“NO FUTURO, TODOS SERÃO FAMOSOS POR 15 MINUTOS
A internet abre-se como
um novo mundo de possibilidades. “Qualquer” individuo do planeta pode
ter, gratuitamente, um blog (local para colocar textos), e-mail (correio
eletrônico), canal de vídeo (por exemplo, no You Tube, onde você pode
colocar vídeos que fez), Perfil pessoal (por exemplo, Orkut, um site de
relacionamento virtual em que se faz uma rede de amigos); Fotolog (onde
você pode colocar suas fotos na rede) entre outros.
Uma das novidades é o
Twitter, outro serviço gratuito que permite ao usuário acompanhar e ser
acompanhado por outros, tanto pelo telefone celular quanto pelo
computador. Você se cadastra e então começa a “twittar”. “Fui ao
banheiro”; “Estou Muito Feliz!!”; “Com sono”; “Indo para a academia”
são típicas frases que encontramos no Twitter. Coisa de adolescente?
Coisa boba? Não. O twitter constitui uma nova
ferramenta de expressão comportamental do novo mundo virtual e neste
mundo não há necessariamente idade, sexo, cor etc.
Intrigante é saber se
realmente as pessoas tem o que falar, o que mostrar. A internet – além
de todas as maravilhas – é reflexo de um esvaziamento de sentido que
persegue nossas vidas. Sendo assim, nosso fim de semana na praia grande
(!?) tem mais sentido se coloco as fotos no Orkut. Meu amor é mais amor
se escrevo bem grande “Amor, eu te amo”, na internet para que todos
vejam.
Outra coisa que me
chama atenção, são blogs cujos autores insistem em relatar seu
cotidiano, como num diário. Os diários até então tinham um cunho
estritamente pessoal e funcionavam como um organizador privado de
experiências, o que mudou bastante. Hoje cada passo seu, cada vontade,
cada desejo realizado, pode ser prontamente colocado na internet para
todos verem, e concluírem por fim como você é especial, como você é
interessante, como sua vida é cheia de dores, ou como você é exatamente
medíocre como qualquer cidadão simples sobre a terra.
Ha uma questão que os
blogs e a “banalização” da internet – a partir do fim dos anos 1990 –
trouxe: Todos somos escritores? Todos somos fotógrafos? Afinal,
chegamos no momento em que Andy Warhol (autor da frase do título deste
texto, em 1968) profetizou? Somos todos realmente celebridades? Nossa
vida é digna de ser documentada e acompanhada on-line? Qual seria o
valor de tais manifestações? Fica a pergunta
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