7.09.2011

ESTUDO RELACIONA HPV COM O AUMENTO DO CÂNCER DE GARGANTA

Estudo relaciona HPV com o aumento do câncer de garganta
Sexo seguro é a palavra de ordem!

Sexo é vida. Isso todos sabem. Mas, o cuidado com a saúde é, em muitos casos, bastante falho quando se trata de sexo. Conhecer o parceiro, além de usar os métodos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis deveria fazer parte da vida de todo ser humano que pretende estar em dia com a sua saúde. Uma prova de que esta associação se faz necessária é o aumento do número de casos de câncer de garganta derivados da prática do sexo oral.
Esse índice foi divulgado recentemente pelo Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos. O estudo sugere o aumento da incidência desse tipo de câncer com a contaminação pelo vírus HPV (Papilomavirus Humano) que inclui mais de 100 tipos de vírus e é mais frequente em mulheres com idades entre 15 e 25 anos. Como alerta, o oncologista André Murad ressalta outro dado agravante: a mudança no perfil dos pacientes. “Há alguns anos, essa doença era atribuída a pessoas com idade superior a 50 anos, fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas. Hoje, o predomínio é em pacientes jovens, não fumantes e não usuários frequentes de álcool”.
De acordo com Murad, nos jovens, as principais causas da contaminação por HPV são o grande número de parceiros e o sexo sem prevenção. O início da vida sexual antecipado também foi apontado como fator agravante. “Especialmente no Brasil, é comum que as pessoas saiam em uma noite e beijem ou tenham relações sexuais com mais de uma pessoa e, na maioria dos casos, com desconhecidos. Esse comportamento tem colocado o Brasil entre os líderes mundiais de incidência do HPV”, analisa.
Segundo informações do Ministério da Saúde, todos os anos são notificados cerca de 137 mil novos casos de HPV no país. “O câncer de garganta causado por HPV é o segundo tipo mais comum ligado ao vírus e os especialistas constataram que sua incidência está crescendo”, alerta o especialista que informa, ainda, que ainda não é possível saber o impacto do uso de preservativos e vacinas contra o HPV na prevenção este tipo de câncer.
O oncologista explica que como o HPV é o principal agente, é possível que a vacina seja útil na prevenção da doença. Segundo o especialista, os médicos estão otimistas com a eficiência da imunização nos homens. “Esperamos que ela possa reduzir drasticamente a incidência deste tipo de câncer, assim como ocorreu com o câncer de colo uterino em mulheres”.
O HPV
Nas pessoas que contraem essa DST, é comum o aparecimento de verrugas nas genitálias, mãos e pés. Mas em muitos casos, a doença não se manifesta e se agrava até virar um tumor. O HPV é responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero no Brasil. As principais formas de prevenção da doença são o uso do preservativo, a redução do número de parceiros (que reduziria a exposição) e a vacinação. A vacina para mulheres foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2008, e somente em maio deste ano foi estendida para homens entre 9 e 26 anos. Por enquanto, ela está disponível apenas na rede privada.
Sua Dieta

Doenças Femininas

O que é, Sintomas, Diagnóstico e Prevenção do HPV

O que é
- O HPV (sigla em inglês para Human Papiloma Virus) é uma família de vírus com mais de 80 tipos. Vive na pele e nas mucosas genitais tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis. Trata-se de uma infecção adquirida através de contato sexual.
HPV Papiloma vírus humano HPV human papiloma virus
- Nos genitais, existem duas formas de manifestação clínica: as verrugas genitais que aparecem na vagina, pênis e anus; e outra forma, que é microscópica, que aparece no pênis, vagina e colo de útero. Na vulva, ele causa a doença chamada condiloma genital.

- Enquanto alguns deles causam apenas verrugas comuns no corpo, outros infectam a região genital, podendo ocasionar lesões que, se não tratadas, se transformam em câncer de colo do útero. Geralmente, esta infecção não resulta em câncer. Mas é comprovado que 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino, foram antes infectadas por este vírus. No Brasil, cerca de 7 mil mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.
Sintomas e diagnóstico
- Na maioria das vezes, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas. O vírus pode ficar instalado no corpo por muito tempo sem se manifestar, apesar de poder ser transmitido. Pode entrar em ação em determinadas situações como na gravidez ou numa fase de estresse, quando a defesa do organismo fica abalada.

- A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum é ela não perceber qualquer alteração em seu corpo.

- O diagnóstico de suspeita do HPV é feito através dos exames de Papanicolaou ou a colposcopia e o diagnóstico de certeza é feito através de biópsia da área suspeita. Existem também exames que identificam o tipo do vírus e se os mesmos são cancerígenos.

Tratamento

- Uma vez detectado, e se está causando lesão específica, as células do local infectado pelo HPV, devem ser submetidas a destruição química ou física. O procedimento deve sempre ser indicado e realizado por médico especialista.

- Em seus estágios iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em cerca de 90% dos casos, impedindo que a paciente tenha maiores complicações no futuro.

- O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Deve ser feito o acompanhamento sistemático.

- A melhor arma contra o HPV é a prevenção e se fazer o diagnóstico o quanto antes.

Prevenção

- Manter cuidados higiênicos
- Ter parceiro fixo ou reduzir o número de parceiros
- Usar preservativos em todas as relações sexuais
- Visitar regularmente seu ginecologista para fazer todos os exames de prevenção
- É importante que o parceiro também procure um médico para verificar se ele está com o vírus.
Dr. Sérgio dos Passos Ramos; Dr. Édson Lucena

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