Para o capitão da seleção brasileira, Neymar pode responder por si mesmo e não precisa de proteção contra imprensa
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O zagueiro do PSG herdou o posto de capitão da seleção do palmeirense Lúcio
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Thiago Silva exaltou o companheiro Neymar
Thiago Silva: Não tem sido nada fácil, você começa a pensar sobre o Mundial todo dia. Fim de noite, ponho a cabeça na cama e pensa como será se vencermos, a loucura pelo país. O futebol é parte da cultura brasileira, está em nosso sangue e imaginar disputá-la no Brasil, então? Se a ansiedade é grande entre os torcedores, dá para ter uma ideia de como funciona com a gente também (risos).
ESPN: É possível ver que você adotou uma postura diferente para essa temporada: se concentrou na parte física, trouxe um fisiologista de sua confiança para o Paris Saint-Germain e cortou até mesmo o chocolate do dia-a-dia.
TS: Essas mudanças estão todas relacionadas com a vinda do Marcelo (Costa, fisiologista com que trabalhou também no Milan, no Fluminense e na seleção anteriormente). Ele sabe demais, estudou muito para isso e me ajuda sempre. É um cara que me dá força e está do meu lado nos momentos difíceis. Tenho plena certeza de que essa temporada começou diferente por causa da chegada dele. Aliás, agradeço ao Milan e ao PSG por me darem a liberdade de trabalhar com alguém que conheço e confio.
ESPN: O Paulo Paixão ressalta sempre a importância de os atletas que atuam fora do país terem esse acompanhamento de profissionais brasileiros.
TS: Exato. Só pode fazer bem. Não tenho dúvida.
ESPN: Você é um capitão que não gesticula, não abre os braços, não faz alarde em campo. É uma forma de não expor também os companheiros?
TS: É verdade. Eu tenho consciência disso. Não é uma postura legal e sempre me recordo disso quando ergo o braço para gritar. Fico até triste porque não é algo que eu aprove ou faça parte do meu estilo. Quando gesticulo pedindo a um colega para marcar alguém, as pessoas podem interpretar de outra forma. Prefiro, então, ficar na minha, posso até gritá-lo, mas não de um modo estabanado. Outro dia, teve uma situação engraçada, fiquei muito puto com o Marquinhos (no PSG), dei uma bronca daquelas, porém, aposto que ninguém notou (risos).
ESPN: Dentro desse papel, existe naturalmente a preocupação com Neymar. Não apenas no sacrifício para permitir que ele brilhe na frente, mas também na proteção que às vezes se faz necessária fora de campo. Em amistoso recente com a África do Sul, em nenhum momento ele parou para falar com a imprensa, por exemplo. Vocês sentem que precisam blindá-lo para que o Brasil tenha sucesso na Copa?
TS: Não diria que blindá-lo das críticas. Blindar é uma palavra muito forte. Faz parecer que ele é burro e burro é tudo que o Neymar não é. Ele é inteligente, adorado por todos, fala bem e pode cuidar de si mesmo. Segurá-lo um pouco naquela ocasião foi uma boa medida porque determinadas pessoas estavam mais interessadas em sua vida pessoal. Sabemos que é um saco ficar respondendo sobre isso de vez em quando.
O Rodrigo (Paiva, diretor de comunicação) e o resto do pessoal fizeram bem em evitar esse contato naquele momento porque tudo que seria perguntado acabaria sendo sobre a Bruna (Marquezine) e a transferência para o Barcelona.
ESPN: Ainda é cedo, mas dá para imaginar um reencontro com o Diego Costa com a Espanha no Mundial?
TS: Essas escolhas são particulares de cada um. Falando por mim, não sei se eu faria nisso e não pode dizer que não o faria porque não estou passando pelo mesmo que ele. De repente, será bacana para ele disputar uma Copa. Não o critico.
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Reuters
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