Quando sentiram a dor de cabeça, conhecida como "congelamento cerebral" nos EUA ("brain freeze"), eles avisavam os pesquisadores.
Constatou-se, então, por meio de um exame de imagem (doppler transcraniano), que a dilatação da artéria cerebral anterior coincidia com os episódios de dor.
Essa artéria fica bem no meio do cérebro. Quando ela se contraía e o fluxo voltava ao normal, a dor passava.
Editoria de arte/folhapress | ||
Como pesquisas mostram que quem sofre de enxaqueca tem uma tendência maior a sentir dor de cabeça causada por frio, os mecanismos dos dois fenômenos podem ter relações, diz o estudo. A opção por analisar a dor causada por frio é que ela é fácil de controlar, diferentemente da enxaqueca, imprevisível.
Serrador afirma que alterações similares no fluxo sanguíneo podem estar associadas a dores de cabeça após traumas. Se houver uma forma de controlar esse fluxo, novos tratamentos podem ser derivados do achado, como drogas que bloqueiam a vasodilatação repentina
O neurologista Deusvenir de Souza Carvalho, chefe do ambulatório de cefaleia da Unifesp, afirma, no entanto, que o fluxo aumentado de sangue não tem a ver com uma autodefesa do cérebro.
Quando a pessoa está em um ambiente frio ou bebe algo gelado, há uma vasodilatação, diz o médico, mas ela acontece em resposta ao estímulo recebido pelos nervos trigêmeos. A reação desses nervos causa a inflamação e a dor. "A reação é para a pessoa evitar o estímulo do frio."
DÉBORA MISMETTI
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