A Escola de Você é também uma alternativa ao paternalismo de programas sociais - e quer entregar ao indivíduo o controle de sua própria vida
Brasileiro é um
ser tão otimista e de bem com a vida que, em pesquisas, é apontado com
um dos povos mais felizes do mundo. Falácia. De perto ninguém é normal,
já disse nosso tradutor da simbiose cultural nacional. Em outras
palavras, pega mal declarar-se infeliz. É cafona não enxergar uma
maravilha no espelho tendo nascido nessa terra de sol, samba e… bem,
deixa o futebol pra lá.
A verdade, também comprovada em pesquisas, é
que boa parte da população mundial (mais notadamente os mais pobres)
sofre de ausência crônica de autoestima. Conceito bastante difícil de
defender num país que mistura a referência psicológica de autoestima com
a baboseira de autoajuda amontoada nas prateleiras das livrarias.
Autoestima é a avaliação que cada um faz
sobre si mesmo, ainda que não tenha consciência disso. É esse valor que
gera em nós a capacidade de resistência e regeneração. Quando a
autoestima é baixa, a força para enfrentar os problemas do cotidiano
também diminui. Quem não gosta de si não cresce emocionalmente e fica
por aí perambulando como um ser dependente e muito mais vulnerável a
influências negativas do que positivas, um ser que não consegue gerar
amor por não se sentir digno de ser amado. Na prática, esse indivíduo é
aquele que:
– vota sem pensar, arrastado por qualquer promessa vã;
– não se qualifica por medo de enfrentar o fracasso de não conseguir aprender, ou aprende mas não chega a competir por uma vaga de emprego ou por uma promoção por sentir-se inadequado diante dos demais;
– maltrata os filhos para sentir-se de alguma maneira poderoso, ou provê aquilo de que a família necessita, mas jamais demonstra qualquer tipo de emoção amorosa por medo da rejeição;
– aceita a violência doméstica, seja ela física ou psicológica, por sentir-se diminuído diante do agressor.
– não se qualifica por medo de enfrentar o fracasso de não conseguir aprender, ou aprende mas não chega a competir por uma vaga de emprego ou por uma promoção por sentir-se inadequado diante dos demais;
– maltrata os filhos para sentir-se de alguma maneira poderoso, ou provê aquilo de que a família necessita, mas jamais demonstra qualquer tipo de emoção amorosa por medo da rejeição;
– aceita a violência doméstica, seja ela física ou psicológica, por sentir-se diminuído diante do agressor.
Para essas pessoas, o mundo é um lugar
assustador e seu comportamento tem impacto direto na geração de riqueza
de um país. Importantes centros de pesquisa e fomento a projetos de
qualificação de mão de obra na América Latina, como o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, o BID, já identificaram a necessidade
de associar o ensino de qualquer habilidade a cursos de elevação da
autoestima.
Há anos estudo o tema de maneira séria e só utilizo critérios científicos nas pesquisas sobre autoestima.
Há anos estudo o tema de maneira séria e só utilizo critérios científicos nas pesquisas sobre autoestima.
Na esfera feminina, principalmente, a
autoestima elevada define o papel social da mulher. Mulheres que gostam
de si alcançam autonomia intelectual e emocional, transformam-se em
líderes ainda que em ambientes majoritariamente masculinos ou abrem seus
próprios negócios e criam filhos equilibrados e prontos para as
dificuldades de um mundo em transição.
Em resumo, uma mulher com autoestima
elevada é capaz de mudar um país. Acreditando nisso, reuni um grupo de
gente apaixonada pelo tema e lançamos a Escola de Você
(www.escoladevoce.com.br), uma série de aulas gratuitas via internet
para que qualquer pessoa, mas principalmente a mulher, se reconheça em
situações cotidianas e descubra um potencial escondido pela distorção na
auto imagem. A Escola de Você tem apoio da Universidade Aberta do
Brasil e do BID e terá sua eficácia medida em pesquisa. Nosso objetivo
de longo prazo é ambicioso: provocar impacto direto nos índices de
segurança familiar e de agressão contra a mulher e na capacidade
individual de geração de renda.
Mas, mais do que isso, mostrar uma
alternativa ao paternalismo de programas sociais e entregar ao indivíduo
o controle de sua própria vida.
Ana Paula Padrão é jornalista e empresária
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