Os países da UE (União Europeia) decidiram nesta quarta-feira promover medidas para combater "com urgência" o sedentarismo e os hábitos nutricionais inadequados, diante do aumento da obesidade e do crescimento das diferenças na expectativa de vida entre os estados-membros.
A promoção de um estilo de vida saudável e a redução das desigualdades sanitárias entre os 27 países foi um dos principais eixos de ação que a presidência polonesa da UE apresentou para o semestre no conselho informal de ministros da Saúde realizado nesta quarta-feira em Sopot (Polônia).
"Se no passado as doenças infecciosas eram a principal causa de morte na UE, atualmente são as doenças crônicas e as do sistema cardiovascular", destacou ao fim da reunião a ministra de Saúde polonesa, Ewa Kopacz.
Sessenta e oito por cento das mortes na UE são causadas pelas doenças relacionadas à alimentação e à prática de exercício físico. "Portanto, podem e devem ser prevenidas", destacou em entrevista à imprensa Kopacz.
Kopacz destacou a necessidade de reduzir a obesidade --outro fator de risco para as doenças cardiovasculares--, que afeta entre 8% e 25% dos adultos da UE e uma em cada cinco crianças europeias.
Os estados-membros colocarão estratégias e medidas concretas para promover os hábitos saudáveis e reduzir a obesidade em um texto de conclusões que pode ser adotado no Conselho de Saúde, em reunião a ser realizada em Bruxelas no início de dezembro, disse a ministra polonesa.
Os ministros da UE se comprometeram a melhorar a detecção antecipada das disfunções relacionadas à comunicação infantil, com crianças portadoras de problemas visuais ou auditivos.
Em particular, apoiaram a criação de "centros europeus de referência" que permitam agilizar a cooperação entre os estados-membros e trocar boas práticas sobre métodos de diagnóstico e de tratamento, segundo explicou a ministra polonesa.
Kopacz assinalou a importância de detectar o mais rápido possível os problemas de percepção que possam ter as crianças, já que repercutem no rendimento escolar e, mais adiante, nas possibilidades de formação e emprego.
Por último, a presidência rotativa da UE insistiu na necessidade de incorporar as novas tecnologias aos serviços sanitários por meio de medidas como a digitalização e as bases de dados dos pacientes.
Kopacz mencionou países que estão à frente da Europa neste sentido como a Finlândia, Dinamarca e Holanda, e pediu aos estados-membros que "encontrem novas formas de financiamento" para modernizar seus sistemas sanitários.
Folha
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