RIO - Fatores ambientais podem desempenhar um papel mais importante do que se pensava no desenvolvimento do autismo, desviando as atenções dos especialistas dos fatores puramente genéticos, sugerem dois estudos publicados na última segunda-feira. Em um deles, uma equipe da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, comparou casos de autismo em gêmeos idênticos e fraternos - que dividem apenas metade dos mesmos genes - e descobriram que esses últimos geralmente têm altas taxas de autismo, indicando que outros fatores, além dos genéticos, podem desencadear a doença.
Em outro, pesquisadores do plano de saúde americano Kaiser Permanente descobriram que mães de crianças com autismo são duas vezes mais propensas a terem tomado um antidepressivo específico no ano anterior à gestação do que mães de filhos saudáveis. E o risco era ainda maior - um aumento de três vezes - quando o remédio tinha sido tomado no primeiro trimestre da gravidez.
As descobertas, publicadas na revista "Archives of General Psychiatry", sugerem que algo no contexto do nascimento - remédios, químicas ou infecções - podem desencadear o autismo em crianças que já têm predisposição genética para desenvolver a doença.
"Foi estabelecido que fatores genéticos contribuem para o risco de autismo" afirmou em comunicado Clara Lajonchere, coautora do estudo e vice-presidente de programas clínicos da organização Autism Speaks. "Nós agora temos fortes evidências de que, com a hereditariedade genética, um ambiente pré-natal pode ter um papel maior do que se imaginava no desenvolvimento da doença".
Autismo é um espectro de desordens que vão desde uma profunda incapacidade de se comunicar e retardo mental a sintomas relativamente leves, como a síndrome de Asperger. Ele afeta uma em cada 150 crianças nascidas nos Estados Unidos, ou cerca de 1% da população.
O estudo na Stanford envolveu 54 pares de gêmeos idênticos, que dividem 100% dos mesmos genes, e 138 pares de gêmeos fraternos, que dividem metade dos genes. Em cada par, ao menos um dos genes foi diagnosticado com autismo.
Os pesquisadores descobriram que as chances de as duas crianças terem doenças do espectro do autismo era maior entre gêmeos fraternos. De acordo com o estudo, fatores externos comuns a gêmeos explicam cerca de 55% dos casos de autismo, e enquanto fatores genéticos ainda têm influência, seu papel é muito menor que o visto em outros estudos de gêmeos e autismo.
Em um estudo separado, uma equipe liderada por Lisa Croen, diretora do Programa de Pesquisa de Autismo na Divisão de Pesquisas do Kaiser Permanente, em Oakland, Califórnia, avaliou se antidepressivos conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina, ou ISRS, na sigla em inglês, contribuem para o risco de autismo.
O grupo estudou cerca de 300 crianças com autismo e 1500 selecionadas aleatoriamente e depois checou o histórico de medicamentos de suas mães. Os cientistas descobriram que as mães de crianças com autismo eram duas vezes mais propensas a terem tomado um antidepressivo um ano antes da gravidez do que as mães dos voluntários saudáveis.
E o efeito foi mais forte - três vezes maior - quando os remédios foram tomados no primeiro trimestre da gravidez.
"Nossos resultados sugerem um possível, embora pequeno, risco associado à exposição no útero aos SSRIs", afirmou em nota.
Mas ela diz que esse risco deve ser balanceado com o perigo de a mãe não ter tratado uma depressão.
Em outro, pesquisadores do plano de saúde americano Kaiser Permanente descobriram que mães de crianças com autismo são duas vezes mais propensas a terem tomado um antidepressivo específico no ano anterior à gestação do que mães de filhos saudáveis. E o risco era ainda maior - um aumento de três vezes - quando o remédio tinha sido tomado no primeiro trimestre da gravidez.
As descobertas, publicadas na revista "Archives of General Psychiatry", sugerem que algo no contexto do nascimento - remédios, químicas ou infecções - podem desencadear o autismo em crianças que já têm predisposição genética para desenvolver a doença.
"Foi estabelecido que fatores genéticos contribuem para o risco de autismo" afirmou em comunicado Clara Lajonchere, coautora do estudo e vice-presidente de programas clínicos da organização Autism Speaks. "Nós agora temos fortes evidências de que, com a hereditariedade genética, um ambiente pré-natal pode ter um papel maior do que se imaginava no desenvolvimento da doença".
Autismo é um espectro de desordens que vão desde uma profunda incapacidade de se comunicar e retardo mental a sintomas relativamente leves, como a síndrome de Asperger. Ele afeta uma em cada 150 crianças nascidas nos Estados Unidos, ou cerca de 1% da população.
O estudo na Stanford envolveu 54 pares de gêmeos idênticos, que dividem 100% dos mesmos genes, e 138 pares de gêmeos fraternos, que dividem metade dos genes. Em cada par, ao menos um dos genes foi diagnosticado com autismo.
Os pesquisadores descobriram que as chances de as duas crianças terem doenças do espectro do autismo era maior entre gêmeos fraternos. De acordo com o estudo, fatores externos comuns a gêmeos explicam cerca de 55% dos casos de autismo, e enquanto fatores genéticos ainda têm influência, seu papel é muito menor que o visto em outros estudos de gêmeos e autismo.
Em um estudo separado, uma equipe liderada por Lisa Croen, diretora do Programa de Pesquisa de Autismo na Divisão de Pesquisas do Kaiser Permanente, em Oakland, Califórnia, avaliou se antidepressivos conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina, ou ISRS, na sigla em inglês, contribuem para o risco de autismo.
O grupo estudou cerca de 300 crianças com autismo e 1500 selecionadas aleatoriamente e depois checou o histórico de medicamentos de suas mães. Os cientistas descobriram que as mães de crianças com autismo eram duas vezes mais propensas a terem tomado um antidepressivo um ano antes da gravidez do que as mães dos voluntários saudáveis.
E o efeito foi mais forte - três vezes maior - quando os remédios foram tomados no primeiro trimestre da gravidez.
"Nossos resultados sugerem um possível, embora pequeno, risco associado à exposição no útero aos SSRIs", afirmou em nota.
Mas ela diz que esse risco deve ser balanceado com o perigo de a mãe não ter tratado uma depressão.
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