e a mídia da baixaria
Corpos
malhados, peitos inflados de silicone, bundas gigantescas. É isso que o
ser humano macho ou fêmea mais deseja nos tempos modernos. Mas não
desejam ver apenas. Todos que compram uma Playboy ou se excitam vendo
uma bunda às 15h da tarde de domingo desejam na verdade possuir esses
corpos. As mulheres querem um corpo igual. Os homens desejam
ardentemente uma noite na cama com este corpo. Para as mulheres, basta
comprar esses corpos com algum dinheiro gasto em academias, lojas e
cirurgias plásticas. Para os homens, basta ter muito dinheiro e certos
contatos no meio artístico. Nessa vitrine nojenta que é a mídia
brasileira todos têm seu preço.
E você? Tem seu preço também? Por quanto
dinheiro passaria uma noite com alguém? R100 mil? R$ 200 mil? Ainda
não? E 500 mil? Pense bem, já dá para comprar a casa dos seus sonhos...
Ainda não? E 1 milhão? Ficou difícil saber se você é um(a) garoto(a) de
programa? Bom, se você naturalmente não titubeou ao responder essa
questão, parabéns! Mas se não, não há motivos para se preocupar. Afinal
de contas, você é – assim como eu - um ser humano criado e nascido em um
mundo onde tudo, tudo mesmo pode ser comprado e deve ser vendido.
Essas mulheres com nome de frutas, e
todas as outras que vivem da exibição de seus corpos são putas. E não
venha falar que estou exagerando. Hoje em dia há dois pensamentos ou
“premissas automáticas” - que são adquiridos por nós no leite da
mamadeira - muito frequentes: “Eu quero trabalhar em algo que me dê
prazer”. Esse pensamento promove grande sofrimento porque a minoria das
pessoas pode alcançar isso. E passam o tempo todo em um dilema. O outro
pensamento que praticamente define a modernidade é o “Eu adoro sexo.
Faço sexo toda hora. Tenho 70 anos, mas agora com o Viagra fico toda
hora, fazendo sexo desesperadamente em todos os cantos da casa e,
portanto, sou uma pessoa feliz e sadia”. Se todos gostam de sexo e
todos desejam trabalhar no que lhes dá prazer, a prostituição é o
caminho. Putas e putos do meu Brasil, parabéns! Vocês conseguiram
conciliar dois grandes problemas modernos e gozam da mais plena
felicidade.
É obvio que não tenho nada a ver com que
as pessoas adultas fazem com seus corpos ou com o que desejam vender,
mas a coisa fica complicada quando 80% do que existe em revistas e
televisão vai no sentido de valorizar essa putaria sem vergonha! Com que
moral você vai reclamar quando estuprarem sua filha de 10 anos, se você
aceita essa cultura? E digo isso para mim também! Penso atualmente que a
única saída para isso tudo é a volta de censura. Esse papo de que
liberdade de imprensa e de expressão é a coisa mais importante é balela,
papo furado. Me diz que tipo de liberdade tem uma crianças de 6 anos
que é bombardeada de bundas, peitos, e mulheres bombadas? Que tipo de
liberdade tem uma adolescente que se acha feia e pensa em suicídio ao
ver na sua frente as 30 capas de revista nas bancas com mulheres que
passam 10 horas por dia na academia?
Acho que a liberdade que se conquistou
as duras penas está se transformando em uma estranha maneira de ditadura
imposta à todos. Quero que minha filha cresça com liberdade de escolher
em ser puta ou professora universitária sim! Mas que, ao menos, ela
possa escolher.
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