Para muitas mulheres sexo não é sinônimo de prazer e satisfação. Algumas patologias de fundo emocional ou fisiológico podem atrapalhar a relação ou, até mesmo, impedir que a penetração aconteça.Dispareunia está entre as causas de fortes dores durante a penetração. Essa é caracterizada por infecções. Diversos órgãos podem ser atingidos, por exemplo, grandes lábios, tubas uterinas e ovários. Endometriose, presença de tecido que reveste o útero fora da cavidade uterina, também age como desencadeador das dores. "Essas são doenças de origem orgânica que atingem a região da pelve", esclarece Dr. Amaury Mendes Júnior, ginecologista, secretário geral da Sociedade Brasileira de Sexologia e professor do ambulatório de sexologia da UFRJ.
Segundo o especialista, mulheres afetadas por infecções desse tipo não suportam a penetração de uma relação sexual: "Quando a mulher fica excitada o sangue se concentra na região e preenche os vasos sanguíneos. Esse processo provoca muita dor, ela acaba não conseguindo prosseguir com o ato sexual".
Já o vaginismo é uma das causas mais comuns de dor durante a relação sexual. Trata-se da contratura involuntária do músculo da vagina. A excitação é o desencadeador da contratura. "O vaginismo é mais frequente em mulheres que sofreram abusos na infância, receberam educação muito severa ou são filhas de pais repressores. É uma doença de fundo psicológico".
O vaginismo tem tratamento e cura. Qualquer pessoa que sinta algum tipo de incômodo durante o sexo, deve procurar ajuda médica. "Os cuidados se dão por meio de terapias", afirma o especialista. O ideal é procurar um ginecologista que tenha especialização em terapia sexual para tratar do assunto. Mas, infelizmente, a falta de informação condena muita gente. "As mulheres que sofrem com a dor durante a penetração tendem a procurar caras bonzinhos, os filhinhos da mamãe. Esses irão acabar aceitando a situação sem queixas".
Por Bianca de Souza (MBPress)
Quando a mulher apresenta dificuldades na hora da penetração, o problema pode ser mais sério do que se imagina. Por achar que o pênis vai machucá-la, a parceira trava a musculatura da vagina, impedindo a entrada do pênis.
"Elas também possuem grande dificuldade em realizar mudanças de vida e de pensamentos. São dominadoras na relação a dois e, comumente, possuem maridos pacientes, compreensivos e que cedem às exigências das parceiras", completa.
O vaginismo é uma condição emocional, porém, se manifesta por meio de uma reação física, que é a contração dos músculos da vagina. A psicóloga explica que os fatores que desencadeiam o distúrbio são educação moral e religiosa severas, desconhecimento do próprio corpo, por dificuldade de tratar da região genital com naturalidade, e traumas decorrentes da primeira relação sexual, como abuso ou estupro.
Por conta do grande número de mulheres diagnosticadas pelo Departamento de Ginecologia da Unifesp, em janeiro de 2011 foi criado o CATVA. No local, as mulheres passam por três avaliações: médica, fisioterápica e psicológica. "Esta primeira triagem ocorre mensalmente e pode ser agendada pelo telefone (11 - 5549-6174 ). Ao confirmar o diagnóstico de vaginismo, a paciente realiza tratamentos de fisioterapia, psicoterapia em grupo e individual", conta Dra. Maria Cláudia.
Ao contrário do que se pensa, a mulher vagínica sente prazer normalmente durante o sexo, se relacionamento por meio de carícias e de masturbação, podendo chegar ao orgasmo. Entretanto, ela procura sempre manter uma boa distância do orifício da entrada da vagina, que é onde se localiza a sua maior dificuldade.
A alta resistência da parceira durante a relação sexual acaba afetando outros campos da vida dela. "Com frequência, o vaginismo traz um sentimento de inferioridade perante as outras mulheres consideradas ‘normais’, acarretando um grave problema de autoestima", comenta Dra. Maria Cláudia.
Por Juliana Falcão (MBPress)
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