Como interpretar os dados!
Quando uma possível interação medicamentosas é
avaliada, a principal preocupação é o significado clínico desta
interação, ou seja, quais alterações clínicas o paciente pode apresentar
decorrente da interação. O significado clínico está relacionado com
tipo e magnitude do efeito da interação, além disso, esta informação é
útil para subsidiar a necessidade e intensidade do monitoramento do
paciente ou mudanças na terapia para se evitar consequências adversas
potencialmente importantes.
Importância clínica:
A importância clínica da interação recebe uma classificação de uma a
cinco cruzes, nesta classificação são consideradas a severidade do
efeito da interação e a documentação (probabilidade de ocorrência,
conforme resultados de estudos clínicos) de acordo com o seguinte:




:
São interações que podem produzir um evento grave para o paciente e que
esteja bem documentada (estabelecida, provável ou suspeita).




: São interações que produzir um evento de severidade moderada e que esteja bem documentada (estabelecida, provável ou suspeita).




:São interações que apesar de produzirem em evento de severidade mais
leve estão bem documentadas (estabelecida, provável ou suspeita).




:
São interações que apesar de poderem levar a um efeito de severidade
moderada ou até grave, não estão bem documentadas (possível ou
improvável).




:
São interações que resultam em um efeito de severidade leve e que não
estão muito bem documentadas (possível). Aqui também podem estar
incluídas interações que resultam em efeito grave ou moderado, porém são
improváveis de acordo com a documentação existente.
Gravidade da interação:
O potencial da gravidade ou severidade da interação é particularmente
importante para a decisão sobre os riscos e benefícios de terapias com
um ou mais medicamentos que possam sofrer alguma interação medicamentosa
ou sobre a necessidade de se utilizar um tratamento alternativo para o
paciente. Com o ajuste da dose ou mudanças no esquema terapêutico, os
efeitos adversos de muitas interações podem ser diminuídos ou
evitados, porém em alguns casos pode ser necessário mudar ou suspender o
medicamento objetivando uma terapia mais segura. Neste tópico a
interação pode receber as seguintes definições:
- Grave: Os efeitos podem ameaçar a vida do paciente ou ser capaz de resultar em sequelas permanentes.
- Moderada: Os efeitos desta interação podem
causar uma piora do estado clínico do paciente que pode resultar na
necessidade de tratamento adicional, hospitalização, ou se o paciente
já estiver internado levar a um tempo maior de internação.
- Leve: Os efeitos nestes casos geralmente são
pequenos e a consequência pode ser um desconforto para o paciente que
provavelmente não afetará a terapia de maneira significativa. Usualmente
não há necessidade de tratamento adicional.
Início:
Este tópico está relacionado com a velocidade de aparecimento do
efeito da interação e pode determinar a urgência com que as medidas
preventivas devem ser tomadas para se evitar a consequência desta
interação.
- Primeiras 24 horas: O efeito da interação
torna-se evidente em até 24 horas da administração dos medicamentos
envolvidos. São necessárias ações imediatas para se evitar os efeitos
desta interação.
- Após 24 horas: São interações que o efeito leva
mais tempo para ser produzido, podem se manifestar após vários dias e
até semanas depois da administração do medicamento envolvido.
Probabilidade de ocorrência:
A probabilidade de ocorrência é definida com base na documentação
disponível sobre a interação e representa o grau de confiança que um
determinada interação possa resultar em uma resposta clínica no
paciente. Este parâmetro representa a qualidade e as evidências na
literatura que dão suporte a ocorrência da interação. Porém muitos
fatores podem influenciar se uma interação, mesmo que bem documentada,
irá ocorrer em um paciente específico. As interações podem receber os
seguintes dizeres:
- Estabelecida: Comprovada a ocorrência desta interação em estudos bem controlados.
Exemplos: Alteração de um efeito farmacológico que tem sido demonstrado em estudos clínicos bem controlados.
- Provável: Muito provavelmente, mas não comprovada clinicamente.
Exemplos: Uma interação farmacocinética demonstrada em estudos clínicos
bem controlados e com base nas mudanças que este interação causa nas contrações plasmáticas do fármaco pode-se esperar que muito
provavelmente esta interação vai resultar em alterações da resposta
clínica do paciente... ou ... Quando existe vários relatos de caso e o
estudo clínico é impraticável, porém estudos bem controlados em animais
confirma esta interação.
- Suspeita: Pode ocorrer, já existe evidências, porém ainda necessita de mais estudos.
Exemplos:
Um interação farmacocinética demonstrada em estudos bem controlados com
alterações significativas nas concentrações séricas da droga... ou ...
Uma resposta clínica alterada tem sido relatada em vários relatos de
casos.
- Possível: Uma interação que pode ocorrer mas os dados disponíveis são muito limitados.
Exemplos:
Embora uma interação farmacocinética ter sido demonstrada, as mudanças
são de tal magnitude que não é possível prever se irá ocorrer uma
resposta clínica alterada... ou ... As evidências são divergentes quanto
a ocorrência ou não de uma interação... ou ... Uma resposta
farmacológica alterada é sugerida por dados clínicos limitados.
- Improvável: Duvidosa, não existe evidências que produza uma alteração clínica.
Exemplos:
Uma interação farmacocinética demonstrada, porém com base na magnitude
das alterações cinéticas, é improvável que ocorra alterações
farmacológicas relevantes... ou ... As informações disponíveis são de
baixa qualidade ou não favorecem a existência da interação... ou ...
Apesar de relatos da interação, estudos maiores bem controlados refutam a
existência de interações clinicamente significativas.
Efeito:
Informações referentes aos efeitos farmacológicos da interação (por
exemplo a diminuição dos efeitos anti-hipertensivos dos inibidores da
ECA) e também os achados clínicos (por exemplo sangramentos, arritmias).
As interações podem resultar em sintomas de toxicidade ou em perda da
eficácia terapêutica de um ou ambos medicamentos. Em alguns casos a
interação pode levar ao aparecimento de efeitos que não são esperados
com base na ação farmacológica de um ou outro fármaco quando utilizados
de maneira isolada. O risco e potencial de uma interação pode persistir
por vários dias e até semanas depois da suspensão do medicamento
envolvido e, quando isto acontece, também é relatado nesta seção.
Mecanismo:
Uma breve descrição do mecanismo envolvido na produção dos efeitos
clínicos da interação, seja farmacodinâmico (por exemplo a diminuição da
sensibilidade dos receptores) ou farmacocinéticos (por exemplo a
inibição do metabolismo).
Sugestão de conduta:
Esta seção fornece sugestões de conduta (por exemplo diminuir ou
aumentar a dose de um medicamentos envolvido) para prevenir efeitos
adversos decorrentes da interação. Parâmetros de monitoramento também
são incluídos quando for apropriado assim como sugestões de possíveis
terapias alternativas.
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