4.15.2010

Alerta contra vacina falsificada

Anvisa e Polícia Federal apreendem doses falsas do imunizante contra a gripe suína em farmácias de Minas Gerais. Substâncias usadas e seus efeitos ainda são desconhecidos. Produto não pode ser comercializado em lojas


Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez ontem um alerta para vacinas contra a gripe suína falsificadas que já começam a circular no Brasil.

Na sexta-feira, agentes da Polícia Federal apreenderam dezenas destas doses em farmácias de Minas Gerais. Ténicos da Anvisa estão analisando o conteúdo dos frascos para saber que substâncias contêm e quais os riscos para a saúde de quem usou os produtos. O imunizante só pode ser aplicado em postos de saúde. Em breve, chegará à rede particular, em clínicas e hospitais autorizados.

Vacinas comercializadas em lojas provavelmente são falsificadas ou contrabandeadas, informa a Anvisa.

“Nenhuma farmácia tem autorização da Anvisa para vender qualquer tipo de vacina. Elas somente estão disponíveis em clínicas e hospitais autorizados e postos de saúde”, explica o assessor de Segurança Institucional da Anvisa, Adílson Bezerra.

Quem quiser se imunizar, deve procurar postos de saúde de acordo com o calendário do Ministério da Saúde. Na rede privada, vacinas devem estar disponíveis em 15 dias. O custo vai variar entre R$ 40 e R$ 44.

“A população pode denunciar a venda de medicamentos falsos pelo 0800-642-9782”, ressaltou Bezerra, informando que a análise nas vacinas falsas apreendidas em Minas Gerais ficam prontas em um mês.

PARANÁ: VACINA PARA TODOS

A pedido do Ministério Público Federal, a Justiça concedeu liminar determinando que toda a população do Paraná seja imunizada contra gripe suína. Pela decisão, pessoas com idades entre 3 e 19 anos e 40 e 59 anos, não contempladas pela atual campanha, também serão imunizadas. O governo deve oferecer as vacinas em até 20 dias, sob pena de multa. O ministério deverá recorrer.

Jovens e grávidas, atenção

Enquanto a imunização de crianças (6 meses a 2 anos) e de profissionais de saúde vai bem, os outros públicos-alvo da campanha não estão comparecendo aos postos de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, foram imunizados apenas 20,2% dos adultos de 20 a 29 anos, 44,2% dos portadores de doenças crônicas e 48,7% das gestantes. A meta é de 80%. No Rio, a média é ainda menor: 18% dos jovens e 30% dos doentes crônicos. A taxa entre as gestantes segue a nacional.

Já a imunização de crianças atingiu 75,3% no Brasil e 68% no Rio. Entre os profissionais de saúde, o comparecimento foi maciço: mais de 90% no País e no Rio. Os grupos têm até o dia 23 para se vacinar. Grávidas, até maio.

CALENDÁRIO

ATÉ 23 DE ABRIL
Devem garantir a vacina contra gripe suína portadores de doenças crônicas, gestantes, crianças com idade entre 6 meses e 2 anos, além de adultos com idade entre 20 e 29 anos.

24 de ABRIL A 7 DE MAIO
Início da campanha de vacinação contra gripe comum para pessoas com mais de 60 anos. Aqueles que forem portadores de doenças crônicas serão imunizados também com a vacina contra gripe suína.

10 A 21 DE MAIO
É a vez de adultos com idades entre 30 e 39 anos receberem a vacina.

POR CLARISSA MELLO
O Dia

Um comentário:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Só no ano passado foram apreendidos 333 toneladas de medicamentos piratas. Anvisa lança campanha educativa

Rio - Trezentos e trinta e três toneladas de medicamentos falsos foram apreendidas no ano passado no País, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Preocupada com o aumento das falsificações — em 2008, foram apreendidas 40 toneladas — a agência lançou ontem a campanha “Medicamento Verdadeiro: Você Sabe o que Está Tomando”. O objetivo é orientar a população sobre os riscos de consumir esse tipo de remédio e ensinar como identificar um medicamento falsificado.

“Ao contrário de um CD ou tênis, no caso dos medicamentos, o dano pode ser a morte, pois o indivíduo fica sem o tratamento adequado”, alertou o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello.

Raposo ressaltou que o remédio falsificado é produzido de forma que fique bastante semelhante ao original. Por essa razão, é preciso ficar atento a detalhes na embalagem. Um deles é a raspadinha: toda caixa tem um local que, ao ser raspado, mostra o nome do laboratório. Caso o nome não apareça, é sinal de que o medicamento não é verdadeiro.

RISCO ATÉ EM FARMÁCIAS

Um dos alertas feitos pela Anvisa é de que a venda de medicamentos falsos ou contrabandeados não está mais restrita a camelôs e feiras. Atualmente, segundo Raposo, é possível encontrar os produtos em farmácias regulares, com autorização para funcionamento, e, em muitos casos, vinculadas ao programa Farmácia Popular. Para ele, o fato constitui um “agravante” ao crime.

“Isso se dá pela forma como a nossa sociedade encara o estabelecimento farmacêutico. Ele se banalizou de tal modo que alguns chegam a praticar reiteradamente esse tipo de crime. Também identificamos que, muitas vezes, esses produtos chegam não pelo sacoleiro de algum país, vêm por distribuidoras”, afirma.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, André Barcelos, entre 10% e 20% dos medicamentos vendidos em todo o mundo são contrabandeados. Consumidores podem denunciar pontos de venda de remédios falsificados à Anvisa usando o 0800-642-9782.