8.24.2014

Bexiga baixa: saiba o que é o prolapso genital e como prevenir

Esse problema não afeta apenas o órgão responsável por armazenar a urina - e causa sérios danos à saúde. Conheça os fatores de risco, os sintomas e as formas de evitar e tratar a chateação.

Luiza Monteiro
 
Entre os sintomas do prolapso genital está a sensação de que há uma bola na vagina.
Foto: Hemera Technologies/Thinkstock/Getty Images
 
O que é
Apesar do nome complicado, o prolapso genital é um problema bastante comum, principalmente em mulheres com mais de 40 anos e que já tiveram filhos. Ele ocorre quando a musculatura das paredes da vagina fica fraca, de modo que os órgãos sustentados por ela se deslocam e podem sair pelo canal vaginal - caso do útero, da bexiga e até de parte do intestino.
A gravidade do quadro é classificada de acordo com uma escala que vai de 1 a 4. Nos dois primeiros estágios, já dá para ver o prolapso nos exames ginecológicos, mas a paciente ainda não apresenta sintomas. Nos últimos graus, os órgãos já se encontram exteriorizados.

Os sintomas
"O principal sintoma é a sensação de que há uma bola na vagina”, conta a ginecologista Marair Sartori, professora de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo. Além disso, é comum a paciente com prolapso apresentar dor na pelve, incontinência urinária e prisão de ventre.

A origem do problema
As principais causas do prolapso genital são a gravidez (o peso da barriga aumenta a pressão nessa região do abdômen) e o parto vaginal, especialmente nos casos em que não há acompanhamento obstétrico adequado. É que, se o bebê for muito grande ou não estiver posicionado corretamente, por exemplo, o risco de ocorrer lesões sérias no assoalho pélvico é alto.
Mas essa história não para por aí. Para ter ideia, a própria menopausa aumenta a probabilidade de o prolapso aparecer. "A redução dos hormônios femininos faz com que os tecidos dessa área fiquem mais ressecados e frouxos", explica a uroginecologista Andréia Mariane de Deus, de Sorocaba, no interior paulista. Certas doenças neurológicas - como a esclerose múltipla - também podem afetar a musculatura da pelve. Outros fatores de risco para essa condição são a obesidade e a tosse crônica, que aumentam a pressão abdominal.

O tratamento
Para prolapsos graves, a principal forma de corrigir o problema é por meio de cirurgia. "O objetivo é restaurar a anatomia e a função dos órgãos e aliviar os sintomas da paciente", esclarece Marair Sartori. Isso pode ser feito tanto por técnicas que restauram a posição da vagina e das estruturas que se deslocaram quanto por procedimentos que simplesmente fecham o canal vaginal e impedem que o órgão saia do corpo.
No caso de pessoas que não querem ou não podem fazer a cirurgia, uma alternativa é o uso do pessário, um anel de borracha que sustenta o útero no lugar.
Quando o quadro ainda está nos estágios iniciais, é possível evitar seu agravamento por meio dos chamados exercícios perineais, que visam fortalecer os músculos do assoalho pélvico e também mostrar à mulher a forma correta de contrai-los. Eles podem ser feitos utilizando técnicas como biofeedback - em que se pede à paciente que aperte e relaxe a musculatura enquanto os registros desses movimentos são visualizados num computador - e eletroestimulação, na qual choques estimulam a contração muscular.

Dá para prevenir?
Uma boa forma de afastar o prolapso genital é praticar os tais exercícios perineais - principalmente se você está grávida ou planeja ser mãe. Outras medidas preventivas são evitar os fatores de risco, a exemplo do ganho de peso, da constipação e até da tosse crônica. Praticar modalidades como ioga e pilates também é indicado - mas só se você tiver certeza de que está contraindo a musculatura da pelve corretamente. "Se feitos de forma errada, essas atividades podem até prejudicar e aumentar o risco de prolapso", diz Marair Sartori. Por isso, é fundamental, na visita ao ginecologista, checar a maneira certa de fazer esses movimentos.

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