Extinta empresa de Verônica Serra expôs os dados bancários de 60 milhões de brasileiros obtidos em acordo questionável com o governo FHC. Por Leandro Fortes. Foto: Janete L.
Verônica Dantas (Irmã do Banqueiro DANIEL DANTAS)foi sócia de Verônica Serra(filha do ex governadorSerra)
A suposta quebra de sigilo de quase 60 milhões de correntistas brasileiros, ocorrida em 2001, por uma empresa com registro em Miami, nos Estados Unidos, e que tinha como um de seus sócios, Verônica Allende Serra, filha do candidato do PSDB à presidência da República, José Serra. O site responsável pelo crime, sob o domínio Decidir.com, era uma filial brasileira de uma empresa argentina.
Os dados teriam ficado disponíveis na internet por cerca de 20 dias. O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, que na época ocupava o mesmo cargo, enviou um ofício ao Banco Central pedindo explicações sobre o caso. Hoje, Verônica ocupa as páginas do noticiário por ter tido o seu sigilo fiscal quebrado em outubro de 2009. A campanha de Serra tem explorado o fato para acusar sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT).
A Decidir.com, que não existe mais no Brasil desde 2002, teria tido acesso aos dados dos brasileiros a partir de um convênio feito com o Banco do Brasil, então presidido pelo tucano Paolo Zaghen. Segundo a revista, a não atuação do Ministério da Justiça no caso pode ser explicada pelas circunstâncias políticas do período.
A reportagem afirma ainda que, além de Temer, apenas o ex-deputado Bispo Wanderval (PL-SP) foi o único que se interessou pelo assunto. Ele chegou a encaminhar um requerimento de informações a Pedro Malan, então ministro da Fazenda, pedindo providências sobre o vazamento.
De acordo com a revista, a data em que a filha de Serra teria deixado a empresa, em março de 2001, coincide com uma "operação abafa" após a notícia sobre a quebra do sigilo dos correntistas ter sido veiculada no País.
Terra
Empresa de Verônica Serra é denunciada em reportagem-bomba
Verônica Dantas foi sócia de Verônica Serra
A revista Carta Capital, na edição que chegou às bancas neste domingo, em matéria do jornalista Leandro Fortes, mostra que a Decidir.com – empresa de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à presidência da República – após conseguir de forma irregular junto ao Banco do Brasil o poderoso e vasto banco de dados de mais de 60 milhões de cidadãos brasileiros através de acordo operacional com aquela instituição oficial, durante o governo de FHC, disponibilizou-os em seu sítio na internet. Informações de cadastro do Banco Central do Brasil, também estavam para a filha de Serra e sua empresa venderem a seus eventuais clientes. O presidente do BC à época era o tucano Armínio Fraga.
A matéria de capa da revista Carta Capital, ainda não disponibilizada totalmente em seu site mostra detalhes da operação, abafada na imprensa conservadora à época, e lança um holofote nos misteriosos negócios de Verônica Serra, cujo sigilo fiscal teria sido acessado de forma irregular há alguns meses. A revista cita, por exemplo, que a Decidir.com acessou informações confidenciais de 18 deputados federais e até do compositor Chico Buarque de Hollanda. A empresa de Verônica Serra tinha como sócia a irmã do banqueiro Daniel Dantas, Verônica Dantas. Ela e o irmão foram condenados na Justiça por crimes apurados na Operação Satiagraha da Polícia Federal.
Processo foi aberto no Ministério da Justiça e na Polícia Federal, mas não foi concluído até hoje. Na época, o ministro da Justiça era José Gregóri, atual tesoureiro da campanha de José Serra. O diretor do DPF era o delegado Agílio Monteiro Filho, filiado ao PSDB.
Terra
Carta Capital
Um comentário:
Como todos sabem, tudo isso sempre foi um antro de criminosos, esta ação foi nada mais nada menos que para mostrar a quem deve a seguinte informação. Se abrirem o Bico para falar de nós, falaremos de vocês, pois também temos provas... Com isto nada mais foi revelado sobre os sangue-sugas, ambulâncias, compras irregulares, trafico de influências e enriquecimento com as privatizações. Todos que deviam, temeram e calaram-se. E tudo caiu em esquecimento.
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