DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Atualizado às 17h28.
O primeiro-ministro egípcio, Hazem Beblawi, afirmou nesta quarta-feira
(14) que as forças de segurança agiram com "toda moderação" durante a
sangrenta desocupação de partidários do presidente deposto Mohammed
Mursi, reunidos em dois acampamentos no Cairo.
Ao justificar a intervenção da polícia e do Exército, em pronunciamento pela televisão, Beblawi considerou que "nenhum Estado que se respeite teria conseguido tolerar" a ocupação das praças Rabaa al-Adawiya e Nahda por milhares de manifestantes pelo período de um mês e meio.
Massacre provoca renúncia de vice-presidente EUA criticam estado de emergência
AFP/Al-Masriya TV | ||
Primeiro-ministro Hazem al-Beblawi em pronunciamento na televisão após confrontos |
O Ministério da Saúde egípcio confirmou a morte de 235 pessoas em todo o país, sendo 43 deles policiais, e cerca de 2.000 feridos. Já o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad el-Haddad, diz que são mais de 2.000 mortos e 8.000 feridos.
No mesmo pronunciamento, o premiê afirmou que o estado de emergência, iniciado às 16h locais (11h em Brasília), terá a menor duração possível. Mais cedo, a Presidência havia anunciado que ele duraria um mês.
Protesto no Egito
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Engy Imad/AFP
Manifestante ajuda homem ferido durante ofensiva policial que deixou mortos no Cairo Leia mais
O banho de sangue provocou uma crise governamental, com a renúncia do vice-presidente e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, e foi condenado pela ONU e por países ocidentais e muçulmanos.
Dentre as vítimas do confronto, está o cinegrafista da emissora britânica SkyNews Mick Deane, 61, a jornalista Habiba Ahmed Abd Elaziz, 26, da emissora Gulf News. Um repórter da agência de notícias Reuters foi baleado na perna.
Durante o dia, a Polícia egípcia anunciou a detenção de Mohammed al-Beltagy, um dos principais líderes da organização islamita. Ele apareceu em seguida, em discurso transmitido ao vivo pela televisão, negando sua prisão.
A organização islamita divulgou, porém, a morte de Asmaa, 17, filha de Beltagy. Havia informações de que a mulher e a filha do estrategista Khairat al-Shater, ex-presidenciável, haviam sido mortas também.
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