Uma vacina contra pressão alta
Pesquisadores suíços desenvolvem um imunizante que promete dar agir contra a hiperteñsão e ainda acabar obrigação de tomar remédio todo dia por Tetê Cruz
Pesquisadores suíços desenvolvem um imunizante que promete dar agir contra a hiperteñsão e ainda acabar obrigação de tomar remédio todo dia por Tetê Cruz
Nem todos os que sofrem de hipertensão
- e essa gente forma uma legião de 17,5 milhões só no Brasil - têm
disciplina para o ritual de engolir uma ou mais pílulas diariamente. Não
à toa, o anúncio de cientistas do Hospital Universitário Canton de Vaud e do Cytos Biotechnology, laboratório sediado na Suíça, causou estardalhaço no encontro anual da American Heart Association (AHA), realizado em Orlando, nos Estados Unidos, no final do ano passado.
"A vacina,
de efeito prolongado, funcionará como um antígeno para estimular o
sistema imunológico a produzir anticorpos contra a angiotensina II",
explica Juerg Nussberger, um dos autores da pesquisa. A angiotensina II é
uma das moléculas que contraem os vasos sangüíneos do nosso corpo. Não
esperamos neutralizar todo o excesso de angiotensina dos hipertensos com
o imunizante. Mesmo porque não há nem sequer comprimido que faça isso,
esclarece Claudine Blaser, que dirige o laboratório. Os infográficos
desta reportagem esclarecem todo esse complexo mecanismo que leva a
pressão às alturas e o efeito da vacina sobre ele.
Entre os
cardiologistas brasileiros, a novidade suscita um misto de entusiasmo e
cautela. A perspectiva de uma saída terapêutica que não leve à
desistência é algo inovador, mas vamos aguardar mais dados dessa
pesquisa, prefere dizer Luciano Drager, médico especialista em
hipertensão do Instituto do Coração de São Paulo, o Incor.
Artur Beltrame Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão,
pondera que a angiotensina faz parte de um grupo de substâncias
necessárias para garantir que o sangue corra pelo nosso corpo. Bloquear a
sua ação me parece um pouco temerário, ressalva. A expectativa é de que
a vacina venha a ser introduzida no mercado daqui a cinco anos e que
sejam necessárias de duas a quatro injeções anuais, já que a vida média
dos anticorpos é de quatro meses.
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