7.04.2011

Exame de Papanicolau: cãncer do colo do útero

  livre.

Imagem de um Papanicolaou normal



O teste de Papanicolau é um exame ginecológico de citologia cervical realizado como prevenção ao câncer do colo do útero.
Seu nome traz a identidade de seu idealizador, o o médico grego Geórgios Papanicolau (1883-1962), considerado o pai da citopatologia. O exame deve ser realizado em todas as mulheres com vida sexual ativa ou não, pelo menos uma vez ao ano. Após três exames anuais consecutivos normais, o teste de Papanicolau pode ser realizado com menor frequencia, podendo ser, em mulheres de baixo risco, até a cada três anos, de acordo com a análise do médico, porém mulheres com pelo menos um fator de risco para câncer do colo uterino devem continuar se submetendo ao exame anual.
Consiste basicamente na colheita de material do colo uterino com uma espátula especial, sendo este material colocado em uma lâmina e analisado posterioremente por patologista (que pode ser um médico, farmacêutico bioquímico e Biomédico) ao microscópico. É citológico, examina a morfologia das células da mucosa do colo do útero, analisa alterações nas células cervicais, chamadas de displasia cervical. A displasia que se desenvolve deve-se a uma infecção causada pelo vírus que se designa papiloma vírus humano (HVP). Este vírus altera de tal forma as células que se podem formar tumores benignos ou mesmo malignos.Actualmente, nos Estados Unidos, já está a ser comercializada uma vacina para este vírus. O exame de Papanicolau também pode diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis ou o condiloma, uma afecção que pode levar a uma doença maligna.
O teste é um exame de triagem. Desta maneira não define diagnósticos definitivos, mas levanta suspeitas. É necessária a confirmação por outros métodos.
O exame citológico é simples, mas não é indolor e é oferecido gratuitamente pelo sistema público de saúde brasileiro em qualquer unidade básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e também em todas as faculdades de Medicina do Brasil, porém algumas mulheres ainda deixam de se submeter por medo, desinformação ou vergonha.
O Ministério da Saúde lança nesta segunda-feira, 4, as novas diretrizes nacionais para o rastreamento do Câncer do Colo do Útero. Uma das novidades é a ampliação da faixa etária da população a ser submetida ao exame de Papanicolau, que antes era dos 25 aos 59 anos e, agora, segue até os 64 anos de idade. O procedimento identifica lesões que antecedem o câncer, permitindo o tratamento antes que a doença se desenvolva. As novas diretrizes recomendam que o intervalo entre os exames deverá ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual. No caso das mulheres, com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame, devem ser feitos dois preventivos com intervalo de um a três anos. Se os dois resultados forem negativos, essas mulheres poderão ser dispensadas de exames adicionais.
Segundo a ginecologista Flávia de Miranda Corrêa, técnica da divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a ampliação da faixa etária para o rastreamento do câncer do colo do útero segue a tendência internacional relacionada ao aumento da longevidade.
O câncer do colo do útero é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama. Também é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos, conforme as estimativas de câncer do INCA.
As novas diretrizes fazem parte do Plano Nacional de Fortalecimento das Ações de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Colo de Útero, do Ministério da Saúde, lançado pela presidente Dilma Rousseff, no último mês de março. O plano prevê, ainda, um programa de capacitação de ginecologistas para padronizar o diagnóstico de acordo com as novas diretrizes. No país, o Acre já iniciou a qualificação dos profissionais e outros 13 estados iniciam a criação de centros regionais de qualificação dos profissionais.
Estadão

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