Para proteger os mais velhos das complicações causadas por quedas, novos sistemas detectam os tombos e acionam centrais preparadas para prestar socorro rapidamente
Rachel CostaRevista Isto É
CHAMADO
Se cair, o usuário aperta o botão. Na central,
um atendente vai providenciar a ajuda
Recentemente, Cheng publicou um estudo com a análise do histórico de 57.302 pacientes que haviam sofrido pequenas quedas. Descobriu que, entre os maiores de 70 anos, a mortalidade em decorrência desses acidentes era três vezes maior que entre o restante da população. Quando moram sós, os idosos ficam ainda mais suscetíveis às complicações derivadas dos tombos. “Eles podem não conseguir se levantar por conta própria e não haverá ninguém para socorrê-los”, analisa a médica Maysa Seabra Cendoroglo, chefe da disciplina de geriatria e gerontologia da Universidade Federal de São Paulo.
Por isso, aparelhinhos como o que ajudou a aposentada estão, aos poucos, ganhando espaço no Brasil. Por aqui, empresas do setor de telecare (cuidado à distância) começam a comercializar o serviço, já comum nos EUA e na Europa. Como tudo que é novo, o equipamento ainda encontra resistência por parte de seu público. “Vi o aparelho em uma propaganda e no começo tive um pouco de receio de comprar”, conta a desembargadora Rosa Maria Zuccaro, que contratou um serviço de telecare para o pai, seu Antônio, 96 anos. “Hoje o recomendo a todos que têm uma pessoa de idade na família”, fala. Desde a aquisição, seu pai já recorreu, por três vezes, às ambulâncias providenciadas pela central de atendimento.
ALERTA
Seu Antônio, 96 anos, usou três vezes o
sistema contratado pela filha, Rosa Maria
Fora do País, tecnologias mais avançadas garantem ainda mais segurança. “Desenvolvemos um botão com auto-acionamento”, conta Walter van Kuijen, vice-presidente da área de soluções de monitoramento remoto de pacientes da Philips Healthcare. O sistema capta a mudança brusca de posição e avisa a central de socorro. “É opção nos casos em que a pessoa perde a consciência na queda e por isso não pode acionar o equipamento”, diz Van Kuijen. A tecnologia, hoje disponível em território americano e canadense, será trazida para o Brasil no próximo ano.
Outra solução disponível lá fora é a instalação de sensores nos cômodos. “Isso permite monitorar se a pessoa saiu da cama ou se está em casa”, disse à ISTOÉ Jason Ray, vice-presidente da empresa americana SimplyHome. Essas informações são transmitidas para os parentes ou amigos cadastrados como cuidadores do idoso. “Se ele acende o fogão e sai muito tempo da cozinha, por exemplo, o cuidador é informado”, fala Ray. Tudo isso para garantir aos mais velhos que não abrem mão de sua independência uma vida mais segura. E, a seus familiares, mais tranquilidade.
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