Pacientes infectados fugiram de escola na Libéria após manifestação contra o governo
De acordo com o secretário-geral dos
trabalhadores da saúde na Libéria, George Williams, 29 pacientes com o
ebola recebiam tratamento antes da transferência para hospitais, e nove
já teriam morrido no local. “Todos testaram positivo para o vírus”,
afirmou George.
Testemunhas do incidente informaram
que os agressores eram jovens e invadiram o centro, uma escola no
subúrbio, armados com paus e gritando palavras hostis à presidente da
Libéria, Ellen Johnson Sirleaf.
Os invasores diziam que “não há
ebola” no país onde a crise causada pela doença alcança seus números
mais expressivos, com 413 mortos, segundo o último relatório da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em cinco meses, a epidemia já causou
1.145 mortes nos territórios de Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria.
Joanne Liu, presidente da organização internacional Médicos sem
Fronteiras, disse que a situação em Serra Leoa e na Libéria está fora de
controle.
“É um cenário muito diferente das
outras epidemias anteriores, porque ela não está isolada em vilarejos,
mas se espalhando pelas cidades”, afirmou Joanna.
O especialista norte-americano T.G. Ksiasek, do
Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que foi enviado à
Libéria e já atuou em mais de dez epidemias de ebola, avaliou a
situação: “Esta epidemia se espalhou muito rápido e está durando muito
mais tempo que as outras, é muito preocupante porque não estamos
conseguindo deter o contágio”, disse o especialista.Aperto de mãos vetado
Em Serra Leoa, o governo decretou estado de emergência e criou medidas como a proibição do aperto de mão entre as pessoas, a recomendação para o uso de mangas compridas e o fechamento de bares, restaurantes e cinemas às 19h. Nos estabelecimentos comerciais, as pessoas lavam as mãos em baldes com água sanitária na entrada.
Na chegada e na saída do aeroporto, os passageiros têm a temperatura medida e preenchem um formulário médico. Companhias aéreas como a British Airways suspenderam voos para o país, e empresas estrangeiras, além das embaixadas, estão retirando seus funcionários.
Muitas escolas também estão fechadas, e há corredores sanitários montados nas portas de saída de cidades como Kenema e Kailahun, os locais mais afetados. A ordem é que só podem cruzar as fronteiras portadores de um passe emitido pelo Ministério da Saúde, após exame médico.
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