COMPLEXO INDUSTRIAL
Com incentivo do governo federal, o laboratório nacional Cristália amplia a produção de medicamentos biotecnológicos no País
A presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, participaram nesta terça-feira (13) da cerimônia de
expansão do parque fabril do laboratório nacional Cristália em Itapira,
São Paulo. Além de inaugurar sua primeira planta para a produção de
medicamentos biotecnológicos, o laboratório vai expandir a sua unidade
farmoquímica (produção de insumos) e dar início à construção de uma
fábrica de medicamentos oncológicos. Com a ampliação da farmoquímica, a
empresa pretende dobrar sua capacidade produtiva: atualmente, a fábrica
produz 50% dos insumos que comercializa, e importa o restante. A
perspectiva é produzir 100% dos insumos em território nacional. Foram
investidos R$ 208 milhões no empreendimento, sendo R$ 58 milhões
financiados pelo governo federal.
“A parceria com a Cristália é estratégica para o Brasil: reafirma o
compromisso do governo com empresas que pesquisam, geram inovação e
renda para o país. Estamos usando o poder de compra do estado brasileiro
para estimular a indústria nacional. E o fortalecimento da política de
atenção oncológica é um compromisso. Criamos programas para ampliar o
atendimento ao câncer de mama e colo de útero. No ano que vem vamos
vacinar as meninas contra o HPV, principal causador do câncer de colo de
útero.”, afirmou a presidenta Dilma durante o evento.
O ministro Padilha ressaltou que a produção de medicamentos no Brasil
garante segurança para os pacientes, além da geração de trabalho, renda,
desenvolvimento e conhecimento no país. “Com a produção nacional de
medicamentos estratégicos para o SUS, a Cristália beneficia a população
brasileira, que terá acesso garantido aos medicamentos, uma vez que o
país se torna independente da importação desses produtos, e menos
suscetível à instabilidade do câmbio”, afirmou o ministro.
PARCERIAS PARA O DESENVOLVIMENTO –O laboratório
Cristália está envolvido em 31 parcerias com laboratórios públicos e
privados desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para a produção nacional
de medicamentos por meio de transferência de tecnologia, o que permite
ao país a autonomia do processo de produção, desde o desenvolvimento até
a disponibilização do medicamento no mercado. Como contrapartida, o
Ministério da Saúde, por meio do produtor público, compra os
medicamentos do laboratório privado por cinco anos para atender à
demanda do SUS.
Por conta destas parcerias, o Cristália dobrou seu faturamento nos
últimos quatro anos. Sete dos produtos em processo de transferência de
tecnologia que envolvem a Cristália já possuem registro na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e cinco deles já estão sendo
distribuídos aos pacientes do SUS: o imatinibe para Leucemia, os
antipsicóticos clozapina, Olanzapina e Quietipina, e o antirretroviral
Tenofovir. Para a compra desses medicamentos, o Ministério da Saúde
gasta cerca de R$ 400 milhões por ano.
No total, o Ministério da Saúde já assinou 88 PDPs – Parcerias para o
Desenvolvimento Produtivo. Essas parcerias compreendem 77 produtos,
sendo 64 medicamentos, 7 vacinas, 4 produtos para saúde e 4 pesquisas em
desenvolvimento (P&D).
BIOLÓGICOS - A produção do medicamento biológico
envolve a mais alta tecnologia. É feito a partir de material vivo e
manufaturado a partir de processos que envolvem medicina personalizada e
biologia molecular. O Brasil já conta com 24 PDPs para a produção de 14
medicamentos biológicos. Eles representam 5% do total da oferta pública
de medicamentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), mas consomem
43% dos gastos do governo federal com medicamentos (aproximadamente R$ 4
bilhões/ano). As PDPs permitem negociar reduções significativas e
progressivas de preços. Na medida em que a tecnologia é transferida e
desenvolvida, proporcionam uma economia de cerca de R$ 3 bilhões por ano
aos cofres públicos.
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