Ele é ouvido pela Comissão Nacional da Verdade, na DAS.
Presidente de comissão vai pedir um defensor público para acompanhá-lo.
Capiberibe (PSB-AP), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o presidente
da Comissão Estadual da Verdade, Wadih Damous, chegam a delegacia para
conversar com Rogério Pires, caseiro do coronel reformado Paulo Malhães,
morto no dia 25 de abril (Foto: Guilherme Brito/G1)
O caseiro Rogério Pires, que havia
confessado envolvimento no assalto que levou à morte o ex-coronel Paulo
Malhães, em abril, num sítio na Baixada Fluminense, teria negado
participação e autoria no crime, na manhã desta terça-feira (6), segundo
a senadora Ana Rita, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Senado. Ele foi ouvido por integrantes
da Comissão Estadual da Verdade e Comissão Nacional de Direitos Humanos
e Legislação Participativa do Senado, na sede da Delegacia
Antissequestro, no Leblon, na Zona Sul do Rio.A senadora Ana Rita, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Senado, disse que vai acompanhar de perto trabalho polícia e providenciar um defensor público para o caseiro. Ela disse ainda que é fundamental que o caseiro tenha sua integridade física resguardada.
“Ele não confessou participação no crime. Ele é analfabeto, não sabe ler nem escrever. E me causa muita estranheza que nenhum defensor público tenha acompanhado até agora os depoimentos e investigações sobre o caso”, afirmou Ana Rita.
A Comissão Nacional da Verdade ameaçou ir embora da diligência que acompanha as investigações da morte do coronel reformado Paulo Malhães. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que apesar das tentativas de comunicação não houve um aviso prévio à delegada de plantão de que haveria visita à especializada nesta manhã.
"Está evidente a má vontade do estado do Rio de Janeiro com este caso", disse Randolfe. Logo após a declaração polêmica do senador, a secretaria da delagica prontamente autorizou a entrada dos parlamentares na delegacia.
A Comissão de Direitos Humanos do Senado ficou de conversar com Rogério Pires, caseiro de Paulo Malhães, que ao ser preso, confessou ter participado do crime que levou a morte do militar no dia 25 de abril. Semanas antes, Malhães assumiu ter cometido torturas e outros crimes durante a ditadura no Brasil em depoimento para a Comissão Nacional da Verdade.
Ana Rita (PT-ES), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e João Capiberibe (PSB-AP) se encontraram com integrantes das Comissão Estadual da Verdade, presidida por Wadih Damous.
Randolfe Rodrigues, membro da Comissão do Senado, acredita que houve uma falha na proteção a Malhães após o depoimento do militar à Comissão Nacional da Verdade, e diz que a comissão acompanhará a investigação passo a passo.
"Deveriam ter oferecido uma proteção melhor a ele após o depoimento. Nós, na condição de fiscais, não podemos nos omitir", disse Randolfe. Segundo o senador, a conversa com o caseiro Rogério Pires é fundamental para determinar as circunstâncias da morte de Malhães.
Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade, reforçou o pedido de participação da Polícia Federal no caso, e classificou a visita como "fundamental": "Trouxemos a visita para o Leblon porque em Belford Roxo, onde ele estava, não havia carceragem. Teremos muito a conversar com ele", disse Wadih.
Laudo não está pronto
A assessoria da Polícia Civil do Rio informou nesta quinta-feira (1º) que o laudo da necropsia do coronel reformado Paulo Malhães, assassinado no dia 25 de abril, em seu sítio em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ainda não está pronto. De acordo com a polícia, ainda estão sendo recolhidas informações sobre o suposto roubo do disco rígido do computador do militar, citado em reportagem publicada no jornal O Dia.
No dia 29, o caseiro Rogério Pires, que segundo a polícia confessou ter participado do crime que terminou com a morte do coronel, denunciou seus dois irmãos como sendo os homens que invadiram, no dia 25, o sítio do militar. Malhães, que no mês passado contou à Comissão da Verdade que havia participado de sessões de tortura durante a ditadura, morreu enquanto o grupo estava em sua casa.
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