Segundo estudo, benefícios do medicamento superam potenciais prejuízos
Aspirina: segundo estudo, medicamento reduzir risco de câncer colorretal
(Thinkstock/VEJA)
Após revisarem cerca de 200 trabalhos sobre o assunto, os autores da pesquisa concluíram que, se os britânicos de 50 a 64 anos tomassem aspirina diariamente por uma década, seria possível evitar 130 000 mortes em vinte anos. Isso porque, segundo o estudo, os benefícios do medicamento permanecem mesmo após uma pessoa deixar de usá-lo.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Estimates of benefits and harms of prophylactic use of aspirin in the general population
Onde foi divulgada: Annals of Oncology
Quem fez: J. Cuzick, M. A. Thorat, C. Bosetti, P. H. Brown, J. Burn, entre outros
Instituição: Universidade Queen Mary London, na Inglaterra, entre outras
Resultado: Tomar aspirina diariamente por dez anos ajuda a prevenir tipos comuns de câncer.
A aspirina parece inibir o acúmulo de plaquetas no sangue e, assim, é
considerada uma forma de prevenir doenças cardiovasculares. Pesquisas
recentes sugerem que o remédio também pode diminuir o risco de melanoma e o de câncer no ovário.Título original: Estimates of benefits and harms of prophylactic use of aspirin in the general population
Onde foi divulgada: Annals of Oncology
Quem fez: J. Cuzick, M. A. Thorat, C. Bosetti, P. H. Brown, J. Burn, entre outros
Instituição: Universidade Queen Mary London, na Inglaterra, entre outras
Resultado: Tomar aspirina diariamente por dez anos ajuda a prevenir tipos comuns de câncer.
O novo estudo foi publicado na edição desta semana do periódico Annals of Oncology. Os resultados indicaram, por exemplo, que o uso diário de aspirina por dez anos pode diminuir a incidência e a mortalidade por câncer colorretal (em 35% e 40%, respectivamente); por câncer de estômago (em 30% e 35%); por câncer de esôfago (em 30% e 50%) e por câncer de próstata (em 10% e 15%). A pesquisa também reforçou que o uso constante da droga reduz o risco de infarto em até 18% e de mortes pelo problema em 5%.
Para o coordenador do estudo, Jack Cuzick, chefe do Centro para Prevenção de Câncer da Universidade Queen Mary London, os benefícios da aspirina superam os potenciais prejuízos da droga. Seu trabalho indicou, por exemplo, que tomar aspirina diariamente durante dez anos aumenta em até 2,6% o risco de hemorragia no estômago entre pessoas acima de 60 anos.
Cuzick defende que todas as pessoas de 50 a 65 anos considerem fazer uso diário de 75 miligramas de aspirina. O pesquisador considera que, depois de deixar de fumar e de combater a obesidade, a droga é a forma mais eficaz de diminuir o risco de câncer. Autoridades de saúde, porém, recomendam os pacientes procurem seus médicos antes de começar a fazer uso diário do medicamento.
Pesquisa decifra como aspirina pode combater o câncer
Remédio ativa enzima que tem resultados benéficos ao corpo
Pesquisas recentes mostram que aspirina combate câncer e diabetes.
(Thinkstock/VEJA)
CONHEÇA A PESQUISAEm nosso corpo a aspirina é quebrada em salicilato, o mesmo composto encontrado na casca do salgueiro, um remédio usado pela humanidade desde a antiguidade. O que os cientistas descobriram foi que, quando uma grande quantidade de salicilato atinge nossas células, ele ativa a enzima AMPK. Essa enzima é encontrada em muitos tipos de organismos, de humanos a plantas, e controla os níveis de energia da célula. Quando ativada, ela para os processos que consomem energia e dá início aos processos que a produzem. Desse modo ela regula uma série de ações, como o crescimento celular e o metabolismo.
Título original: The Ancient Drug Salicylate Directly Activates AMP-Activated Protein Kinase
Onde foi divulgada: revista Science
Quem fez: S.A. Hawley; F.A. Ross; C. Chevtzoff; K.J. Walker; K.A. Green; K.J. Mustard; D.G. Hardie; M.W. Peggie; D. Zibrova; K. Sakamoto
Instituição: Universidade de Dundee, na Escócia
Dados de amostragem: Ratos sem a enzima AMPK
Resultado: A enzima AMPK comprovadamente diminui a circulação de lipídios em ratos obesos e aumenta sua sensibilidade à insulina. Os pesquisadores sugerem que seus efeitos contra o câncer vêm daí.
Para revelar essa ligação entre a aspirina e a AMPK, os cientistas testaram a droga em ratos que não tinham a enzima, e viram que a maioria de seus efeitos benéficos desapareceu.
Segundo os pesquisadores, a AMPK comprovadamente diminui a circulação de lipídios em ratos obesos e aumenta sua sensibilidade à insulina. Eles ainda sugerem que seus efeitos contra o câncer também vêm daí – a mesma enzima é ativada pela droga metiformina, que também está associada ao combate à doença.
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