RIO - Quase três quartos dos pacientes com câncer e que também têm depressão clínica não recebem qualquer tratamento para a depressão. Essa foi a principal conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores das universidades de Oxford e Edimburgo, que também desenvolveram um tratamento contra os sintomas da doença que demonstrou ser mais eficaz do que o convencional.
A depressão clínica é muito maior entre os pacientes com câncer do que na população em geral. Enquanto em todo o mundo, cerca de 2% das pessoas sofrem com a doença mental, o número de casos sobre para 13% entre os com câncer de pulmão, e 6% em pessoas com câncer geniturinário.
O estudo, publicado na revista "The Lancet" nesta quinta-feira (28), envolveu 500 voluntários com as duas doenças. Constatou-se que 62% dos pacientes que se submeteram ao Tratamento contra Depressão em Pessoas com Câncer (DCPC, em inglês) responderam positivamente, com redução de pelo menos 50% na severidade da depressão, contra 17% que receberam tratamento convencional.
Em entrevista ao jornal inglês "The Guardian", o líder do estudo, Jane Walker, descreveu a diferença de 45 pontos percentuais como "um enorme efeito do tratamento", raramente visto em testes médicos.
- Além disso, a ansiedade, dor, fadiga, estavam todos muito melhores com este programa de tratamento. A qualidade de vida deles melhorou muito – disse Walker.
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O DCPC difere do tratamento usual por ser integrado com o tratamento do câncer do paciente, incluindo antidepressivos, acompanhamento psicológico e monitorização. O cuidado integrado não estava disponível anteriormente devido à separação dos serviços de saúde física e mental no Reino Unido.
Até então, o tratamento contra a depressão clínica envolve a prescrição de antidepressivos, com pouco acompanhamento, ou um encaminhamento para serviços de saúde mental para avaliação de tratamento psicológico. No geral, 73% dos mais de 21 mil pacientes que frequentavam clínicas de câncer na Escócia e tinham depressão clínica não estavam recebendo qualquer tratamento.
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