O pão de todo dia
Há uns 6 mil anos, os egípcios se surpreenderam com a mágica
transformação de minúsculos grãos macerados em um alimento de aparência
imponente e sabor agradável. E até hoje há quem se pergunte o que existe
de tão especial no pão para continuar encantando as pessoas através dos
tempos a ponto de tornar sua presença indispensável nas mesas dos
quatro cantos do planeta. Povos anteriores aos egípcios - como os
sumérios, que viveram na Mesopotâmia 8 mil anos atrás - até saboreavam
uma espécie de receita ancestral. Eles misturavam grãos de cereais e
água e, depois, deixavam secar sob o sol, em forma de grandes bolachas,
redondas e achatadas, que teriam alguma semelhança com a pizza atual. Só
que a textura era bem dura, um verdadeiro desafio para os dentes. Mas
diz a lenda que, lá pelo ano 4000 a.C., no antigo Egito, alguém esqueceu
ao relento um pouco de uma massa feita com farinha de trigo - e assim
foi feito o milagre, ou melhor, o fermento. Os gases produzidos por
micro-organismos tentaram, em vão, escapulir da massa, mas foram detidos
pelas proteínas do trigo, isto é, pela gliadina e pela glutelina, que
formam o glúten. O resultado dessa reação química foi que a massa
cresceu e proporcionou um alimento cheio de contrastes: a casca crocante
e o miolo macio.
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