7.09.2011

Os avanços da cirurgia plástica

  Cirurgia plásticas e as células-tronco
O assunto já dividiu opiniões de pesquisadores do mundo inteiro e está prestes a figurar como uma nova possibilidade para se ficar mais jovem e bonita. Para entender melhor, as células-tronco são uma fonte natural de reparação de qualquer tecido do corpo humano. Elas são especiais por terem a capacidade de se auto-regenerar e dar origem a vários tipos de tecidos.
Estudos recentes mostraram que muitos outros tecidos e órgãos humanos têm estoque de células-tronco. Todas essas descobertas criaram expectativas sobre o uso de tais células no combate ao processo de envelhecimento e rejuvenescimento. “Ainda em estágio muito inicial, alguns estudos, como os divulgados durante o IX Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, em São Paulo, revelaram perspectivas animadoras”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado.
Presentes em tecidos embrionários ou em tecidos como medula óssea, cordão umbilical, placenta e gordura, as  células-tronco de cada local específico têm apresentado vantagens e desvantagens para fins estéticos. “Tais células podem ser adquiridas facilmente através de uma lipoaspiração. Assim, num futuro próximo, poderemos indicar o procedimento para aprimorar o contorno corporal e também auxiliar no rejuvenescimento”, prevê o cirurgião.
Dessa maneira, a capacidade da regeneração dos tecidos com o emprego das células-tronco representa um potencial revolucionário na estética para restituir a juventude da face, dos lábios, do dorso das mãos e melhorar as cicatrizes.

Menos invasivos…

 
Outra tendência registrada nos EUA é a substituição de procedimentos cirúrgicos por tratamentos menos invasivos, desenvolvidos na última década. Observe a relação dos procedimentos não-invasivos mais populares, realizados no ano passado, em comparação com o ano de 2000: 
  • Aplicação de toxina botulínica:  5,4 milhões, um aumento de 584% na década;
  • Preenchimentos de rugas: 1,8 milhões, um aumento de 172 %, na década;
  • Depilação a laser: 937.601, um aumento de 27% na década.
“No Brasil, os procedimentos não cirúrgicos, apesar de não serem os mais freqüentes (14%), são numerosos também. Os mais realizados são os preenchimentos (92%) e a aplicação da toxina botulínica (91%). Além de peeling (53%), laser (24%) e suspensão com fios (21%)”, informa o cirurgião plástico Ruben Penteado

Em queda…

 
Os números da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos também revelam que procedimentos muito populares têm perdido espaço nos Estados Unidos, na última década, tais como:
  • Lipoaspiração: 203.106, uma queda de 43%;
  • Rinoplastia: 252.261, uma queda de 35%;
  • Blefaroplastia: 208.764, queda de 36%;
  • Lifting facial: 112.955, queda de 16%. 
“No Brasil, a cirurgia de calvície, a dermolipectomia de braço e a suspensão da coxa são procedimentos que apresentam baixas”, conta Ruben Penteado.
 

Em alta por aqui também…

 
Por aqui, desde a década de 90, as cirurgias de mama estão em alta. Dados da pesquisa Cirurgia Plástica no Brasil, realizada pelo Datafolha e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, revelam que as intervenções estéticas mais realizadas no País são aumento de mama (21%), lipoaspiração (20%) e abdômen (15%). Em seguida vêem redução de mama (12%), pálpebras (9%), nariz e plástica de face (7% em cada).  “Há muitas razões para o aumento da procura pela cirurgia de aumento de mama, dentre estas, podemos destacar algumas: hoje, temos muitos mais estudos e evidências científicas que comprovam que o implante de silicone não contribui para um risco maior de câncer de mama. Este foi um medo muito comum de muitas mulheres, durante muitos anos”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada. Outro ponto a favor das candidatas a fazer uma cirurgia para aumento de mamas é a própria evolução das próteses de silicone. “Tenho visitado algumas fábricas de próteses de silicone, pois ao recomendar um produto X ou Y a uma paciente preciso ter todas as informações sobre o produto que estou indicando. De uma maneira geral, temos bons produtos disponíveis no mercado, hoje”, conta Ruben Penteado. O médico destaca também que em relação à década anterior, o material empregado na confecção das próteses evoluiu muito, bem como a sua durabilidade.  “A disponibilidade no mercado de próteses de silicone com gel de alta coesividade e com revestimentos texturizados vem proporcionando resultados muito próximos dos naturais nas mamoplastias de aumento. Este fato incentiva muitas mulheres a se submeterem à cirurgia”, conta  o diretor do Centro de Medicina Integrada.
 

“A década do aumento de seios”, nos EUA

 
Segundo dados divulgados pela Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, as cirurgias para implante de seios aumentaram em 40% na última década. Só em 2010, cerca de 300.000 mulheres se submeteram ao procedimento para aumentar o tamanho dos seios. Os dados da entidade americana revelam uma alta na procura por cirurgias para aumento de mamas e pela mastopexia, ao mesmo tempo em que mostram um declínio na procura por cirurgias como rinoplastia, lipoaspiração e aumento de lábios. Em 2010, os cirurgiões plásticos americanos realizaram 296.203 implantes mamários, um aumento de 2% em relação a 2009 e um salto de 39%, desde 2000. As cirurgias de mastopexia, em 2010, atingiram a cifra de 90.000 casos, 9% a mais em relação a 2009 e 70% a mais em relação a 2000. Nos EUA, 82.871 cirurgias foram realizadas para reduzir o tamanho da mama, um aumento de 6% em relação a 2009, mas um declínio de  2% em relação aos registros de 2000. Deste contingente de redução de mamas, 18.280 cirurgias foram realizadas em homens. Os números americanos revelam ainda que cerca de 21,7 mil operações foram realizadas para remover os implantes mamários, em 2010, o que significa 9% a mais do que em 2009, mas uma queda de 47%, desde 2000.
 

Uma plástica, uma nova vida?

Hoje, a cirurgia plástica é um dos instrumentos da sociedade moderna para elevar a auto-estima e o bem-estar do indivíduo, fazendo com que ele conviva melhor com sua própria imagem. “Quando esta especialidade médica iniciou seus trabalhos, os cirurgiões não falavam em estética, bem-estar, beleza, pois a importância da auto-estima não era tão difundida socialmente. O discurso era reparar as deformidades”, afirma Ruben Penteado. “A mudança exterior não é apenas voluntarismo. Quem nasceu com um nariz muito grande ou com a orelha acentuadamente para frente não considera a cirurgia plástica apenas uma vontade, e sim, uma necessidade. A cirurgia plástica também é importantíssima para as pessoas diante do trauma. Mas diante do paciente que demonstra ‘o desejo de se reinventar’, o trabalho do cirurgião é o de mostrar que ‘o normal’ ou ‘o belo’ são sutis, são mudanças que não se notam, não são transformações radicais”, explica o diretor do Centro de Medicina Integrada. Em meio a este processo de valorização social e de busca pela auto-estima abalada por um casamento fracassado ou pela perda de um ente querido, ou ainda, pela falta de oportunidades profissionais, dentre muitas outras situações, o cirurgião plástico tem que estar atento aos excessos e às más indicações dos procedimentos cirúrgicos, que sempre devem ser evitados para o bem do paciente. “Por isto, além de uma boa formação técnica, o cirurgião plástico tem de ter uma consistente formação ética. Se o paciente disser que tem o nariz grande, cabe a ele julgar o próprio nariz. Ao médico cabe a avaliação profissional e a conduta ética de indicar ou não uma intervenção cirúrgica a este paciente”,concluiu Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Consultoria:
Ruben Penteado, cirurgião plástico.

http://www.medintegrada.com.br/

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