológico realizado pelo seu médico, para descartar a
presença de doenças outras que podem causá-la. Não há
ate o momento nenhum teste para diagnosticar a
enxaqueca. A Sociedade Internacional de Cefaléia
publicou em 1988 critérios diagnósticos para enxaqueca e
revisou recentemente (2004). O seu médico baseia-se
nestas informações para fazer o diagnóstico de enxaqueca.
Enxaqueca sem aura
A - Pelo menos 5 crises preenchendo critérios B-D
Apoio:
B - Crise de cefaléia durando 4 a 72 horas (não tratadas ou
tratadas sem sucesso)
C - A cefaléia tem no mínimo duas das seguintes
características:
1. Localização unilateral
2. Qualidade pulsátil
3. Intensidade moderada ou severa
4. Agravada por atividade física rotineira
D - Durante a cefaléia, há no mínimo um dos seguintes
sintomas:
1. Náuseas e/ou vômitos
2. Sensibilidade à luz e barulho
E - Não ha evidência no exame físico ou história clínica
que sugira outra doença clínica ou neurológica.
Enxaqueca com aura
A - Pelo menos 2 crises que satisfaçam o critério B
B - Pelo menos 3 das 4 características seguintes:
1. Um ou mais sintomas de aura totalmente
reversíveis que indicam disfunção
focal cortical e/ou do tronco cerebral
2. Pelo menos um sintoma de aura que se
desenvolva gradualmente em mais
de 4 minutos, ou dois ou mais
sintomas que ocorram em sucessão
3. Nenhum sintoma da aura que dure mais de
60 minutos
4. A cefaléia segue a aura com um intervalo
livre inferior a 60 minutos
Uma série de evidências ligam as cefaléias, particularmente a enxaqueca, e os hormônios
sexuais femininos, estrógeno e progesterona.
A enxaqueca na mulher é influenciada por diversas mudanças hormonais ao longo da
vida, tais como, a menarca, menstruação, uso de contraceptivos orais, gravidez, puerpério,
menopausa e terapia de reposição hormonal.
A enxaqueca é mais freqüente nas mulheres (18%) do que em homens (6%), numa
razão de 3:1, porém, em crianças na fase pré-puberal, esta diferença não existe. As crises de
enxaqueca estão ligadas ao período menstrual em 60% das vezes, e ocorrem
exclusivamente neste período em 14% dos casos. Enxaquecas pré-menstruais podem
também fazer parte da síndrome pré-menstrual.
A enxaqueca pode piorar na gravidez, durante o primeiro trimestre, e, embora a
maioria das gestantes fiquem livres de dor de cabeça nos segundo e terceiro trimestres, 25%
das mulheres não apresentam qualquer mudança nas crises durante a gravidez. A enxaqueca
menstrual tipicamente melhora durante a gravidez, potencialmente por causa dos altos
níveis mantidos de estrógeno.
A terapia de reposição hormonal pode exacerbar as crises de enxaqueca, assim como o
uso de contraceptivos orais. A prevalência da enxaqueca diminui com a idade, mas na
menopausa pode ocorrer uma piora.
O tratamento das cefaléias em geral é dividido em dois tipos: o tratamento agudo (para
aliviar a crise de dor de cabeça) e o tratamento preventivo (para evitar o aparecimento das
cefaléias). Tanto o tratamento agudo quanto o preventivo pode envolver remédios
(medicamentoso / farmacológico) ou não (não medicamentoso / farmacológico
A meta do tratamento agudo é promover o alívio da dor o mais rápido possível, sem
efeitos colaterais. Outras questões importantes no tratamento da crise é a comodidade da
via de administração do remédio (sublingual, via retal, via oral, injetável), a taxa de
recorrência (retorno da dor de cabeça em 24 horas), e o custo do tratamento.
No entanto, não há nenhuma medicação perfeita. Alívio imediato pode não acontecer,
efeitos colaterais podem ocorrer, por vezes é necessário o uso de medicações injetáveis, a
dor de cabeça pode voltar no dia seguinte, e o custo dos remédios pode ser alto. Por isso,
pacientes e médicos devem se preparar para escolher qual a melhor estratégia para o
tratamento da crise de dor de cabeça.
Analgésicos comuns
Analgésicos comuns ou simples, são medicamentos que geralmente não precisam de
receita médica, e que são encontrados facilmente em supermercados, bares e lanchonetes.
Os mais comuns são o ACETOMINOFENO ou PARACETAMOL, cujo nome
comercial é tylenol, e a DIPIRONA, com várias formulações comerciais, Doril, Anador,
Cibalena.
Muitos analgésicos apresentam também em suas fórmulas a cafeína.
O custo destes medicamentos é baixo, são úteis para crises de intensidade leve a
moderada, apresentam poucos efeitos colaterais, mas não são eficazes para crises de
enxaqueca mais intensas. Há um grande potencial de cefaléia rebote com o uso excessivo
de analgésicos (mais que 3 vezes por semana).
Antiinflamatórios
São medicamentos usados para dor em geral. Eles agem em uma substância chamada
prostaglandina, diminuindo a inflamação. Vários antiinflamatórios são usados para
cefaléias, tais como DICLOFENACO, INDOMETACINA, NAPROXENO, ASPIRINA.
São eficazes no tratamento das crises de cefaléia, mas apresentam efeitos colaterais
indesejáveis na mucosa do estomago e rins.
A INDOMETACINA é uma medicação especial para dores de cabeça. Alguns tipos de
cefaléias apresentam uma resposta imediata e duradoura a indometacina, são as cefaléias
indometacino-responsivas (Hemicrania continua, hemicrania paroxística crônica, cefaléia
do esforço, cefaléia da tosse, cefaléia da atividade sexual, cefaléia em pontadas).
NOVOS ANTIINFLAMATÓRIOS (INIBIDORES DA COX-2)
Etoricoxib (ARCOXIA) e Celecoxib (CELEBRA) são novos antiinflamatórios cuja
ação e mais específica para dor, causa menos úlcera gástrica e sangramento. O preço, no
entanto, é maior que outros antiinflamatórios convencionais. Recente polêmica quanto à
segurança deste anti-inflamatórios fez com que duas substâncias desta mesma classe
fossem retiradas do mercado, o valdecoxib (BEXTRA) e Rofecoxib (VIOXX).
ERGOTAMINAS
Ergotaminas são medicações antigas para cefaléias, particularmente enxaquecas, cuja
resposta é muito boa em alguns casos. Apresenta efeitos colaterais indesejáveis como
vasoconstrição arterial e náusea. Algumas ergotaminas apresentam preparações com
cafeína. São medicações com grande potencial de causar cefaléia rebote. Exemplos desta
classe de medicações são: Cefalium, Cefaliv, ormigrein, Migrane, Parcel, Tonopan e
dihydergot.
TRIPTANS
Os triptans são medicações criadas especificamente para o tratamento das enxaquecas.
Elas agem nos receptores de serotonina, melhorando a crise de enxaqueca mais
rapidamente, com menos efeitos colaterais que as ergotaminas. O primeiro remédio lançado
foi o SUMATRIPTANO. Recentemente, outros novos triptans como o RIZATRIPTAN,
ZOLMITRIPTAN e NARATRIPTAN estão disponíveis. Apesar de eficazes, o preço dos
triptans é considerado ainda alto.
Agudo não medicamentoso
Além dos remédios, algumas outras estratégias podem ser usadas para o alívio mais
efetivo da crise de dor de cabeça.
A aplicação de uma compressa fria, ou gelo na região cervical e/ou frontal pode ajudar no
alívio da dor. Pessoas com intensa ansiedade na hora da crise, acabam entrando em
desespero, chorando, hiperventilando (respirando aceleradamente), o que causa piora dos
sintomas da crise de cefaléia. Para tais condições, o treinamento de técnicas de relaxamento
pode reduzir e até abolir um número considerável de crises, porém, é preciso um esforço
pessoal do paciente maior.
É o principal tratamento das dores de cabeça, o tratamento preventivo,
também conhecido como profilático, visa evitar as crises, torná-las
menos intensas, menos freqüentes, e mais responsivas ao tratamento
agudo.
Expectativas realistas para o tratamento são necessárias, redução das
crises em 50% acontecem na maioria dos casos.
ANTIDEPRESSIVOS
Mais de 20 diferentes tipos de antidepressivos existem, divididos em
várias classes (tricíclicos, inibidores da MAO, inibidores da recaptação
de serotonina, serotonina e noradrenalina, serotonina e dopamina) porém
poucos são sabidamente eficazes no tratamento das cefaléias. A
medicação mais usada e com comprovação científica mais ampla é a
AMITRIPTILINA, um antidepressivo tricíclico, cujos principais efeitos
colaterais são sonolência (útil para pacientes com insônia), e boca seca.
É uma medicação utilizada para depressão, vários tipos de dor,
Apoio:
ansiedade, insônia, síndrome do cólon irritável e fibromialgia.
Outros antidepressivos são usados para o tratamento da enxaqueca,
cefaléia do tipo tensional e cefaléia crônica diária, porém apenas os
tricíclicos tem sabida eficácia. OS antidepressivos são :
NORTRIPTILINA, IMIPRAMINA, DOXEPINA (classe dos tricíclicos);
FLUOXETINA, CITALOPRAM, SERTRALINA, PAROXETINA,
FLUVOXAMINA (classe dos inibidores da recaptação da serotonina);
BUPROPRION, AMINEPTINA (inibidores da noradrenalina e
dopamina); MIRTAZAPINA, NEFAZODONE, VENLAFAXINA,
ROLIPRAM (inibidores da recaptação da noradrenalina) FENELZINE,
TRANILCIPRAMINE (inibidores da MAO). Recentemente foi lançada
a medicação antidepressiva DULOXETINA, com ação equilibrada de
dois neurotransmissores: a serotonina e a noradrenalina, os resultados
são promissores.
NEUROMODULADORES
São também conhecidas como anticonvulsivantes, medicações
originalmente usadas para epilepsia, mas que são ótimos preventivos
para enxaqueca. O primeiro e mais usado é o ÁCIDO VALPRÓICO.
Efeitos colaterais mais comuns são tremores e aumento de peso.
TOPIRAMATO também vem sendo usado com eficácia para o
tratamento da enxaqueca, e é uma das únicas medicações que podem
induzir a perda de peso, porém podem apresentar distúrbios cognitivos e
formigamentos como efeitos colaterais.
A GABAPENTINA também pode ser eficaz na prevenção da
enxaqueca.
Outros anticonvulsivantes como a LAMOTRIGINA,
CARBAMAZEPINA E HIDANTOÍNA são eficazes para dores do tipo
nevrálgicas (dores faciais, neuralgia do trigêmeo). Novos
anticonvulsiovantes como o LEVATIRACETAM e a ZONIZAMIDA
tem o potencial de também agirem no controle da dor.
BETABLOQUEADORES
São uma das classes de medicações mais antigas no tratamento da
enxaqueca e também eficazes. São também usados no tratamento da
hipertensão arterial. O PROPRANOLOL e o ATENOLOL são os mais
usados, com boa eficácia. Efeitos colaterais são cansaço e depressão.
Betabloqueadores são contraindicados em pacientes com asma. Outros
betabloqueadores como o NADOLOL, PINDOLOL e METOPROLOL
podem também ser usados.
BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO
Uma das teorias para as causas da enxaqueca é a de que ocorre um
distúrbio dos canais de cálcio (parte da célula nervosa). Medicações que
bloqueiam este sistema atuam bem na prevenção da enxaqueca. A mais
usada é a FLUNARIZINA, mas outras medicações como o
VERAPAMIL também são utilizadas, especialmente no tratamento de
enxaquecas hemiplégicas (com perda de força em um dos lados do
corpo) e nas cefaléias em salvas.
OUTROS
RIBOFLAVINA (vitamina B2) e MAGNÉSIO tem sido usados
também com sucesso na profilaxia da enxaqueca. MELATONINA pode
também ser muito eficaz na enxaqueca quando há tipos específicos de
distúrbio do sono envolvidos, e na maioria dos pacientes com cefaléia
em salvas. A toxina botulínica pode ser também utilizada.
PREVENTIVO NÃO FARMACOLÓGICO
Várias estratégias não medicamentosas sabidamente melhoram o
controle das cefaléias.
Identificar e evitar os fatores desencadeantes, não ficar longos
períodos sem alimentação, não fumar, evitar o stress, ter um sono regular
são úteis no controle das crises de dor de cabeça. Fazer exercícios
regularmente pode também reduzir sensivelmente o número de crises.
Quando ansiedade, ou depressão, ou crises de pânico, ou fases de
mania estão presentes, a psicoterapia cognitiva aumenta o grau de
controle das cefaléias. Outras estratégias como o biofeedback, a hipnose
são também úteis em alguns casos.
Acupuntura pode ajudar, e o uso de fitoterápicos e outros
tratamentos não estão ainda bem estudados.
É o principal tratamento das dores de cabeça, o tratamento preventivo,
também conhecido como profilático, visa evitar as crises, torná-las
menos intensas, menos freqüentes, e mais responsivas ao tratamento
agudo.
Expectativas realistas para o tratamento são necessárias, redução das
crises em 50% acontecem na maioria dos casos.
ANTIDEPRESSIVOS
Mais de 20 diferentes tipos de antidepressivos existem, divididos em
várias classes (tricíclicos, inibidores da MAO, inibidores da recaptação
de serotonina, serotonina e noradrenalina, serotonina e dopamina) porém
poucos são sabidamente eficazes no tratamento das cefaléias. A
medicação mais usada e com comprovação científica mais ampla é a
AMITRIPTILINA, um antidepressivo tricíclico, cujos principais efeitos
colaterais são sonolência (útil para pacientes com insônia), e boca seca.
É uma medicação utilizada para depressão, vários tipos de dor,
ansiedade, insônia, síndrome do cólon irritável e fibromialgia.
Outros antidepressivos são usados para o tratamento da enxaqueca,
cefaléia do tipo tensional e cefaléia crônica diária, porém apenas os
tricíclicos tem sabida eficácia. OS antidepressivos são :
NORTRIPTILINA, IMIPRAMINA, DOXEPINA (classe dos tricíclicos);
FLUOXETINA, CITALOPRAM, SERTRALINA, PAROXETINA,
FLUVOXAMINA (classe dos inibidores da recaptação da serotonina);
Apoio:
BUPROPRION, AMINEPTINA (inibidores da noradrenalina e
dopamina); MIRTAZAPINA, NEFAZODONE, VENLAFAXINA,
ROLIPRAM (inibidores da recaptação da noradrenalina) FENELZINE,
TRANILCIPRAMINE (inibidores da MAO). Recentemente foi lançada
a medicação antidepressiva DULOXETINA, com ação equilibrada de
dois neurotransmissores: a serotonina e a noradrenalina, os resultados
são promissores.
NEUROMODULADORES
São também conhecidas como anticonvulsivantes, medicações
originalmente usadas para epilepsia, mas que são ótimos preventivos
para enxaqueca. O primeiro e mais usado é o ÁCIDO VALPRÓICO.
Efeitos colaterais mais comuns são tremores e aumento de peso.
TOPIRAMATO também vem sendo usado com eficácia para o
tratamento da enxaqueca, e é uma das únicas medicações que podem
induzir a perda de peso, porém podem apresentar distúrbios cognitivos e
formigamentos como efeitos colaterais.
A GABAPENTINA também pode ser eficaz na prevenção da
enxaqueca.
Outros anticonvulsivantes como a LAMOTRIGINA,
CARBAMAZEPINA E HIDANTOÍNA são eficazes para dores do tipo
nevrálgicas (dores faciais, neuralgia do trigêmeo). Novos
anticonvulsiovantes como o LEVATIRACETAM e a ZONIZAMIDA
tem o potencial de também agirem no controle da dor.
BETABLOQUEADORES
São uma das classes de medicações mais antigas no tratamento da
enxaqueca e também eficazes. São também usados no tratamento da
hipertensão arterial. O PROPRANOLOL e o ATENOLOL são os mais
usados, com boa eficácia. Efeitos colaterais são cansaço e depressão.
Betabloqueadores são contraindicados em pacientes com asma. Outros
betabloqueadores como o NADOLOL, PINDOLOL e METOPROLOL
podem também ser usados.
BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO
Uma das teorias para as causas da enxaqueca é a de que ocorre um
distúrbio dos canais de cálcio (parte da célula nervosa). Medicações que
bloqueiam este sistema atuam bem na prevenção da enxaqueca. A mais
usada é a FLUNARIZINA, mas outras medicações como o
VERAPAMIL também são utilizadas, especialmente no tratamento de
enxaquecas hemiplégicas (com perda de força em um dos lados do
corpo) e nas cefaléias em salvas.
OUTROS
RIBOFLAVINA (vitamina B2) e MAGNÉSIO tem sido usados
também com sucesso na profilaxia da enxaqueca. MELATONINA pode
também ser muito eficaz na enxaqueca quando há tipos específicos de
distúrbio do sono envolvidos, e na maioria dos pacientes com cefaléia
em salvas. A toxina botulínica pode ser também utilizada.
PREVENTIVO NÃO FARMACOLÓGICO
Várias estratégias não medicamentosas sabidamente melhoram o
controle das cefaléias.
Identificar e evitar os fatores desencadeantes, não ficar longos
períodos sem alimentação, não fumar, evitar o stress, ter um sono regular
são úteis no controle das crises de dor de cabeça. Fazer exercícios
regularmente pode também reduzir sensivelmente o número de crises.
Quando ansiedade, ou depressão, ou crises de pânico, ou fases de
mania estão presentes, a psicoterapia cognitiva aumenta o grau de
controle das cefaléias. Outras estratégias como o biofeedback, a hipnose
são também úteis em alguns casos.
Acupuntura pode ajudar, e o uso de fitoterápicos e outros
tratamentos não estão ainda bem estudados.
Se a cefaléia é uma experiência de quase todo ser humano e a nutrição
elemento crucial na vida de todo ser vivo, a interação dos dois temas é
naturalmente ampla e complexa. Mitos e verdades circundam estes
tópicos, vamos esclarecer a seguir.
Vamos abordar as diferentes tipos de cefaléias que são originadas ao
se consumir determinados alimentos, os diversos fatores desencadeantes
alimentares em enxaqueca, e os recentes achados de suplementações
vitamínicas como tratamento para a enxaqueca.
Tipos curiosos de cefaléias ligadas a alimentação são descritos. A
Cefaléia do Sorvete, ou cefaléia por estímulo frio, é originada após o
consumo de sorvetes, havendo um estímulo das estruturas da boca e
garganta levando à dor de cabeça, é uma cefaléia benigna, cujo
tratamento consiste na retirada do estímulo frio, da ingesta sorvete.
A Cefaléia do Restaurante Chinês, ou cefaléia secundária a ingesta
de glutamato monossódico, também conhecido como agi-no-moto,
também é descrita. Ocorre uma cefaléia após o consumo desta
substância, muito usada na culinária chinesa. O glutamato é um
aminoácido excitatório do sistema nervoso central que faz com que o
sistema de dor esteja mais excitável e propenso a crises.
Vários são os fatores desencadeantes alimentares de crises de
enxaqueca, mas muito mais frequentes são os mitos relacionados a eles.
Podemos dizer que existem três grandes fatores alimentares que causam
enxaquecas: o jejum, as bebidas alcoólicas e a alta ingesta de cafeína
Apoio:
MITOS E VERDADES.
Jejum é um dos mais frequentes desencadeadores de enxaqueca,
juntamente com o stress. Bebidas alcoólicas todas causam cefaléia,
porém os vinhos tintos são mais prováveis de provocar a dor devido ao
seu conteúdo de taninos. A relação álcool – enxaqueca é dose
dependente, se a bebida for consumida em grande quantidade as chances
são maiores da conhecida “ressaca”. Admite-se que um consumo de
mais de 200 mg de cafeína por dia torna um indivíduo mais susceptível
para ter crises de enxaqueca, isto significa o uso de três cafés expressos
por dia, ou cerca de cinco xícaras de café coado, ou cinco latas de cocacola.
Além disso o uso de cafeína após as 18 hs desestrutura o ritmo
normal de sono, o que também pode causar enxaqueca. Uma outra
síndrome é a cefaléia da retirada da cafeína, que acontece quando no
final de semana a tomada de café em grandes quantidades durante a
semana é parada.
Uma lista grande de outros alimentos provocadores de cefaléia
existem, como adoçantes, leite, queijos fortes, frutas cítricas, nozes,
banana, feijão, doces, salsicha, condimentos, pimenta, mas não há
evidência científica que dietas ou mesmo que a busca ativa de
desencadeantes quando eles não são relatados pelo paciente resulte em
algum benefício clínico.
Por último vamos comentar sobre os produtos nutricionais que
podem ser usados na prevenção da enxaqueca. Recentemente alguns
estudos controlados com placebo mostram que a RIBOFLAVINA, a
vitamina B2, em altas doses é significativamente eficaz na profilaxia da
enxaqueca. Da mesma forma, o Magnésio e a Coenzima Q 10 também se
mostraram eficazes. O mecanismo pelo qual estes produtos agem na
enxaqueca é incerto mas é possível que ocorra estabilização de
membrana celular e melhora da função mitocondrial. Outra substância
que age favoravelmente na enxaqueca é a MELATONINA. Estudos
mostram que seus níveis estão diminuídos na enxaqueca e que sua
suplementação é eficaz na prevenção da enxaqueca

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