5.05.2014

40% DAS MULHERES NÃO USAM PRESERVATIVO

40% das mulheres não usam preservativo
Veja todos os riscos de transar sem preservativo.

Dados divulgados pelo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) apontam que quase 40% das jovens entre 14 e 25 nunca ou quase nunca usam preservativo. Ainda, quase metade das mulheres teve sua primeira relação sexual entre os 15 e 17 anos.
A negligência nesse primeiro momento da vida sexual acontece devido a alguns fatores: o desconforto de usar um preservativo do tamanho errado, o medo de diminuir o prazer ou interferir na ereção, e a dificuldade em conciliar o momento do sexo e ter o preservativo em mãos.
O fato é que a maior parte das garotas não está atenta às DSTs. O uso das pílulas anticoncepcionais, em especial a pílula do dia seguinte, em oposição a 98% das mulheres reconhecerem o uso do preservativo como o método mais seguro, comprova que o maior medo é o da gravidez. A confiança no parceiro fixo também é um dos motivos que leva a não proteção durante o sexo.
“Além da desculpa do ‘incômodo’, algumas meninas ainda se sentem julgadas ao ter um preservativo na bolsa – o que não deveria mais acontecer. Por isso, sempre buscamos ações que incentivem o cuidado, o uso do preservativo, mostrando que ele pode sim ser um instrumento de prazer na relação”, explica Alfredo Maluf, Diretor da Preserv.
Por que usar camisinha
A impermeabilidade é um dos fatores que mais preocupam as pessoas. Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos esticaram e ampliaram 2 mil vezes o látex do preservativo masculino (utilizando-se de microscópio eletrônico) e não foi encontrado nenhum poro. Em outro estudo, foram examinadas as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo. A borracha foi ampliada 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum exemplar apresentou poros.
Em 1992, cientistas usaram microesferas semelhantes ao HIV em concentração 100 vezes maior que a quantidade encontrada no sêmen. Os resultados demonstraram que, mesmo nos casos em que a resistência dos preservativos mostrou-se menor, os vazamentos foram inferiores a 0,01% do volume total. Ou seja, mesmo nas piores condições, os preservativos oferecem 10 mil vezes mais proteção contra o vírus da aids do que a sua não utilização.

Pesquisa da Unifesp revela que 1/3 dos jovens não usa camisinha

  • Mulheres têm mais relações sexuais desprotegidas do que os homens, mostra levantamento
Jaqueline Falcão

Gabriel, segura a cerveja, em um bar da capital paulista: universitário diz que não usa camisinha quando bebe em excesso
Foto: Michel Filho / Agência O Globo
Gabriel, segura a cerveja, em um bar da capital paulista: universitário diz que não usa camisinha quando bebe em excesso Michel Filho / Agência O Globo
SÃO PAULO - Uma pesquisa, que avaliou o comportamento de risco entre jovens brasileiros, revela que 34% dos jovens entre 14 e 20 anos não usam camisinha. O levantamento apontou ainda que as mulheres fazem mais sexo desprotegido que os homens. Enquanto 29,6% revelaram não usar preservativo nas relações sexuais, na população feminina, o percentual foi maior: 38,2%.
- É muito provável que as meninas estejam em um relacionamento fixo enquanto os meninos podem estar fazendo mais sexo casual - analisa a psicóloga Clarice Sandi Madruga, uma das pesquisadoras da Unifesp responsáveis pelo estudo.
Ainda segundo a pesquisa, 16% engravidaram entre 14 e 20 anos enquanto 32% quando tinham de 14 a 25 anos.
A pesquisa faz parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (II Lenad), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 1.742 entrevistados, entre 14 e 25 anos. Nesta etapa, foi analisado o comportamento dos jovens brasileiros com relação ao uso de álcool e drogas, vida sexual e cuidados com a saúde.

Para a pesquisadora, chama a atenção o índice de aborto entre as jovens. Segundo a pesquisa, 12,4% tiveram a gravidez interrompida quando esta ocorreu entre os 14 e 20 anos de idade. Na faixa etária entre 20 e 25 anos, o índice de abortos foi maior: 14,8%
- Sabemos que o percentual de aborto natural nessa idade é baixo, fica em torno de 7%. Então, acreditamos que muitas dessas meninas estão interrompendo a gravidez de maneira proposital, o que é perigoso, em um país onde a lei é antiquada. Este é um debate que precisa ser feito no Brasil. Quando a mulher não está preparada para levar adiante a gravidez, ela recorre às clínicas clandestinas, o que eleva os casos de mortalidade materna - comenta Clarice.
Jovens ouvidos pelo O GLOBO revelam que não usam camisinha quando estão com uma pessoa conhecida ou em uma balada, principalmente quando já ingeriram altas doses de bebida alcoólica.
- Depende do momento e da menina. Se for amiga, abro mão da camisinha. Mas se eu estiver bêbado, não tem como lembrar de usar a camisinha, exceto se a parceira colocar para mim - conta o universitário Fred, de 20 anos. Ele não quis revelar seu nome completo. Gabriel, de 18, também estudante, diz que faz sexo sem preservativo quando está em uma festa e o clima esquenta. - Depende do meu teor alcoólico. Se bebi muito, nem lembro. Só vou me preocupar com o sexo sem proteção no dia seguinte. Graças a Deus, estou ‘inteiro’, nunca fiquei doente - comenta Gabriel.
Drogas e álcool
A maconha é a droga ilícita mais frequentemente utilizada no Brasil. Segundo o II Lenad, quase 5% da população jovem usou este entorpecente em 2011. Entre a população masculina, 8% dos homens usam maconha e 5%, cocaína. Entre as mulheres, enquanto 1,4% fuma maconha ,2% usam cocaína. Os jovens também contaram terem usado, em algum momento da vida ou no último ano (neste caso, 2011), crack, ecstasy, LSD e solventes.
Os jovens começaram a beber um pouco antes dos 15 anos. Metade dos jovens consomem álcool, sendo 26% o índice entre os menores de idade. Dos que confirmaram beber, a maioria diz que ingere muitas doses rapidamente, a chamada forma de “beber em binge”, que é consumo de quatro doses de álcool ou mais para mulheres ou cinco doses ou mais para homens em um espaço curto de tempo. Destes, mais de 1/3, 33%, bebe desta forma semanalmente.


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