A mulher com a síndrome dos ovários policísticos também possui mais dificuldades para engravidar. Saiba mais!
De acordo com a ginecologista Emanuelli Alvarenga Silva, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, em São Paulo, a síndrome é muito comum e chega a afetar 5 a 10% da população feminina entre 11 e 40 anos, normalmente em idade reprodutiva.
De acordo com a especialista, a principal causa está relacionada ao aumento na produção de insulina devido a uma diminuição de sua ação nas células do organismo, que leva ao aumento da produção de andrógenos - hormônios masculinizantes - pelos ovários. Além disso, há uma disfunção no equilíbrio de dois hormônios da hipófise responsáveis pelo controle dos ovários.
Segundo a médica, o problema ocorre quando o desenvolvimento dos folículos ovarianos não se completa e acaba formando os cistos, que se acumulam na superfície dos ovários, fazendo-os aumentarem de volume.
Entre outros sintomas da síndrome também estão pelos em lugares pouco comuns, ciclos menstruais irregulares, ausência de ovulação e presença de múltiplos cistos pequenos em ambos os ovários.
A síndrome pode ser diagnosticada através do exame de imagem e de toque, já que normalmente o ovário policístico tem o dobro do volume do órgão normal. Exames laboratoriais para avaliação do padrão hormonal também são solicitados. “No processo de diagnóstico é importante descartar outras doenças como tumores secretores de andrógeno, doenças da glândula suprarrenal e aumento da produção de prolactina”, explica.
Uma mulher com a síndrome dos ovários policísticos possui mais dificuldades para engravidar e os riscos de aborto e complicações não estão descartados. Outro problema fica por conta da exposição do endométrio ao estrogênio, que pode propiciar o aparecimento de câncer de endométrio, que é três vezes maior em mulheres com esta síndrome. A especialista alerta, ainda, que este desequilíbrio hormonal pode aumentar o risco de diabetes, pressão alta, queda do colesterol bom e alteração nas gorduras do sangue.
O tratamento dependerá da fase da vida da mulher, mas no geral será direcionado aos sintomas da síndrome, já que suas causas são desconhecidas. Portanto o desequilíbrio hormonal, o sobrepeso, os hormônios e a ovulação deverão ser tratados e regulados.
As mulheres precisam saber que existem diferenças entre cistos nos ovários e a síndrome do ovário policístico, que está justamente no tamanho e na quantidade de cistos. Na síndrome, existem cerca de 10 a 20 pequenos cistos com meio centímetro de diâmetro. Já os cistos de ovário são únicos e medem de 3 a 10 centímetros.
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