9.01.2013

Quando MENOS é MAIS....



Desde de pequenos ouvimos dizer que devemos correr atrás dos nossos sonhos e não desistir deles,não é mesmo? Hoje em dia a felicidade é entendida como o hipotético resultado de ter podido satisfazer o maior número de desejos. Isso implica no ardor de ganhar o máximo de dinheiro que puder enquanto houver ar nos pulmões. Se a felicidade é ganhar muita grana,como explicar então as histórias de pessoas que obtiveram uma fortuna inesperada e este foi o início de sua total infelicidade?

É fácil explicar, seus desejos foram realizados através de atitudes mesquinhas e o objetivo não interpretou o que é nobre ou medíocre. O desejo quando vem de uma alma brutalizada e ignorante, a consequência é o sofrimento.
Quando os nossos desejos não tem a compreensão por que convém,origina-se conflitos psicológicos gravíssimos. Alguns distúrbios de comportamento aparecem junto com a ambição desenfreada,algumas pessoas são capazes de tudo e sem medidas querem alcançar o tal  "objetivo de vida".

"Educar também consiste em ensinar a utilizar tanto o acelerador das ilusões quanto o freio do contentamento."

No Novo testamento achei uma frase interessante: "Pois o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo? (Lucas 9,25)

Não dá para julgar o processo espiritual, se quisermos alcançar a paz interior, não há outro caminho, a paz depende da nossa  reforma íntima, temos de rever a nossa escala de valores sempre que o sinal vermelho do bom senso acender. Não podemos deixar a felicidade se assentar no egoismo e descansar em cima dos nossos desejos. Sim, somos livres para fazermos o que quisermos, desde que a integridade física, moral e psicológica do outro sejam preservadas. 

Nossa cultura está baseada no êxito a todo custo, os demais se consideram fracassados ou envergonhados se não carregam dentro de si a vontade de "vencer" na vida como prioridade. E afinal, para que serve a vontade de ganhar tanto dinheiro ou obter tantos títulos? Simples, para ser reconhecido e admirado,essa ânsia advém da baixa auto estima. Estamos doentes espiritualmente quando o TER vem na frente do SER. 
Claro que viver uma vida confortável é bom demais, eu não seria hipócrita, eu mesmo agradeço a Deus todos os dias por ter me dado forças para chegar onde cheguei, mas um bom patrimônio tem mérito  quando não precisamos passar por cima dos nossos valores para adquiri-los. O dinheiro é necessário, muito bom e útil desde que não usemos: a mentira, as armadilhas, as farsas e outras tantas patifarias para conseguir o que queremos.

Quem baseia seu êxito à custa do sofrimento alheio ou as custas de suas armações,este sim, é um grande fracassado. Muitos pais infelizmente não valorizam o filho  que "não é nada na vida além de um mero trabalhador." Filho pobre não dá orgulho, não é troféu.' Sim, são pobres e não encontraram ainda uma outra forma de viver senão matar vários leões por dia. Não lhes restando outra saída, precisam enfrentar de peito aberto suas dificuldades para sobreviver e manter os seus.  Alguns não se deram conta que legitimamente são eles os verdadeiros donos do mundo pois vivem em paz com suas consciências, esses são os grandes vencedores. Poucos podem viver tranquilamente e feliz da vida em qualquer lugar do universo.

Por Gemária Sampaio

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