e a mídia da baixaria

E você? Tem seu preço também? Por quanto
dinheiro passaria uma noite com alguém? R100 mil? R$ 200 mil? Ainda
não? E 500 mil? Pense bem, já dá para comprar a casa dos seus sonhos...
Ainda não? E 1 milhão? Ficou difícil saber se você é um(a) garoto(a) de
programa? Bom, se você naturalmente não titubeou ao responder essa
questão, parabéns! Mas se não, não há motivos para se preocupar. Afinal
de contas, você é – assim como eu - um ser humano criado e nascido em um
mundo onde tudo, tudo mesmo pode ser comprado e deve ser vendido.
Essas mulheres com nome de frutas, e
todas as outras que vivem da exibição de seus corpos são putas. E não
venha falar que estou exagerando. Hoje em dia há dois pensamentos ou
“premissas automáticas” - que são adquiridos por nós no leite da
mamadeira - muito frequentes: “Eu quero trabalhar em algo que me dê
prazer”. Esse pensamento promove grande sofrimento porque a minoria das
pessoas pode alcançar isso. E passam o tempo todo em um dilema. O outro
pensamento que praticamente define a modernidade é o “Eu adoro sexo.
Faço sexo toda hora. Tenho 70 anos, mas agora com o Viagra fico toda
hora, fazendo sexo desesperadamente em todos os cantos da casa e,
portanto, sou uma pessoa feliz e sadia”. Se todos gostam de sexo e
todos desejam trabalhar no que lhes dá prazer, a prostituição é o
caminho. Putas e putos do meu Brasil, parabéns! Vocês conseguiram
conciliar dois grandes problemas modernos e gozam da mais plena
felicidade.
É obvio que não tenho nada a ver com que
as pessoas adultas fazem com seus corpos ou com o que desejam vender,
mas a coisa fica complicada quando 80% do que existe em revistas e
televisão vai no sentido de valorizar essa putaria sem vergonha! Com que
moral você vai reclamar quando estuprarem sua filha de 10 anos, se você
aceita essa cultura? E digo isso para mim também! Penso atualmente que a
única saída para isso tudo é a volta de censura. Esse papo de que
liberdade de imprensa e de expressão é a coisa mais importante é balela,
papo furado. Me diz que tipo de liberdade tem uma crianças de 6 anos
que é bombardeada de bundas, peitos, e mulheres bombadas? Que tipo de
liberdade tem uma adolescente que se acha feia e pensa em suicídio ao
ver na sua frente as 30 capas de revista nas bancas com mulheres que
passam 10 horas por dia na academia?
Acho que a liberdade que se conquistou
as duras penas está se transformando em uma estranha maneira de ditadura
imposta à todos. Quero que minha filha cresça com liberdade de escolher
em ser puta ou professora universitária sim! Mas que, ao menos, ela
possa escolher.
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