Estou apaixonada por uma mulher heterossexual. O que fazer?
Nessa sociedade (ainda) preconceituosa, uma das coisas que mais pode intrigar é querer saber quem é ou não é homo ou bissexual.
Se a menina me olha “diferente”, ela é? Se ela faz brincadeiras sobre o assunto, ela é? Se ela tem algum trejeito “masculino”, posso ter esperanças?
Adoraria ter uma fórmula para responder a todas essas questões. Mas ela não existe.
As vezes criamos uma “paixão cega” e acabamos “fantasiando” um desejo que não existe. A menina por quem você está apaixonada é apenas sua amiga e acabou.
O famoso “gaydar” (um “radar” que “criamos” para identificar se uma mulher é homo ou bi) às vezes é duvidoso. Existem meninas que podemos JURAR que são lésbicas. Elas têm trejeitos, fazem brincadeiras e até não se vestem de forma “tão feminina”, mas são absolutamente “heterossexuais”.
Devemos desistir? A dica das meninas do vídeo é: se você tem absoluta certeza de que ela é heterossexual, talvez seja melhor desistir. De repente ela até pode querer ter uma experiência diferente, resolve te dar um beijo ou ir além. Mas não vai querer um relacionamento – até poderia acontecer, mas não tenha tantas esperanças.
Como ter certeza se devo desistir? Se ela dá indícios de que possa ser bi ou homo, vale a pena tentar. Lembrando sempre que ela pode se sentir desconfortável e a amizade pode ruir.
Quem quiser ver mais, é só acessar o site: http://dedilhadas.com.br/) [youtube http://www.youtube.com/watch?v=klWzpFsxJO4]
Apaixonada por outra mulher?
Tenho
19 anos, sou mulher e estou apaixonada por uma garota. Já tive um
relacionamento assim antes. Foi conturbado. Minha mãe acabou descobrindo
e acabou com tudo, principalmente por causa da igreja, um conceito de
que Deus acha tudo isso errado, um conceito que sempre foi meu até eu
sentir o que sinto hoje, amor, vontade, fazer planos e querer mesmo que
eles se realizem. Quem sabe me mudar e não largar mais essa pessoa.
A gente se conheceu pela internet. Ela mora a 2.500 km de distância. Eu achei que era só amizade, que não daria em nada, até que ela me convidou pra uma visita. Minha mãe ficou louca. Eu nunca tinha viajado sozinha. Juntei dinheiro durante um ano e fui.
Quando a vi, me perdi. Olhei em seus olhos e minha única vontade era não largá-la nunca mais. Ficamos e era como se fizéssemos isso há tempos, tão natural, tranquilo, sem vergonha uma da outra. Ela não faz nenhum tipo de padrão de beleza, mas pra mim não importa. Ela é perfeita.
Sei que ela me ama também, posso sentir, ela diz isso a toda hora, diz que não tem medo. Ela nunca tinha se relacionado com outra mulher, mas age como se tivesse muita experiência, com confiança, diz que temos pensar em tudo, pra não haver arrependimentos. Ela é séria, decidida, diz que o que decidirmos será feito. Faz uma semana que voltei de viagem, tudo parece tão sem graça, tudo me lembra ela, nos falamos todos os dias e a cada dia sinto mais sua falta.
Não sei o que fazer. Sinto-me perdida, não tenho dúvidas que amo ela com todas as minhas forças, mas tudo pode estar errado. Fizemos sexo e eu nunca me senti tão bem. Confesso que nunca fiz com um garoto e nem me imagino fazendo, já namorei garotos, mas não tinha desejo por eles, não tinha vontade de estar com eles. Minha mãe diz que é tudo da minha cabeça, que estou confusa, que morre se eu virar lésbica, diz que é coisa do diabo, que o mundo está cego, isso que ela nem sabe ainda sobre essa garota. Eu me sinto terrivelmente triste em pensar no meu mundo sem ela, eu a amo, eu posso sentir! Mas dizem que amar não é tudo.
Flor.
—————-
Querida, complicada essa situação… não vou dizer pra você ir contra a sua mãe (até porque vão me chamar de anticristo de novo, hahaha). Apesar das limitações que ela possivelmente tem (porque TODA mãe tem algum tipo de limitação causadas pelo conflito de gerações) ela só quer o seu bem, tenho certeza disso.
O meu conselho para você é que aprofunde-se em si mesma, veja o que quer, o que pensa. A partir do momento em que você souber o que quer é mais fácil partir para a ação. Aí sim viria a conversa com a mãe, caso você se perceba homossexual, realmente; viria a conversa com a moça que mora longe para ver o que farão, como resolver o relacionamento, se fica ou não, etc.
Amar é fantástico, mas os relacionamentos não se sustentam apenas nisso. Requer lealdade, confiança, entre várias outras coisas que você descobre no outro.
Então respira fundo e pensa sobre o que você quer, pensa, gosta. Tome as suas próprias decisões e aí sim você terá cancha pra enfrentar o que vier no seu caminho.
Um beijo meu,
Gabe
gabe@malvadas.org
A gente se conheceu pela internet. Ela mora a 2.500 km de distância. Eu achei que era só amizade, que não daria em nada, até que ela me convidou pra uma visita. Minha mãe ficou louca. Eu nunca tinha viajado sozinha. Juntei dinheiro durante um ano e fui.
Quando a vi, me perdi. Olhei em seus olhos e minha única vontade era não largá-la nunca mais. Ficamos e era como se fizéssemos isso há tempos, tão natural, tranquilo, sem vergonha uma da outra. Ela não faz nenhum tipo de padrão de beleza, mas pra mim não importa. Ela é perfeita.
Sei que ela me ama também, posso sentir, ela diz isso a toda hora, diz que não tem medo. Ela nunca tinha se relacionado com outra mulher, mas age como se tivesse muita experiência, com confiança, diz que temos pensar em tudo, pra não haver arrependimentos. Ela é séria, decidida, diz que o que decidirmos será feito. Faz uma semana que voltei de viagem, tudo parece tão sem graça, tudo me lembra ela, nos falamos todos os dias e a cada dia sinto mais sua falta.
Não sei o que fazer. Sinto-me perdida, não tenho dúvidas que amo ela com todas as minhas forças, mas tudo pode estar errado. Fizemos sexo e eu nunca me senti tão bem. Confesso que nunca fiz com um garoto e nem me imagino fazendo, já namorei garotos, mas não tinha desejo por eles, não tinha vontade de estar com eles. Minha mãe diz que é tudo da minha cabeça, que estou confusa, que morre se eu virar lésbica, diz que é coisa do diabo, que o mundo está cego, isso que ela nem sabe ainda sobre essa garota. Eu me sinto terrivelmente triste em pensar no meu mundo sem ela, eu a amo, eu posso sentir! Mas dizem que amar não é tudo.
Flor.
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Querida, complicada essa situação… não vou dizer pra você ir contra a sua mãe (até porque vão me chamar de anticristo de novo, hahaha). Apesar das limitações que ela possivelmente tem (porque TODA mãe tem algum tipo de limitação causadas pelo conflito de gerações) ela só quer o seu bem, tenho certeza disso.
O meu conselho para você é que aprofunde-se em si mesma, veja o que quer, o que pensa. A partir do momento em que você souber o que quer é mais fácil partir para a ação. Aí sim viria a conversa com a mãe, caso você se perceba homossexual, realmente; viria a conversa com a moça que mora longe para ver o que farão, como resolver o relacionamento, se fica ou não, etc.
Amar é fantástico, mas os relacionamentos não se sustentam apenas nisso. Requer lealdade, confiança, entre várias outras coisas que você descobre no outro.
Então respira fundo e pensa sobre o que você quer, pensa, gosta. Tome as suas próprias decisões e aí sim você terá cancha pra enfrentar o que vier no seu caminho.
Um beijo meu,
Gabe
gabe@malvadas.org
E não é que uma pessoa perdeu a razão a ponto de me pedir um conselho?
Ao longo desses meus 3 anos e pouco na vida lésbica eu me deparei com muita gente por aí pedindo ajuda para a mesma situação: “sou hetero, mas estou me sentindo atraída por outra mulher.”
A história sempre é a mesma:
1- Sou hetero, nunca fiquei com uma garota. Opcional: Tenho namorado.
2- Tem uma garota específica que me atrai, só ela. Opcional: Ela tem namorado.
3- No começo eu tentei me afastar para evitar o que eu sinto, mas depois desisti de resistir.
4- Nós duas temos uma relação super próxima e ela me dá uns sinais de afeto que eu não consigo interpretar direito.
5- Quero ficar com ela, mas tenho medo de levar um fora e perder a amizade.
Cláááassico!
Não conheço UMA lésbica que não passou por situação semelhante, especialmente em início de carreira.
Estou longe de ser tão experiente quanto muita lésbica por aí, mas pelo menos em paixões platônicas por hetero eu fiz doutorado.
Uma breve história da minha vida:
Alguns anos atrás eu acreditava ser hetero (apesar de todas as evidências mostrarem o contrário) até que me vi apaixonada pela minha primeira-paixão-platônica. Nós éramos amigas-grude e eu, sempre me perguntava se os sinais que ela me dava eram de “quero ficar com você” ou “ai, migá, te adoro”. Como eu não tinha a mínima coragem na época, só falava indiretas e coisas que para ela não faziam muito sentido.
O tempo foi passando e nós perdemos o ápice da nossa amizade (*violinos ao fundo, por favor*). No entanto, aquela dúvida continuava: qual seria a reação dela se eu contasse? Um dia nós tivemos uma DR via MSN e eu decidi deixar uma mensagem contando que eu “amava ela… ou pelo menos achava que amava”.
Não, eu não tinha um Sassy Gay Friend para pular na minha frente e gritar WHAT ARE YOU DOING? WHAT, WHAT, WHAT ARE YOU DOING?
Não que o resultado tenha sido de todo ruim: ela demorou dias pra me responder, depois disse que não sabia o que me responder, pediu desculpas se me fez sofrer e… só. Pelo menos eu pude colocar um pedra em 95% dessa história. Mas nada, NA-DA, me tira da cabeça que se eu tivesse feito e dito as coisas certas no tempo certo os resultados seriam diferentes.
Muitas lésbicas se descobrem assim. Você se imagina hetero, até que uma idéia surge na sua cabeça e você começa a dar vida a ela [/momento Inception] e começa a ver novas possibilidades que pareciam invisívieis antes.
Por isso eu me arrependo de como e quando eu contei sobre mim para minha primeira-paixão-platônica.
Então, para você que ainda está vivendo uma paixão por uma amiga hetero ou com sexualidade indefinida aqui vai meu conselho: INSINUE-SE.
Não fique vivendo uma paixão platônica que não vai a lugar algum até ela passar depois de vários meses/anos. E também não faça a louca e saia gritando que você ama ela mais do que Romeu amou Julieta e que sua vida seria completa morando com ela e mais 3 gatos. Muito menos faça isso depois de anos do ápice da amizade quando ela já tiver namorando há mais de ano com o homem que ela diz ser o futuro marido e pais dos filhos dela,como eu fiz.
Primeiro conselho: aproveite o ápice da amizade. É nessa época que você tem mais chances de ser correspondida (óbvio). Se você tem um convívio diário com sua paixão platônica (e eu posso apostar que você tem), fique atenta ao fim do que unia vocês: colégio, faculdade, trabalho, curso.
Segundo conselho: banque a hetero curiosa. Ok, ok, isso pode ser meio polêmico e não ser muito útil na questão de visibilidade lésbica, mas você ainda está um pouco longe da etapa de pensar nessa questão. Alguns exemplos de abordagens:
Você fingindo que essa é só uma conversa como outra qualquer: Beatriz de Alcantra, você já ficou com alguma garota ou ficaria com uma? Ela (muito provelmente): Por que você tá perguntando isso? Você mantendo a normalidade: Não sei… Estava pensando nisso… Acho que não seria tão ruim ficar com uma menina… Blablabla… Ouvi dizer que o beijo é mais macio e delicado…
Claaaaro que você precisa adaptar seu discurso às reações da ouvinte. Se você perceber que ela tá achando isso um absurdo ou ficando enojada (não imagino porque tem gente de fica enojada, mas enfim…), você desconversa. Se ver que ela tá prestando muita atenção ou tendo uma reação positiva, você pode continuar e de repente falar algo como “você seria um tipo de garota que eu ficaria”.
Bancando a hetero curiosa (ou bicuriosa), ao mesmo tempo que dá uma abertura para a outra tentar algo ou confessar sentir o mesmo, você não se expõe como uma lésbica louca psicótica apaixonada(não que eu esteja insinuando que você seja algum dos adjetivos mencionados, claaaro).
Alguém aí tem mais conselhos? Uma história de sucesso em empreendimentos “hetero apaixonada por amiga”?
Ao longo desses meus 3 anos e pouco na vida lésbica eu me deparei com muita gente por aí pedindo ajuda para a mesma situação: “sou hetero, mas estou me sentindo atraída por outra mulher.”
A história sempre é a mesma:
1- Sou hetero, nunca fiquei com uma garota. Opcional: Tenho namorado.
2- Tem uma garota específica que me atrai, só ela. Opcional: Ela tem namorado.
3- No começo eu tentei me afastar para evitar o que eu sinto, mas depois desisti de resistir.
4- Nós duas temos uma relação super próxima e ela me dá uns sinais de afeto que eu não consigo interpretar direito.
5- Quero ficar com ela, mas tenho medo de levar um fora e perder a amizade.
Cláááassico!
Não conheço UMA lésbica que não passou por situação semelhante, especialmente em início de carreira.
Estou longe de ser tão experiente quanto muita lésbica por aí, mas pelo menos em paixões platônicas por hetero eu fiz doutorado.
Uma breve história da minha vida:
Alguns anos atrás eu acreditava ser hetero (apesar de todas as evidências mostrarem o contrário) até que me vi apaixonada pela minha primeira-paixão-platônica. Nós éramos amigas-grude e eu, sempre me perguntava se os sinais que ela me dava eram de “quero ficar com você” ou “ai, migá, te adoro”. Como eu não tinha a mínima coragem na época, só falava indiretas e coisas que para ela não faziam muito sentido.
O tempo foi passando e nós perdemos o ápice da nossa amizade (*violinos ao fundo, por favor*). No entanto, aquela dúvida continuava: qual seria a reação dela se eu contasse? Um dia nós tivemos uma DR via MSN e eu decidi deixar uma mensagem contando que eu “amava ela… ou pelo menos achava que amava”.
Não, eu não tinha um Sassy Gay Friend para pular na minha frente e gritar WHAT ARE YOU DOING? WHAT, WHAT, WHAT ARE YOU DOING?
Não que o resultado tenha sido de todo ruim: ela demorou dias pra me responder, depois disse que não sabia o que me responder, pediu desculpas se me fez sofrer e… só. Pelo menos eu pude colocar um pedra em 95% dessa história. Mas nada, NA-DA, me tira da cabeça que se eu tivesse feito e dito as coisas certas no tempo certo os resultados seriam diferentes.
Muitas lésbicas se descobrem assim. Você se imagina hetero, até que uma idéia surge na sua cabeça e você começa a dar vida a ela [/momento Inception] e começa a ver novas possibilidades que pareciam invisívieis antes.
Por isso eu me arrependo de como e quando eu contei sobre mim para minha primeira-paixão-platônica.
Então, para você que ainda está vivendo uma paixão por uma amiga hetero ou com sexualidade indefinida aqui vai meu conselho: INSINUE-SE.
Não fique vivendo uma paixão platônica que não vai a lugar algum até ela passar depois de vários meses/anos. E também não faça a louca e saia gritando que você ama ela mais do que Romeu amou Julieta e que sua vida seria completa morando com ela e mais 3 gatos. Muito menos faça isso depois de anos do ápice da amizade quando ela já tiver namorando há mais de ano com o homem que ela diz ser o futuro marido e pais dos filhos dela,
Primeiro conselho: aproveite o ápice da amizade. É nessa época que você tem mais chances de ser correspondida (óbvio). Se você tem um convívio diário com sua paixão platônica (e eu posso apostar que você tem), fique atenta ao fim do que unia vocês: colégio, faculdade, trabalho, curso.
Segundo conselho: banque a hetero curiosa. Ok, ok, isso pode ser meio polêmico e não ser muito útil na questão de visibilidade lésbica, mas você ainda está um pouco longe da etapa de pensar nessa questão. Alguns exemplos de abordagens:
Você fingindo que essa é só uma conversa como outra qualquer: Beatriz de Alcantra, você já ficou com alguma garota ou ficaria com uma? Ela (muito provelmente): Por que você tá perguntando isso? Você mantendo a normalidade: Não sei… Estava pensando nisso… Acho que não seria tão ruim ficar com uma menina… Blablabla… Ouvi dizer que o beijo é mais macio e delicado…
Claaaaro que você precisa adaptar seu discurso às reações da ouvinte. Se você perceber que ela tá achando isso um absurdo ou ficando enojada (não imagino porque tem gente de fica enojada, mas enfim…), você desconversa. Se ver que ela tá prestando muita atenção ou tendo uma reação positiva, você pode continuar e de repente falar algo como “você seria um tipo de garota que eu ficaria”.
Bancando a hetero curiosa (ou bicuriosa), ao mesmo tempo que dá uma abertura para a outra tentar algo ou confessar sentir o mesmo, você não se expõe como uma lésbica louca psicótica apaixonada
Alguém aí tem mais conselhos? Uma história de sucesso em empreendimentos “hetero apaixonada por amiga”?
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