7.06.2011

Mulheres são mais fortes após o fim de um relacionamento

O psicólogo Ailton Amélio da Silva, professor da faculdade de Psicologia da USP e autor do livro “Relacionamento Amoroso”,explicou que as pessoas perdem a concentração quando se apaixonam porque há um pensamento fixo, e as outras coisas se tornam secundárias. O amor, nesse caso, “possui” o indivíduo, tira-o dos eixos e pode atrapalhar as atividades cotidianas. Por outro lado, dá energia, otimismo, coragem, ousadia e motivação.
Quem passou por uma decepção ou traição no passado pode ter um temor ou uma desconfiança de se machucar de novo. E aí vem o medo de se apaixonar e se entregar para outra pessoa. A perda de um amor é comparada muitas vezes à morte de um ente querido. Aquele que é deixado e ainda gosta do outro pode ficar deprimido e perder o interesse por tudo. O reflexo pode ser na saúde, no trabalho e nas tarefas do dia a dia.
Indivíduos apaixonados tendem a se cuidar mais, ir mais à academia, fazer mais sexo e ter um melhor sistema imunológico. De acordo com estudos, homens que terminaram um relacionamento têm uma saúde pior e até uma menor expectativa de vida. Já as mulheres costumam ser mais fortes, pois têm mais amigos, expressam mais as emoções e "desabrocham" depois do fim da relação – não sem antes chorar e sofrer, mas em geral a capacidade de recuperação delas é melhor.
Há vários tipos de amor, de acordo com teorias citadas pelo dr. Ailton. O sociólogo canadense John Alan Lee acredita que há seis modelos básicos: eros, ludos (tipo Don Juan), storge, pragma (racional e interesseiro), ágape e mania (ciumento e possessivo). Cada um deles tem prós e contras. Normalmente, quem é carente e inseguro no amor foi cuidado na infância por uma pessoa instável e imprevisível. Assim, o indivíduo passa a vida precisando de confirmação da amizade e do amor do outro.
Quem teve pais distantes aprende a não contar com o outro e a não se entregar totalmente. Quando a outra parte se doa mais, é vista como desagradável. Esse tipo é classificado como evitativo. Já os pragmáticos no amor podem não ter tido pais afetivos e protetores, o que torna o lado racional deles mais preponderante.
Por fim, o psicólogo disse que quem ama vê o mundo mais bonito e a vida mais gostosa. Por outro lado, é comum idealizar o parceiro e enxergá-lo com mais qualidades do que ele realmente tem. Quando o relacionamento termina, alguns demonizam o ex-companheiro. E a admiração, segundo o dr. Ailton, é em grande parte é idealização: às vezes o outro é um sapo, mas parece príncipe.

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